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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Aos 25 anos, o escritor Guilherme Junqueira lança seu terceiro livro, Intrigas Augustas


Com estilo direto e corrosivo de escrever, o jovem autor situa os três contos que recheiam o livro na madrugada paulistana. Livro está sendo vendido na Livraria Cultura
Depois de “Suicida Rock’nRoll” (2010) e “O Evangelho Segundo a Carne” (2011), Junqueira traz para sua terceira publicação da carreira 3 protagonistas femininas que vivem dilemas aos 27 anos. “Intrigas Augustas” é uma espécie de trilogia dos 27 anos, com mulheres que flertam com a morte e a ideia de perderem a vida antes dos 28, assim como tantos ídolos do rock como Janis Joplin, Curt Cobain e Jim Morrison. As histórias foram inspiradas nas noites e madrugadas de São Paulo, com foco específico no Baixo Augusta. As três histórias do livro, que o próprio autor define como sendo histórias de vício, crime e paixão, revelam o submundo da condição humana.
A primeira história do livro “Monalisa Underwear” já foi encenada sob a direção do próprio autor, cumpriu temporada no Teatro Cemitério dos Automóveis em abril e maio deste ano. A trama é de um escritor boêmio, que escreve sobre as mulheres que sai e nunca se apaixona, até conhecer a misteriosa Mona Hard, cantora junkie de uma banda. Os outros dois contos também devem ganhar suas versões para o palco em breve. “Black Vomit Blues”, que narra um inusitado encontro entre Bárbara Camille, uma mocinha careta e Beliel, que se apresenta como se fosse o próprio diabo e oferece à protagonista uma longa noite de loucuras na Rua Augusta.
No último conto “A Morte Sorriu Pra Mim”, a protagonista do conto se chama Celine Satã, e é uma atriz underground morta de overdose na noite do seu aniversário. Celine volta do além para assombrar seu melhor amigo, um cartunista homossexual. “Escrever sobre garotas é um exercício de observação. Elas são mais profundas, abrem um leque maior para sentimentos e reações. Fechei três histórias e aconteceu de todas terem 27 anos. Convivo com muita gente nessa fase e é difícil”, disse o autor. As principais inspirações dramatúrgicas para Junqueira vão das tragédias gregas a Nelson Rodrigues, Harold Pinter e Plínio Marcos. Suas personagens enfrentam as situações mais absurdas com muita naturalidade, bem como acontece com as heroínas de Pedro Almodóvar.
A escritora Adriana Zapparoli na apresentação do livro descreve o estilo de Junqueira da seguinte forma:
“O autor possui um estilo direto e forte e descreve de forma verossímil a degradação humana. Poética que conta a paixão, o amor, o sexo, as relações turbulentas, as drogas e o calvário do subemprego, transformando a matéria do cotidiano em arte e poesia com alto teor (..) Geralmente, a violência de sua linguagem oculta uma ternura sem piedade pelos predadores e pelos excluídos mais atormentados. Seus personagens mergulham na excitação frenética, na insanidade corrosiva das noites mormacentas e irrompem nas manhãs da névoa poluída de São Paulo em memórias que fundem o hilário ao melancólico.”
Sobre o autor
Guilherme Junqueira tem 25 anos, estudou artes cênicas no Conservatório Dramático Carlos de Campos de Tatuí, sua cidade natal. Desde 2007 Junqueira  vive em São Paulo, cidade que escolheu para exercer seu trabalho. O jovem atua em diversas frentes culturais, já publicou romances, no áudio visual já dirigiu e escreveu roteiros para curta metragens, participando de festivais de cinema alternativo. Além disso, mantém uma carreira de desenhista expondo seu trabalho em clubes noturnos e fazendo flyers para bandas de rock do baixo-augusta.  Em “MonalisaUnderwear” estreou também como diretor de teatro.
Junqueira integra a Companhia Cemitério dos Automóveis e seu livro pode ser facilmente encontrado na vitrine do teatro fundado e dirigido por Mário Bortolotto – de quem ganhou o apelido de Sugar, em referência ao pugilista Sugar Ray Leonard, já que o Junqueira pratica boxe como lazer.

