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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O Fantasma do Som Comédia para todas as idades, novo musical da Banda Mirim é aventura pelas ondas do rádio

foto GEORGIA BRANCO




Aos 9 anos, depois de 13 prêmios, 5 peças, 2 CDs, especial de televisão e um espetáculo contado em 8 episódios no suplemento Folhinha, da Folha de S. Paulo, a Banda Mirim se aventura a revelar os bastidores do rádio em seu novo trabalho.
No palco, os 11 artistas tocam, cantam e interpretam para recriar o universo das radionovelas

No estúdio da emissora de rádio, a mesa com papéis e a máquina de escrever. Atrás, o quadro da moça de cabelos cacheados tocando baixo acústico. À direita, equipamentos de gravação, dois rolos de fitas, botões e manivelas. Ao fundo, a bancada dos radioatores, material de sonoplastia e um microfone divertido, reluzente. Esta é a atmosfera do espetáculo O Fantasma do Som, um musical radiofônico para crianças e adultos. A sexta produção da premiada Banda Mirim estreia dia 2 de março, sábado, às 16 horas, no Centro Cultural São Paulo.

Nos bastidores, texto e direção de Marcelo Romagnoli, figurinos de Fábio Namatame e cenário e iluminação de Marisa Bentivegna. Em cena, o grupo de onze artistas vem afiado e afinado com os atores-cantores Alexandre Faria, Claudia Missura, Edu Mantovani, Foquinha, Lelena Anhaia, Nina Blauth, Nô Stopa, Olívio Filho, Rubi, Simone Julian e Tata Fernandes.

Com 9 anos, a Banda Mirim contabiliza 90 mil espectadores, 500 apresentações, 2 CDs, 2 especiais para TV, uma série na Folhinha de São Paulo e mostras de repertório com seus premiados espetáculos: Felizardo, de 2004 (Prêmio APCA de Melhor Espetáculo Musical e Prêmio Femsa de Melhor Trilha Sonora), O Menino Teresa, de 2007 (Prêmio APCA de Melhor Cenário e Femsa de Melhor Cenário e Melhor Atriz), Sapecado, de 2008 (Prêmio APCA de Melhor Texto e Melhor Espetáculo e Femsa de Melhor Texto, Trilha Sonora e Espetáculo), Espoleta, de 2010 (Prêmio APCA de Melhor Direção e Femsa de Melhor Autor e Melhor Atriz) e o recente show musical Rádio Show.

Para celebrar os 90 anos da primeira transmissão radiofônica (ocorrida em 7 de setembro de 1922), a trama se passa no estúdio de uma rádio. Faz referência às antigas radionovelas e recria o ambiente da década de 40, hoje desconhecido do público infantil. Com agilidade, a trupe se desdobra para tocar, cantar, interpretar e recriar elementos sonoros característicos de um programa de rádio como vinhetas, locuções e propagandas.

Para o diretor Marcelo Romagnoli, o espetáculo é focado na audição e busca compreender a transformação do som em imagens. Os elementos sonoros e a narrativa estão muito bem misturados com vinhetas, chamadas e as músicas. Até mesmo a palavra tem um ritmo, um som. Na peça, é como se a gente apertasse o botão play e ouvisse uma faixa inteira. A brincadeira é parar para ouvir o rádio e imaginar histórias”, explica.

Costurada por 12 canções e repleta de possibilidades sonoras, a peça trata de temas como a memória, a perda de pessoas queridas, a ausência, a superação, a aceitação e o embate entre o antigo e o novo. Responsável pela direção musical, Tata Fernandes conta que as músicas foram inspiradas a partir do texto. “A  trilha da peça  foi criada com músicas instrumentais, canções, vinhetas  e sonoplastias que dialogam com a dramaturgia. Todos os integrantes participam da escolha das propostas e dos arranjos musicais”, explica Tata.

“O rádio nunca vai morrer e acho que as crianças não sabem sobre sua origem. É do rádio que tudo veio, antes da televisão e da telenovela. Eu acho interessante tocar no ponto da origem das coisas. O rádio brinca com a imaginação, de ouvir e criar, como num livro. Então, o espetáculo é um resgate dessa história”, fala a atriz Claudia Missura.

