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terça-feira, 5 de março de 2013

Prêmio APCA, TERRA DE SANTO encerra temporada dia 10 de março no Espaço dos Fofos

Foto Joao Calda

Elenco de 13 atores conta a relação do País com a cana-de-açúcar, depois de vasculhar tradições e ritos de índios, negros, católicos portugueses e judeus que trabalharam na indústria canavieira. Em cena, os atores servem ao público um prato típico nordestino, preparado na sede da companhia.
Terra de Santo tem texto inédito de Newton Moreno e direção do autor em parceria com Fernando Neves


Faltam poucos dias para conferir o espetáculo TERRA DE SANTO, mais um trabalho da cia Os Fofos Encenam, na sede da companhia, a montagem encerra temporada no dia 10 de março. A peça é apresentada aos sábados, domingos, segundas e terças-feiras.  TERRA DE SANTO recebeu o Prêmio APCA 2012 de Melhor Texto e foi  indicado a duas categorias no Prêmio CPT 2012: Trabalho apresentado em espaços não convencionais e Projeto visual (que contempla as categorias Cenário, Figurinos, Iluminação e Trilha Sonora).

O novo processo de montagem da cia. Os Fofos Encenam dá continuidade a trajetória iniciada com as montagens Assombrações do Recife Velho (2005) e Memória da Cana (Prêmio APCA 2009 de Melhor Espetáculo, além dos prêmios Shell de melhor Direção e Cenário e os prêmiosda Cooperativa Paulista de Teatro de Melhor Direção e Melhor Projeto Visual), resultado das investigações sobre os processos de formação do Brasil através da história e cultura do nordeste brasileiro.

Em Terra de Santo, o grupo permanece na seara da relação do país com a cana-de-açúcar, vasculhando tradições e ritos de etnias que trabalharam na indústria canavieira, mais especificamente índios, negros, católicos portugueses e judeus. “Desta vez, estamos construindo uma dramaturgia em rede colaborativa e enfrentando também a questão sempre urgente e delicada do trabalho no campo e distribuição de terra”, explica o diretor Newton Moreno.

De acordo com Newton,

“O conflito central se passa em uma comunidade de cortadores de cana que precisam devastar um lugar sagrado para ampliar o espaço de plantio a mando da usina. Mas a Usina enfrentará a resistência de um grupo de mulheres, moradoras desta área, que afirmam que o lugar foi dado em cartório ao santo protetor do lugar. A partir daí, várias tramas se desenrolam envolvendo famílias que trabalharam na cana e suas crenças, fé e tradição, em uma viagem por outros séculos”.

A proposta da peça surgiu durante a temporada de Memória da Cana, quando sentiram que tinham um rico material a pesquisar no contato com os cortadores de cana de Pernambuco. Assim, o grupo partiu para duas linhas de investigação diferentes: os estudos in loco e a pesquisa sobre as etnias que sustentaram a história da cana-de-açúcar.

“Fomos para Vicência, em Pernambuco, e para Piracicaba, em São Paulo, conviver um pouco com as pessoas”, conta Newton Moreno, completando que o grupo experenciou nesses locais a realidade dos que vivem o corte de cana. “Ficamos alojados em um antigo engenho e pudemos conversar com os cortadores de cana da região.”


SOBRE A ENCENAÇÃO, por Newton Moreno

Com TERRA DE SANTO, damos continuidade ao nosso olhar cênico sobre matrizes formadoras do Brasil. Como nos dois trabalhos anteriores, centramo-nos na cultura e história do nordeste brasileiro, mais especificamente no universo do cultivo da cana, para pensarmos a construção de nosso país e as heranças desta construção na sociedade contemporânea.

 

A proposta desta aventura cênica à equipe criadora equilibra-se em dois fortes temas: relações do Brasil com a cana e discussões sobre o sagrado, a tradição, a religiosidade desta sociedade. Através das nossas fábulas, queremos propor uma discussão sobre a relação do homem brasileiro com sua sacralidade.


EQUIPE
São 13 atores no palco: Carlos Ataíde, Carol Badra, Cris Rocha, Eduardo Reyes, Erica Montanheiro, José Roberto Jardim, Kátia Daher, Luciana Lyra, Marcelo Andrade, Paulo de Pontes, Simone Evaristo, Viviane Madu, Zé Valdir e como (stand-in) Rafaela Penteado. Texto de Newton Moreno em processo colaborativo com o grupo, direção de Newton Moreno e Fernando Neves, com figurinos e maquiagem de Carol Badra e Leopoldo Pacheco, direção musical de Fernando Esteves, cenários de Newton Moreno, Marcelo Andrade e Zé Valdir, iluminação de Eduardo Reyes e direção de produção de Emerson Mostacco.

Também fruto de intensa pesquisa, a trilha sonora - com gravações feitas e executadas ao vivo pelo elenco, baseada na oficina de Renata Rosa - mescla cantos tradicionais de terreiro (a composição original Odoyá, de Juçara Marçal, desenvolvida na oficina da autora, com consultoria de Marcelo Boffa), a tradicional cantiga de ninar ladina (Durme, durme mi linda donzeya, pesquisada na oficina de Beny Zekhry) e a prece tradicional judaica Kadish, além de trecho do Kyrie e do Agnus Dei, da Missa em Si menor de J. S. Bach.

 

SOBRE O GRUPO

Os Fofos Encenam têm sua trajetória iniciada em São Paulo no ano de 2001 com o espetáculo Deus Sabia de Tudo..., escrito e dirigido por Newton Moreno. Em 2003 estrearam A Mulher do Trem, comédia de Circo-Teatro dirigida por Fernando Neves e vencedora do Prêmio Shell de Melhor Figurino.