Formato: Livro
Idioma: PORTUGUES
Editora: LUMME EDITOR
R$ 27,00
Livraria Cultura

8º Festival Cine Favela de Cinema abre inscrições para a Mostra Competitiva

Considerado o maior evento dedicado ao cinema periférico no mundo, Festival terá a coletividade como tema central e dará ênfase a produções realizadas em comunidades populares.


Estão abertas as inscrições para o 8º Festival Cine Favela de Cinema. Os interessados em participar daMostra Competitiva, cujo tema é livre, devem se inscrever até o dia 10 de setembro. No site do Festival -www.festivalcinefavela.com.br – estão disponíveis todas as informações necessárias para realizar as inscrições.

Podem participar filmes de todos os gêneros e formatos, com duração de até 90 minutos (incluindo tempo dos créditos), que tenham sido realizados a partir de 2010. O melhor filme será eleito pelo público e receberá prêmio em dinheiro.

Em seu oitavo ano de realização, o Festival, que se dedica exclusivamente à difusão de filmes realizados por ONGs, Associações, Coletivos, Universitários, Periferias e Produtores Independentes e Periféricos, traçará um panorama do cinema periférico produzido no mundo e chegará a sete Comunidades Populares de São Paulo, entre outras novidades.

Em 2013, o Festival, idealizado pela Associação Cultural Artística Cine Favela e realizado pela MUK, acontecerá de 1o a 10 de novembro e terá como tema central a “Coletividade”. “Queremos trazer para o primeiro plano o cinema produzido de forma artesanal e dar ênfase aos realizadores de comunidades populares” explica Daniel Gaggini, diretor do Festival.

Uma oficina, ministrada pela Confraria de Colagem para mais de 60 jovens na Comunidade de Heliópolis, resultou na criação coletiva da arte que estampará todo o material gráfico da 8o edição.

Nesta edição, o Festival ampliará seu alcance, levando suas atividades às Comunidades de Heliópolis, Paraisópolis, Cidade Tiradentes, Grajaú, Brasilândia, Jardim Ângela e Capão Redondo que, juntas, somam mais de 1,5 milhões de pessoas, e também a Estações do Metrô, Escolas Públicas, Entidades de Reabilitação e unidades da rede SESC-SP.

 O projeto Cine Favela

O projeto CINE FAVELA foi fundado em 2003 por um grupo de moradores da Comunidade de Heliópolis/SP com a missão de capacitar e promover a inclusão sociocultural de jovens por meio do cinema. Mais informações sobre o projeto emwww.cinefavela.org.br

Informações - tel: (11) 3141 –1595 ou contato@festivalcinefavela.com.br.

Assessoria de imprensa: VERBENA COMUNICAÇÃO
Tel. (11) 2738-3209 / 99373-0181 – eliane@verbena.com.br

Invasor(es), de Roberto Alvim, engata temporada no Centro Cultural São Paulo

O texto de Beatriz Carolina Gonçalves tem diálogos ágeis e rubricas incorporadas às falas. Com ação ambientada no campo, durante a época das chuvas, a peça trata da complexidade das relações afetivas entre um homem e uma mulher, vividos por Paula Cohen e Joca Andreazza

Após temporada de estreia no Sesc Pompeia (até dia 7 de julho), a peça Invasor(es) emenda temporada agora Centro Cultural São Paulo, a partir de 19 de julho, sexta-feira e sábado às 21h e domingo às 20h, no Espaço Cênico Ademar Guerra. Com texto deBeatriz Carolina Gonçalves e direção de Roberto AlvimPaula Cohen e Joca Andreazza dão vida aos personagens, em diálogos ágeis, permeados por vazios, que deixam ao espectador a tarefa de preencher as lacunas, relacionando as informações e desvendando as relações subterrâneas ao discurso.