Sinopse
Pino Azambuja (Alexandre Faria) e Mercedes Azambuja (Foquinha) são donos da pequena e pobre Rádio Azambuja, que está prestes a abrir falência desde que a filha única do casal, a jovem Janete Azambuja (Lelena Anhaia), morreu. Para salvar a audiência, resolvem gravar uma radionovela como uma novidade na programação. 

Com deficiência visual, Pino Azambuja é responsável por escrever e roteirizar a história e escala radioatores consagrados, como o casal Suzete Rupião (Claudia Missura) e Cid Farnel (Olívio Filho), descolados na arte de interpretar. A confusão começa com a chegada da sobrinha dos donos da rádio, a deslumbrada Mary Lee (Nô Stopa), completamente inapta para questões artísticas, mas que ganhou o papel principal na radionovela.

Para atriz Claudia Missura a peça levanta essa questão do antigo com o novo. Suzete Rupião, a estrela das radionovelas, tem que rebolar para consertar os desastres da garota. Um embate se estabelece. “A Suzete faz um contraponto da infância com a velhice, ela representa um pouco essa questão da passagem do tempo. É veterana no rádio, mas, ao mesmo tempo, é “pra frentex”, é antenada nos eletrônicos. Passa por uma transformação em cena nessa relação com a Mary Lee, que representa o novo”, comenta. A força da união e a aceitação coletiva são soluções para superar um problema.

A sucessão dos acontecimentos da novela radiofônica mistura-se com a realidade dos atores no estúdio frequentado pelo fantasma de Janete. O encontro do real e do ficcional é um dos pilares da dramaturgia.

O cenário é composto por três grandes módulos em tons de madeira que funcionam como mesas que se deslocam para onde a ação está acontecendo. Marisa Bentivegna buscou referências na art déco dos anos 20. Para o quadro com o retrato de Janete se inspirou nas pinturas e afrescos do artista plástico Alphonse Mucha. “A ideia é brincar com o ponto de vista. Ir colocando em primeiro plano e criar uma dinâmica. Os módulos são bancadas que parecem flutuantes, pois remetem ao movimento de algumas aparições do fantasma da Janete Azambuja”, explica.

Os figurinos de Fábio Namatame são glamurosos e coloridos trazendo um contraponto do charme da época de ouro do rádio com a estética dos desenhos animados, criando um estilo meio retrô ao mesclar o antigo com o novo.

A arte de ouvir
Desde a sua criação, em 2004, a Banda Mirim pesquisa uma linguagem de integração entre o teatro e a música. O processo investigativo para este espetáculo começou em junho de 2012, contando com o Programa Municipal de Fomento ao Teatro da Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Paulo, para sua realização. O grupo estudou o radioteatro e as radionovelas, gêneros que fizeram sucesso nas décadas de 50 e 60 e que foram praticamente extintos.

Partindo do questionamento de como tratar este gênero nos dias de hoje, depois da televisão, dos computadores e da internet, a Banda Mirim pretende mostrar à plateia infanto-juvenil essas formas criativas que estão completamente distantes desse público. “A criança não tem familiaridade com o rádio, mas gosta de ouvir histórias. Esse encantamento sempre vai existir. Propomos contar uma historia dentro de um universo verdadeiro, como o rádio, a fim ainda de resgatar o prazer do público jovem e infantil na arte de ouvir”, explica Romagnoli.

O grupo contou com aulas de conscientização corporal com Renata Melo, aulas de composição cênica com Cristiane Paoli-Quito e encontros com a jornalista, apresentadora e pesquisadora Patrícia Palumbo, a fim de nortear a montagem.

Sobre a Banda Mirim
Sediada na cidade de São Paulo e completando 9 anos de atividade, a Banda Mirim é um grupo composto por artistas provenientes de várias áreas - entre atores, músicos, cantores e artistas circenses-, que vem se destacando, desde 2004, com seus espetáculos multidisciplinares destinados ao público infanto-juvenil.

Desde sua criação, dedica-se a inventar e produzir atividades cênicas, tanto espetáculos como oficinas, que combinem linguagens derivadas do circo, do teatro e da música, buscando neste elo de integração traduzir a poesia e o universo das crianças.