Com o incentivo da Lei de Fomento ao Teatro da Cidade de São Paulo montaram, em 2005, Assombrações do Recife Velho, texto e direção de Newton Moreno a partir da obra homônima de Gilberto Freyre. Assombrações recebeu 3 indicações ao Prêmio Shell (Melhor Iluminação, Melhor Figurino, Melhor Direção).

Em 2006, partiram, sob a direção de Fernando Neves, para o drama circense Ferro em Brasa, com subsídio do Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, concluindo uma primeira fase da Cia. com quatro espetáculos em repertório. Ferro em Brasa foi indicado ao Prêmio Shell nas categorias Melhor Atriz (Cris Rocha) e Prêmio Especial pela pesquisa do grupo sobre o universo do Circo-Teatro.

A partir daí iniciou-se uma segunda fase: a busca por um espaço que abrigasse a evolução das investigações cênicas e que possibilitasse de forma continuada a apresentação do repertório dos Fofos.

Em 2007, a Cia. é contemplada com a Lei de Fomento ao Teatro da cidade de São Paulo pelo projeto O Ninho. Com esse subsídio, é inaugurado no bairro da Bela Vista o Espaço dos Fofos, sede para atividades teatrais que tem contribuído para o aperfeiçoamento das peças de seu repertório e das suas novas investidas estéticas, além de abrigar temporadas de espetáculos de outras companhias convidadas.

Em 2009, estreia no Espaço dos Fofos o quinto espetáculo da Cia., Memória da Cana. Com dramaturgia e direção de Newton Moreno, Memória da Cana é uma adaptação do texto Álbum de Família, de Nelson Rodrigues, alimentada pela leitura das obras de Gilberto Freyre e pela interlocução memorial dos atores-criadores. Memória da Cana recebeu os prêmios Shell (Melhor Direção e Melhor Cenário); Prêmio APCA 2009 (Melhor Espetáculo), além dos prêmios da Cooperativa Paulista de Teatro (Melhor Direção e Melhor Projeto Visual).

Os Fofos Encenam são Carlos Ataíde (ator), Carol Badra (atriz / figurinista), Cris Rocha (atriz), Eduardo Reyes (ator / iluminador / designer gráfico), Emerson Mostacco (Diretor de produção / Administrador), Erica Montanheiro (atriz), Fernando Esteves (diretor musical e pianista), Fernando Neves (ator e diretor), José Roberto Jardim (ator), Kátia Daher (atriz), Leopoldo Pacheco (ator / cenógrafo / figurinista / consultor artístico / maquiador), Luciana Lyra (atriz / preparadora corporal), Marcelo Andrade (ator / cenógrafo / cenotécnico), Maria Stella Tobar (atriz), Newton Moreno (diretor / dramaturgo), Paulo de Pontes (ator), Rafaela Penteado (assistente de direção / stand-in), Silvia Poggetti (atriz), Viviane Madu (atriz / preparadora corporal) e Zé Valdir (ator / contra-regra / diretor de palco).

SERVIÇO:

LOCAL: ESPAÇO DOS FOFOS 
ENDEREÇO: RUA ADONIRAN BARBOSA, 151 – (TRAVESSA DA RUA JACEGUAI, EM FRENTE AO TEATRO OFICINA), BELA VISTA
FUNCIONAMENTO DA BILHETERIA NO ESPAÇO DOS FOFOS: 2 HORAS ANTES DO ESPETÁCULO.
FONE DO ESPAÇO DOS FOFOS: (0XX11) 3101 6640
DATA DA REESTREIA: 2 DE FEVEREIRO DE 2013
HORÁRIO: ÀS 21h00
TEMPORADA: 2 DE FEVEREIRO A 10 DE MARÇO DE 2013
SESSÕES: SÁBADOS 21H00; DOMINGOS, SEGUNDAS E TERÇAS 20H00.
CATEGORIA: TEATRO ADULTO.
GÊNERO: DRAMA.
INDICAÇÃO ETÁRIA: NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 16 ANOS.
DURAÇÃO: 2H
CAPACIDADE: 50 LUGARES.
INGRESSOS: R$ 30,00 (INTEIRA) / R$ 15,00 (MEIA ENTRADA)
MEIA ENTRADA: (PARA ESTUDANTES, CLIENTES DO CARTÃO PETROBRAS COM                                      ACOMPANHANTE E PESSOAS MAIS DE 60 ANOS).
COMPRA DE INGRESSOS PELO SITE: WWW.OSFOFOSENCENAM.COM.BR E PELA INGRESSOS.COM
ASSESSIBILIDADE: TEM ACESSO A DEFICIENTES.
ACEITA: CARTÃO DE DÉBITO E CRÉDITO (VISA, MASTERCARD)

PROMOÇÃO:
·                     Meia entrada para grupos com mais de 10 pessoas;
·                     Cota de ingresso gratuito (limitado a 10% dos totais comercializados) para moradores dos arredores do teatro (levar comprovante de residência – conta de luz, conta de telefone, conta de gás, conta de água, correspondência bancária);
·                     Serão oferecidos uma cota de ingressos diários gratuitamente para pessoas de baixa renda (limitado a 10 % dos totais comercializados).

PRODUÇÃO:    COOPERATIVA PAULISTA DE TEATRO
                                   CIA. OS FOFOS ENCENAM
                                   MOSTACCO PRODUÇÕES

PATROCÍNIO:  PETROBRAS
MINISTÉRIO DA CULTURA - LEI DE INCENTIVO À CULTURA

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