A temporada no CCSP oferece uma promoção para estudantes da rede pública. Em todas as sessões serão disponibilizados 20 ingressos gratuitamente para alunos do ensino médio, mediante a apresentação da carteira de estudante. Além disso, haverá uma apresentação promocional no dia 26 de julho, sexta-feira, com ingressos a R$ 3,00.

A ação se passa no campo, onde vivem Ele e Ela. Durante a época das chuvas, o volume das águas de uma represa local ameaça inundar as plantações. Um grupo de fazendeiros da região decide então abrir as comportas da represa, inundando a cidade que fica rio abaixo. Além das consequências do ato irreversível, um acampamento amedronta os donos da terra. É nesse contexto violento e perigoso, acuados pela presença inesperada de um intruso, que os personagens revelam sua história.

A autora incorpora as rubricas ao texto dramático e estabelece uma base lógica entre um dilema moral, ou a ausência dele, diante da cumplicidade com a violência e o torpor que acomete os personagens. “Em 2010, devido às chuvas, as represas em várias partes do Estado estavam em seu nível máximo. Li num blog que, numa cidade do Interior, a população se organizou e abriu as comportas do reservatório local. O ato ficou na minha cabeça e deu origem ao argumento da peça”, explica a autora.

Para o diretor Roberto Alvim, a trama flutua entre aspectos políticos e psicanalíticos. ”Um casal proprietários de um latifúndio defende-se da ameaça de invasão por locais, ao mesmo tempo em que, fechados em uma casa de fazenda claustrofóbica, vivem imersos em uma relação doentia, carregada de tensão sexual. A relação de posse termina mergulhando ambos em uma vertigem de memórias e emoções contraditórias.”

A peça está focada na relação que mantém unidos os personagens, mas a violência do entorno não deixa de dar cor à ação. “Acho extremamente oportuno discutir a violência no campo e a degradação do meio-ambiente, pois são questões urgentes, e pouco discutidas em nossa literatura dramática. Mas que ninguém espere um texto político. A história gira em outra chave: a do afeto, rejeição e dependência entre os personagens”, diz a autora.

A montagem
A encenação de Alvim procura desvelar essas possibilidades e confrontar o espectador com o fato de que a esfera política e o campo do inconsciente se misturam de modo inseparável. “Trata-se de questões eminentemente atuais, ligadas à luta travada diariamente em nosso país, já há muito tempo. Embora trafegue por um caráter social urgente, também alcança temas ligados à posse e à proteção daquilo ou daqueles que supostamente nos pertencem. Aliás, quem é o invasor nesta obra?”, questiona o diretor.

A montagem segue a linha minimalista com a qual o diretor vem trabalhando. O cenário, assinado a quatro mãos por Simone Mina e Roberto Alvim, traz poucos elementos cênicos que remetem a uma casa de fazenda: uma cabeça de boi, troncos de madeira pelo chão, uma cadeira, um back light ao fundo.

Alvim foca o trabalho dos atores na palavra e na força do texto, na imobilidade corporal e na penumbra que filtra o olhar da plateia, ora permitindo e ora impedindo o público de ver as expressões faciais dos atores. “Ali está projetada uma estrutura do inconsciente. Procuramos nos colocar no lugar existencial em que a autora estava no momento da escritura”, conclui. 

Sobre o diretor Roberto Alvim

Roberto Alvim é dramaturgo, diretor e professor de Artes Cênicas. Lecionou Dramaturgia e História do Teatro em instituições como a Universidade de Córdoba (Argentina), a Escola Livre de Teatro (SP) e a Casa das Artes de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, além de ministrar oficinas de dramaturgia em diversos Estados, a convite do MinC. Foi Diretor Artístico do Teatro Carlos Gomes (RJ), de 2001 a 2004, e do Teatro Ziembisnki (RJ), em 2005. É coordenador do Núcleo de Dramaturgia do SESI de Curitiba. Atualmente reside em São Paulo, onde dirige, desde 2006, a companhia Club Noir, dedicada a encenar obras de dramaturgos contemporâneos. Foi vencedor do Prêmio BRAVO! Prime de Melhor Espetáculo do ano, em 2009, com a peça O Quarto, de Harold Pinter e Prêmio Especial da APCA 2012 (Associação Paulista dos Críticos de Arte) pelo projeto Peep Classic Ésquilo.