Contabilizando aproximadamente 90.000 espectadores, 500 apresentações, dois cd´s, dois especiais para televisão, uma série em jornal e algumas Mostras de Repertório, seu trabalho inclui os premiados espetáculos:

Felizardo (2004), APCA/05 Melhor Espetáculo Musical, Femsa/05 Melhor Trilha Sonora e CD lançado em 2007. O Menino Teresa (2007), APCA/07 Melhor Cenário, Femsa/08 Melhor Atriz e Cenário, programa especial para TV Cultura e episódios no suplemento Folhinha do jornal Folha de SP. Sapecado (2008), APCA/08 Melhor Texto e Espetáculo; Femsa/08 Melhor Texto, Trilha Sonora, Espetáculo; CPT/08 Melhor Espetáculo Juvenil e Trilha; Eleito o Melhor Espetáculo Infantil/08 pelo Júri do Guia da Folha e pela revista VEJA. Espoleta (2010), APCA/10 Melhor Direção; Femsa/10 Autor de Texto Original e Melhor Atriz; Melhor Espetáculo Infantil/10 pelo Júri do Guia da Folha e pela revista VEJA; CD lançado pelo selo SESC e gravação de especial para TV Cultura. Rádio Show (2011). Site oficial:www.bandamirim.com.br

PARA ROTEIRO

O FANTASMA DO SOM - Estreia dia 2 de março na sala Jardel Filho do Centro Cultural São PauloTemporada: Quinta e sexta às 14h30, sábados e domingos às 16 horas. Até 31 de marçoIngressos - Gratuito. Capacidade: 321 lugares. Classificação a partir de 5 anos. Duração: 60 minutos. Texto e Direção: Marcelo Romagnoli. Elenco: Alexandre Faria, Claudia Missura, Edu Mantovani, Foquinha, Lelena Anhaia, Nina Blauth, Nô Stopa, Olívio Filho, Rubi, Simone Julian e Tata Fernandes.  Participação Especial: Giovanni Venturini. Iluminação e Cenário: Marisa Bentivegna. Figurino: Fábio Namatame. Direção Musical: Tata Fernandes. Som: Maria Rosa Lopes. Apoio Técnico: Luiz Cláudio Fumaça. Produção: Andrea Pedro.

Sessões de acessibilidade para deficientes visuais e auditivos
Dias 8 e 22 de março - apresentações na linguagem de libras, a linguagem de sinais dos surdos.
Dias 15 e 23 de março - apresentações com audiodescrição.

Centro Cultural São Paulo – Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade. Próximo à estação de metrô Vergueiro. Telefone – (11) 3383-3402. Acesso para deficientes físicos. Ar condicionado.

Sinopse - Comédia musical radiofônica para todas as idades que brinca com variedades do som.  Os onze artistas da Banda Mirim contam a história do fantasma de Janete Azambuja, que ainda vive no estúdio de seu pai e acompanha a gravação da radionovela que vai salvar a emissora da falência.

Elenco e personagens

Alexandre Faria (Pino Azambuja, dono da Rádio), Foquinha (Mercedes Azambuja, sua esposa), Nô Stopa (Mary Lee, a sobrinha americana), Lelena Anhaia(O fantasma de Janete Azambuja), Claudia Missura (Suzete Rupião), Olívio Filho (Cid Farnel), Tata Fernandes (Neusa Maria), Nina Blauth (Constantina Constante), Simone Julian (Cidinha Bisteca, a faxineira), Rubi (Abdias Conceição do Nascimento, o porteiro), Edu Mantovani (Urgel Pitomba, o sonoplasta fanho). 

Músicas

Valsa do Assombro (Lelena Anhaia), Barulhinho (Lu Lopes e Lelena Anhaia), Tangol (Marcelo Romagnoli, Foca e Alexandre Faria), Cumbia (Olivio Filho), Mary Lee (Nô Stopa e Zeca Loureiro), Good Good (Tata Fernandes e Claudia Missura), Eu Tento (Nô Stopa), Pela Estrada (Tata Fernandes), Muito Mau (Tata Fernandes),Tempestade (Simone Julian), Pic Nic com Sol (Tata Fernandes e Marcelo Romagnoli) e O Fantasma do Som (Simone Julian, Tata Fernandes, Claudia Missura e Marcelo Romagnoli).


