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terça-feira, 12 de março de 2013

Projeto Sons da Nova apresenta Pedro Mariano


Estreia no Teatro Commune, em São Paulo “9 Mentiras Sobre a Verdade”


Estreia no Teatro Commune, em São Paulo

“9 Mentiras Sobre a Verdade”

O espetáculo solo inédito ficará em cartaz de 14 de março a 19 de abril

Já dizia o ditado popular: uma mentira contada mil vezes se torna verdade. Lara, uma suposta atriz de cinema, gostaria que esse ditado popular fosse verdade. Com uma vida sem cor, perdida em meio às frustrações do cotidiano, ela borra constantemente os limites entre realidade e ficção, escrevendo (ou melhor, inventando) suas experiências à maneira que lhe convém. Esse hábito a faz buscar um grupo de apoio a mentirosos compulsivos.

Atriz ou dona de casa? Saber quem é Lara não é tarefa fácil. Com grande convicção, ela afirma ser uma estrela cinematográfica, sendo desmentida em seguida por uma ligação do filho, que a lembra de seus afazeres domésticos. As histórias das quais se apropria e incorpora em sua biografia remetem a grandes sucessos do cinema, mas a realidade vivida por ela é o oposto desse glamour e brilho.

“Ela é uma pessoa que colore um pouco mais a realidade, tem um olhar criativo sobre as coisas”conta Vanise Carneiro, intérprete da personagem.

Passean­do entre o cômico e o dramá­tico, 9 Mentiras Sobre a Verdade é estrutura­do como uma sessão do tal gru­po de apoio aos mentirosos com­pulsivos. Lara se confessa pa­ra a plateia, enquanto desfila sua galeria de tipos e histórias. “No decorrer da encenação a personagem vai tirando suas diversas máscaras, despindo-se dos acessórios que compõe sua imagem e revelando sua humanidade”, atesta a atriz. Pela elogiada interpre­tação, Vanise Carneiro recebeu o Prêmio Açoria­nos de Melhor Atriz, em 2010.

A peça
Escrita pelo prestigiado dramaturgo gaúcho Diones Camargo , 9 Mentiras Sobre a Verdade estreou em Porto Alegre em novembro de 2010. A peça foi inspirada no conto MonPlaisir, do livro “É claro que você sabe do que estou falando”, da escritora e cineasta americana Miranda July. O espetáculo foi apresentado em diversas cidades do sul, como Londrina, Pelotas, Santa Maria e Gravataí, com grande sucesso de público e crítica. Rio de Janeiro, Recife, Brasília e Montevidéu também prestigiaram essa homenagem à sétima arte.

A peça é a segunda experiência em direção teatral do premiado cineasta Gilson Vargas, que utiliza no espetáculo projeção de imagens, elemento que não funciona apenas como cenário, mas também como propagador de sensações. Um dos desafios ao assistir a apresentação é adivinhar de quais filmes a personagem Lara se apropria, de quais histórias e verdades toma para si.

Passagens de dois filmes icônicos de Ridley Scott surgem durante a peça, além de outros clássicos. As frases de sabedoria que pontuam a narrativa de Lara, propiciando também uma unidade temática, até lembram a fase áurea da filmografia de Jean-Luc Godard, sendo batizadas pela personagem de ''anotações mentais''. Uma das mais memoráveis: ''a vida é cheia de erros de continuidade''.

9 Mentiras Sobre a Verdade é mais uma produção da Cia. Teatro Líquido, companhia fundada por Vanise Carneiro e Gilson Vargas, em 2007, no Rio Grande do Sul.

FICHA TECNICA
Texto: Diones Camargo
Direção: Gilson Vargas
Elenco: Vanise Carneiro
Iluminação: Fernando Ochôa
Vídeos: Gabriela Bervian
Cenário e figurino: Cia. Teatro Líquido
Trilha sonora original: Gilson Vargas e Gabriela Bervian

SERVIÇO:
O quê: “9 Mentiras Sobre a Verdade”
Onde: Teatro Commune
Endereço: Rua da Consolação, 1218 – Consolação
Telefone: (11) 3807-0792 - teatrocommune@commune.com.br
Quando: De 14 de março a 19 de abril, quintas e sextas, às 21H
Quanto: R$ 30,00 inteira e R$ 15,00 meia (Idosos, Estudantes, Classe Artística e Professores)
Capacidade: 83 Lugares
Duração: 60 min      
Recomendação: Livre


IMPRENSA // André Moretti

Contatos
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Brincando com a Morte traz para o Brasil o humor negro de Funeral Games, de Joe Orton


O autor é considerado um dos dramaturgos mais originais do século XX.