Sobre a autora Beatriz Carolina Gonçalves 
Beatriz Carolina Gonçalves é jornalista e dramaturga. Nos anos 90, fez parte do Núcleo dos 10, grupo de estudos em dramaturgia coordenado por Luis Alberto de Abreu. Em 2002 integrou o Programa de Residência Internacional do Royal Court Theatre, um dos mais importantes centros voltados à dramaturgia contemporânea, sediado em Londres. Entre os textos que escreveu para o teatro estão Esvaziamento (direção de Luiz Valcazaras, 2007); Umzé, escrita com subvenção do Royal Court Theatre e apresentada em Londres (2004) e no Brasil (direção de Helio Cícero, 2007), e A Fedra (direção de Suzana Aragão, 2006), contemplada com o Fomento para Circulação de Espetáculos Teatrais, apresentada em São Paulo e em doze cidades do interior paulista.

É curadora de programas na área de jornalismo, arte e literatura, entre eles Sarau de ideiasDa Semana de 22 ao Mangue BeatIdeias Onlin, Arte Contemporânea e Cultura Digital, Humor & Companhia, O Humor na Mídia e nas ArtesJornalismo LiterárioRadiografia Cultural: Periferia e Underground em SP, apresentados em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e em várias cidades do país, pelo Centro Cultural Banco do Brasil.

Sobre Paula Cohen

Atriz, formada pela Escola de Arte Dramática (EAD/USP). Entre os inúmeros espetáculos em que atuou, destacam-se Arena Conta Danton (direção Cibele Forjaz),Suburbia (Francisco Medeiros), Antes do Café (Celso Frateschi)Tartufo (José Rubens Siqueira), Cleide Eló e as Peras (Gustavo Machado), Navalha na Carne (Pedro Granato), A Noite Mais Fria do Ano (Rubens Paiva), Hamlet Máquina (Dimiter Gotscheff), A Doença da Morte (Márcio Aurélio). Na TV, participou dos humorísticosSob Nova Direção (2004), Retrato Falado (2004) e Dias de Glória (2002), pela Rede Globo, e também da novela Canavial das Paixões, exibida pelo SBT, em 2002. No cinema, atuou nos curtas Parabéns (2005), Ímpares (2003) e Let's Try to Forget (2000), e nos longas Avassaladoras (2002) e Por Trás do Pano (1999).

Sobre Joca Andreazza
Ator, pesquisador, educador, diretor e tradutor. Em sua carreira como ator destacam-se os espetáculos: Aqui Não, Pantaleão (1989), A Bilha Quebrada (1993), Os Lusíadas (2002), como narrador do espetáculo, e Agreste (2004) que recebeu os prêmios Shell e APCA de melhor texto, além de sua indicação de melhor ator para o prêmio Shell e Prêmio Qualidade Brasil de 2004 (categoria drama); Anatomia Frozen (2009), prêmio Cooperativa Paulista de Teatro de Melhor Elenco. Participou de todos os festivais internacionais no Brasil com a peça Agreste e esteve representando o país como convidado do Festival de Teatro a Mil (no Chile, 2005) e em Berlim na Copa Cultural (2006). Apresentou-se com aulas-espetáculo sobre Charles  Baudelaire na Livraria da Vila e na Casa das Rosas em 2009 comemorando o ano da França no Brasil. Em 2012 participou da Mostra de Comemoração dos 20 anos da Cia Razões Inversas com as peças A Bilha Quebrada, de Heinrich Von Kleist, A Ilusão Cômica, de Pierre Corneille, Agreste, de Newton Moreno e Anatomia Frozen, de Briony Lavory. Em 2012, recebeu o prêmio APCA de Melhor Ator pelas peças A Ilusão Cômica e A Bilha Quebrada.