ARTEPLURAL – Assessoria de imprensa Fernanda Teixeira - 11. 3885-3671/ 9948-5355
Adriana Balsanelli – (11) 99245-4138
Renato Fernandes – (11) 97286-6703

Comédia Il Viaggio leva universo de Fellini para os palcos do interior e litoral paulista


Foto: Jose de Holanda

Texto de Marcelo Rubens Paiva, a partir de concepção de Helena Cerello, é inspirado em roteiro inédito do cineasta italiano. A temporada itinerante do espetáculo pretende conquistar novas plateias com a atmosfera lúdica e cômica. Os ingressos estão com preços populares

Após temporada paulistana, o espetáculo Il Viaggio faz apresentações no interior e litoral paulista no mês de março. A peça passará por Sorocaba (SESC Sorocabadias 2 e 3 de março), Ribeirão Preto (Teatro Santarosadias 8, 9 e 10 de março), Santos (SESC Santosdias 15, 16 e 17 de março) e Jaguariúna (Teatro Municipal Dona Zenaidedias 23 e 24 de março). Na trama, o violoncelista Mastorna embarca em um avião a caminho de uma apresentação da orquestra em que toca. Por conta de uma tempestade de neve, a aeronave é obrigada a fazer um pouso de emergência em uma cidade desconhecida. A partir daí, personagens misteriosos conduzem Mastorna a uma viagem de sonho.

A montagem é uma livre adaptação para teatro do roteiro cinematográfico inédito Il Viaggio di G. Mastorna, de FEDERICO FELLINI, desenvolvido pelo dramaturgo Marcelo Rubens Paiva, a partir de concepção proposta pela atriz e produtora Helena Cerello, com direção de Pedro Granato. No palco, atores de vários grupos: Esio Magalhães (Barracão Teatro), Helena Cerello e Paula Flaiban(Le Plat du Jour), Paulo Federal (Jogando no Quintal), Ed Moraes (Companhia dos Inquietos) e Paula Cohen.

“A peça teve uma ótima repercussão na temporada paulistana. Fãs da sétima arte identificaram o universo de Fellini nas cenas. IL Viaggio faz uma ponte entre o mundo do cinema e do teatro, contemplou vários públicos. Esse espetáculo é um convite para viver a vida, trata da questão da morte sob a ótica do humor do palhaço (clown). Atinge pessoas de todas as idades com a atmosfera lúdica e cômica, além de trazer uma reflexão”, conta a atriz e idealizadora Helena Cerello.

Em 1965, Federico Fellini teve a ideia de realizar o filme Il viaggio di G. Mastorna, sobre a história de um violoncelista, mas o projeto nunca chegou a ser realizado. A história é um pretexto para realizar uma reflexão sobre a vida e a morte. Depois de sofrer o acidente, Mastorna embarca em uma trajetória entre o real e a fantasia, talvez em uma aventura, por intermédio dessa experiência traumática, por sua própria vida e suas lembranças.

A peça se desenvolve com referência visual estética de Fellini. Traz cenas clownescas, bufas, líricas e técnicas de teatro físico, levando o público, por meio do humor, à reflexão sobre temas como a esperança, a morte e o eterno e ridículo desejo de compreender os mistérios que rondam a natureza humana.

 “Fellini sempre falava que seus roteiros são viagens e acho que por isso a peça ficou Il Viaggio. Um caminho que o personagem vai percorrer. Uma viagem para dentro de si mesmo, sua vida. Se é uma viagem que ele realizou e teve seus percalços... vamos deixar isso em aberto”, fala o diretor.

As histórias e os desafios do diretor Pedro Granato
Il Viaggio foi escrito por Fellini como uma narrativa, uma viagem com muitos becos sem saída. Como transportar um roteiro de cinema, com sua característica espetacular, de grande acontecimento, um acidente de avião, com 18 espaços descritos e assumir o jogo teatral, foi o grande desafio do diretor.