Com direção de Alexandre Tenório, a peça Brincando com a Morte (Funeral Games) do dramaturgo inglês Joe Orton estréia no dia 15 de março, sexta, no Teatro Cultura Artística – Itaim, às 21 horas. Suspense, humor negro, situações surreais, comédia e melodrama permeiam a montagem que fala do uso da fé como instrumento de manipulação e geração de riquezas, de um suposto adultério e de assassinatos.

Traduzida por Eduardo Muniz, o espetáculo tem elenco formado por Fernanda CoutoEdu Guimarães,Kiko Vianello, Tadeu Di Pyetro e Rodrigo Sanches. A ficha técnica tem ainda Theodoro Chocrane na criação do figurino, Chris Aizner na cenografia, Caetano Vilela na iluminação, Dr. Morris na trilha sonora e Carlos Mamberti na produção.

Brincando com a Morte foi escrita, originalmente, para a televisão, em 1966, no período mais criativo da carreira de Joe Orton que vai até 1967. O diretor AlexandreTenório afirma que o texto é mais atual e contundente hoje, dentro da realidade brasileira, do que quando foi escrito. “Funeral Games tem a força necessária para entrar no subconsciente da sociedade, pela fresta do social e emocional”.

Carregada de um humor ácido, a peça é uma sátira à caridade cristã. Critica a hipocrisia, as falsas religiões e também a moral vigente. Orton, em sua curta e intensa carreira surpreende, choca e diverte com refinamento e deboche, revelando as contradições humanas.

A trama

As referências geográficas mais específicas da peça, originalmente inglesas, foram adaptadas para o Brasil atual. No enredo, Pringle (Kiko Vianello) é pastor de uma irmandade vigarista que recebe uma carta anônima que acusa sua esposa Tessa (Fernanda Couto) de manter um relacionamento com outro homem, McCork (Tadeu Di Pyetro). Ele contrata o detetive Caulfield (Edu Guimarães) para investigar o caso. O possível amante, por sua vez, é também suspeito de ter assassinado a própria esposa. O adultério é um equivoco. Tessa é inocente. Mas a confusão se instala quando Pringle diz que a esposa “partiu” e todos pensam que ele a matou. Situações surreais com uma lógica toda particular se sucedem, onde ética e moral estão a serviço da conveniência de cada personagem.

A montagem

A encenação parte do princípio de que todo ser humano é esquecido e todos viram pó. Apesar dos homens se digladiarem por fama, fortuna e poder, eles terminarão sempre no cemitério. No início da peça é como se o público adentrasse em um cemitério; as personagens começam e terminam a história como se fossem estátuas de pedra. O diretor Alexandre Tenório conta que a impressão primeira do público tem relação com a estranheza, mas depois a trama constrói uma lógica que envolve o espectador.

O diretor também explica que a montagem brinca com a farsa e com a realidade: “a peça tem estrutura de farsa, muito ligada ao suspense. Nos dois gêneros você precisa acreditar que o corpo está no porão, que o amante está no armário, que a mão escondida dentro da lata é humana”. Ele explica que a peça é atual com referências contemporâneas, mas a estética é medieval. “O mundo atual está mergulhado em memórias góticas”, completa.

O ambiente da história de Orton é amoral. O que lhe importa são os interesses pessoais e políticos, a imagem pública. Ele critica tudo numa trama que envolve vários níveis políticos, sociais e raciais. E não perdoa nada. Coloca em cheque tanto os fatores políticos, econômicos e religiosos, quanto a imprensa, a moral e a sociedade. O diretor comenta que Brincando com a Morte pretende causar no espectador a sensação de que ele está em um sonho, ou pesadelo, mas há de perceber que os fatos absurdos testemunhados são como aqueles que nos acometem no dia a dia e que aceitamos como se tudo fosse plausível”.

O cenário (Chris Aizner) é composto por áreas que se sobrepõem. Uma única peça com duas salas e um escritório ao centro acolhe as cenas. A cenografia tem um tom eclesiástico, remetendo à religiosidade. O figurino (Theodoro Chocrane) valoriza a importância da imagem, a sedução, os personagens usam roupas alinhadas e cabelos bem penteados.

Ficha técnica
Espetáculo: Brincando com a Morte
Texto: Joe Orton     
Tradução: Eduardo Muniz
Direção: Alexandre Tenório
Elenco: Fernanda CoutoEdu GuimarãesKiko Vianello, Tadeu Di Pyetro Rodrigo Sanches.
Figurino: Theodoro Chocrane
Cenário: Chris Aizner
Iluminação: Caetano Vilela
Trilha sonora: Dr. Morris
Programação visual: Estúdio Bogari
Direção de produção: Carlos Mamberti
Produção executiva: Daniel Palmeira
Realização: Ananda Produções e CD4 Produções
Patrocínio: Carbocloro, Porto Seguro e Vedacit
Apoio: ProAC – ICMS (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo)
Serviço
Estréia oficial: Dia 15 de março – sexta-feira – às 21 horas
Teatro Cultura Artística - Itaim
Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 1830 - Itaim Bibi/SP - Tel: (11) 3256-0223
Temporada: sextas (21h30), sábados (21 horas) e domingos (18 horas) – Até 02/06
Ingresso: R$ 40,00 (sexta e sábado) e R$ 30,00 (domingo)
Classificação etária: 16 anos. Duração: 70 min. Gênero: Suspense
Capacidade: 303 lugares. Bilheteria: Terça a quinta (15h-19h), sexta e sábado (após 15h) e domingo (após 14h). Aceitas todos os cartões. Ar condicionado.
Acesso universal. Ingresso p/ telefone: (11) 3258-3344. Estacionamento: R$ 18,00


Joe Orton - autor
(Informações retiradas da biografia Prick up Your Ears, de John Lahr)

Entre 1963, quando sua primeira peça foi montada, e 1967, quando morreu, o inglês Joe Orton se tornou um dramaturgo de reputação internacional. Sua obra era pequena, mas seu impacto era imenso. Em 1967, o termo “orthonesco” estava incorporado ao vocabulário inglês, um adjetivo compacto para descrever cenas violentamente ultrajantes. Orton escreveu três grandes peças – Entertaining Mr. Sloane (Entretendo o Sr. Sloane)Loot (O Olho Azul da Falecida) e, a postumamente montada, What the Butler Saw (Aquilo que o Mordomo Viu), além de outras quatro peças curtas. Em sua meteórica carreira, foram feitos dois filmes baseados em suas peças; e Loot recebeu o prêmio do Evening Standard de melhor peça de 1966. As peças de Orton sempre escandalizavam as plateias, mas sua sagacidade (wit) fazia o ultraje memorável.

A morte de Orton – tão intrinsecamente atada à ironia de seu fascínio pelo grotesco – despertou grande interesse público. Nenhum outro dramaturgo havia tido um fim tão medonho. A notícia foi primeira página em todos os grandes jornais ingleses. O obituário do The Times (escrito pelo crítico de teatro Irving Wardle) dizia que Orton era “um dos mais refinados estilistas da nova dramaturgia britânica... um legítimo artista do diálogo e um anarquista por natureza”. Foi a melhor crítica que Orton recebeu em toda sua vida. Quase que instantaneamente a morte de Orton se tornou mais famosa que sua obra. Muitos a interpretaram como resposta a sua implacável postura anárquica e seu humor. Mas Orton nunca se submeteu à condição de um mártir constrangido pela sociedade. Tão pouco foi vítima do culto ao êxtase que tirou a vida de tantos artistas pop dos anos 60. Orton foi assassinado a marteladas por seu companheiro Kenneth Halliwell, que pouco tempo depois, dominado pelo remorso cometeu suicídio.



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