 “Não precisávamos abrir mão das ideias do texto para contar a história na linguagem teatral; então, assumimos que o avião se desmembra, e, a partir desse cenário, vão se construindo os espaços citados no roteiro”, explica Pedro, complementando que “do momento do desastre em diante, tudo se cria para aguçar a imaginação do publico”.

Não se trata de uma peça realista. Os espaços não são descritivos. Um pedaço de avião vira a portaria de um hotel. Um letreiro lembra um inferninho. As referências são mescladas na construção de cada espaço. 

Pedro Granato conta: “Na pesquisa para conseguir dar essa amarração usamos a referencia da Divina Comédia, de Dante, que foi muito importante para o Fellini. São coisas que estão claramente na peça, como uma base para contar a historia. A travessia da figura pelo inferno, pelo purgatório, pelo céu, até sua emancipação. Muito mais irônica e anárquica, sem o ponto de vista religioso da Divina Comédia.”

De acordo com o diretor, “a jornada desse herói é uma grande travessia para dentro de si mesmo, de sua vida, um caminho que o personagem percorre. Trabalhamos essa trajetória no maior número de camadas possível. Então, o público pode ler como um acidente, uma descida ao inferno ou uma viagem pela própria existência”.

A história tem como condutoras as aeromoças, que vão guiando e atrapalhando Mastorna  em seu trajeto. Pedro Granato informa que o fio condutor da peça é um bufão, um cara que vai anarquizar, quebrar as regras, que está à margem, ri de si mesmo. “Isso revela muito do universo de Fellini.”

O diretor ressalta que eles não foram fiéis ao que Fellini escreveu. “Criamos a partir disso e estamos fiel à obra dele como um todo. Assistimos todos os filmes. Algumas cenas remetem a filmes de Fellini, como Casanova e Amarcord, por exemplo. Estamos trabalhando totalmente inspirados pela ótica de Fellini.”

Os atores e seus personagens

O elenco é constituído de um coletivo independente de atores profissionais, oriundos de diferentes grupos teatrais de São Paulo, cujas trajetórias estão em grande parte ligadas ao universo do palhaço, do teatro de rua, da improvisação e do circo.

Idealizadora do projeto, a atriz e produtora Helena Cerello - junto com o diretor Pedro Granato – convidou atores com quem tivesse afinidade de trabalho. Ambos buscavam profissionais que tivessem relação com o universo do palhaço, do bufão e facilidade na criação de personagens físicos. Para Pedro Granato, “o perfil de cada um também contou muito, pois o próprio Fellini fazia diversos testes e convocatórias com pessoas para descobrir rostos e tipos surpreendentes”.

Helena Cerello atua como a aeromoça que acompanha Mastorna e tem referência nas amantes dos filmes de Fellini, com seu jeito intenso, louco e apaixonado.
Paula Cohen faz uma aeromoça rude, compõe o par como um palhaço branco. Representa autoridades e um contraponto feminino mais amargurado. Paula Flaiban representa tipos loucos, mulheres grandes, os fetiches tão abundantes na obra de Fellini.

Ésio Magalhães interpreta Mastorna, protagonista da história. Ridículo em sua vontade de ser um sujeito comum, um homem que se transforma ao longo de sua viagem.
Ed Moraes interpreta diversos tipos, pequenos canalhas, trapaceiros, figuras que buscam se aproveitar da confusão de Mastorna. Faz mais de 11 personagens na peça.
Paulo Federal interpreta o Ancião, um bufão marginalizado que conduz a trajetória de ruptura de Mastorna, além de outros personagens patéticos.

“Muitos já se conheciam e trabalhavam entre si em diversos projetos. Estão há meses mergulhados nas obras cinematográficas, escritos e desenhos de Fellini”, conta Helena.
Sobre a adaptação
Helena Cerello diz que encontrou o livro A Viagem de Mastorna, na Itália. “Partimos do argumento - o personagem vai fazer uma viagem, o avião pousa numa cidade estranha onde acontecem coisas que o levam a uma descoberta. A partir de então, fugimos do roteiro original.” Segundo Helena, Fellini retratava todos os sonhos e pesadelos como uma espécie de diário. E nesse livro tem sua carta para o produtor Dino de Laurentis, onde Fellini contava como imaginava o filme.

Sobre sua adaptação, Marcelo Rubens Paiva conta ter partido do romance. “Priorizei a história do músico que queria ser um grande compositor, mas a vida foi passando e ele virou apenas um instrumentista que toca violoncelo.” Para a dinâmica teatral, junto com o diretor, Marcelo repensou o texto em algumas leituras com os atores. De acordo com Marcelo, o espetáculo é uma homenagem a Fellini e a aos italianos da cidade de São Paulo.

Sobre Federico Fellini
Na obra de Fellini é muito presente a narrativa não linear. Com sequências que por si mesmas carregam sua poesia e que ao final, somadas resultam em um sentido que vai muito além delas. Essa habilidade de contar histórias, aliada a genialidade de criar personagens, sempre aproximou o cinema de Fellini à maneira artesanal de se expressar, o teatro e o circo. Seus tipos excêntricos sempre produziram empatia.

Do malandro à prostituta, dos palhaços sem graça aos burgueses entediados. Para além de um realismo duro, Fellini se expressava de maneira muito singular, onde a fragilidade dos pobres era impressa com cores tão tristes quanto singelas. Havia quem o acusasse de pequeno burguês pela delicadeza e doçura que retratava a miséria. Mas ele estava acima de rótulos. Não era comunista, nem fascista. Nem cristão, nem ateu. Era adepto da subjetividade da realidade, era fiel à faceta mais emocional da humanidade.

Ficha Técnica
Il Viaggio – Livre Adaptação - Marcelo Rubens Paiva. Argumento da Livre Adaptação - Marcelo Rubens Paiva, Helena Cerello e Pedro Granato. Roteiro -Federico Fellini.  Direção – Pedro Granato. Elenco - Esio Magalhães, Paula Cohen, Helena Cerello, Paula Flaiban, Paulo Federal e Ed Moraes. Concepção e Coordenação Geral Do Projeto - Helena Cerello. Direção de Arte - Usina da Alegria Planetária. Equipe de Criação - Renato Bolelli Rebouças, Beto Guilger e Vivianne Kiritani. Iluminação - Alessandra Domingues. Trilha Sonora - Marcelo Pellegrini. Assistência de direção e preparação corporal  - Beatriz Morelli.Vídeo - Quelany Vicente. Arte do material gráfico - Ivald Granato. Assessoria de Imprensa - Arteplural. Duração: 85 minutos. Censura: 14 anos.
                                     
Para roteiro

Sorocaba

SESC Sorocaba - Dias 2 e 3 de março, sábado às 20hs e domingo às 19hs
Endereço: Rua Barão de Piratininga, 555, - Jardim Faculdade, - Sorocaba – SP
Ingressos: R$ 12,00 (Inteira), R$ 6,00 (Usuário Matriculado), R$ 3,00 (Comerciários).
Telefone: (15) 3332-9933

Ribeirão Preto

Teatro Santarosa – Dias 8, 9 e 10 de março, sexta às 21hs, sábado às 21hs e domingo às 19hs

Endereço: Pça Rotary Club, 325 - City Ribeirão – Ribeirão Preto – SP

Ingressos: R$ 20,00 (Inteira) e R$ 10, 00 (Inteira)
Telefone: (16) 3916-1350

Santos
SESC Santos – Dias 15, 16 e 17 de março, sexta às 21hs e sábado e domingo às 19hs
Endereço: Rua Conselheiro Ribas, 136 - Bairro Aparecida – Santos – SP
Ingressos: R$ 12,00 (Inteira), R$ 4,00 (usuário matriculado no SESC), R$ 2,00 (Comerciários).
Telefone: (13) 3278-9800

Jaguariúna
Teatro Municipal Dona Zenaide – Dias 23 e 24 de março, sábado às 20hs e domingo às 19hs
Endereço: Rua Alfredo Bueno, 1151 – Centro –Jaguariúna- SP
GRÁTIS
Telefone: (19) 3867-2404

DJAVAN - Turnê "Rua dos Amores"