Para roteiro:
INVASOR(ES) – Reestreia dia 19 de julho, sexta-feira, no Espaço Cênico Ademar Guerra do Centro Cultural São PauloAutorBeatriz Carolina Gonçalves.Direção e IluminaçãoRoberto AlvimAssistente de DireçãoMarcelo RoratoElencoPaula Cohen e Joca Andreazza. Direção de Produção e Administração:Texto Intermídia / Assessoria de Comunicação e Produção Cultural. Produção Executiva: Eliane SombrioTrilha SonoraFabrício Cardial. Assessoria de ImprensaArte Plural – Fernanda Teixeira. FotografiaArnaldo Pereira. Registro em Vídeo: Vanderlei Gussonato. DesignerRodrigo Sommer.

TemporadaDe 19 de julho a 25 de Agosto. Sexta-feira e sábado, às 21h, e domingo às 20h. Ingressos: R$ 20,00 (inteira). Recomendação etária: 16 anos.Capacidade: 80 lugares. Duração: 40 minutos. Promoção para estudantes da rede pública: Cota de 20 ingressos liberados gratuitamente, diariamente (sexta, sábado e domingo), para estudantes do ensino médio, mediante a apresentação da carteira de estudante. Sessão promocional no dia 26 de julho, sexta-feira, com ingressos a R$3,00.


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Sábado tem Brique na Praça da Bíblia - SC

FCBC-03/julho/2013
Sábado tem Brique na Praça da Bíblia  
A Fundação Cultural de Balneário Camboriú (FCBC) promove sábado, 6, o Brique Cultural de julho. A essência do Brique é a possibilidade de vender, trocar ou comprar produtos diversos. Os estandes são montados junto à Vila do Artesanato, na Praça da Bíblia, que abriga a feira permanente dos artesãos locais. Os interessados em fazer o cadastro para participar do Brique devem procurar a FCBC de segunda à sexta-feira, das 13h às 19h, nos termos do edital geral do Brique 2013 publicado emwww.balneariocamboriu.sc.gov.br/editais.
Este também é o fim de semana do Arraial do Bom Sucesso, na Praça Higino Pio que fica ao lado da Praça da Bíblia (Avenida Alvin Bauer). Sendo assim, os expositores que tiverem interesse podem estender sua participação até o encerramento do Arraial, que no sábado será às 23h.

Programação Cultural – 6/julho – Sábado, Praça da Bíblia
Das 14h30 às 16h
Apresentação de alunos do Projeto Oficinas
Dança de Salão, orientação do professor José Waldir Coral
Hip Hop, orientação do professor Júnior Benício Gomes
Jazz, coreografia Dois Mundos, orientação da professora Kasyane Santana Archer

Mais informações:
Paulo César – (47) 3366.5325, das 13h às 19h

Prefeitura de Balneário Camboriú
Assessoria de Imprensa
Fundação Cultural/FCBC
Texto: Vânia de Campos

Adaptação do texto de Jean Genet, As Desgraçadas, da Cia Auroras, cumpre temporada no Teatro Cacilda Becker

Uma instalação formada por 380 lâmpadas incandescentes delimitam o espaço cênico. A trilha sonora é disparada ao vivo de acordo com a pulsação da cena. A peça foi Indicada ao Prêmio CPT na categoria Projeto Visual em 2012.

Unindo diferentes linguagens artísticas, como as artes cênicas e as artes plásticas, além de flertar com o universo das telenovelas brasileiras de forma bem humorada e áspera, a peça As Desgraçadas, da Cia Auroras faz temporada de 19 de julho a 25 de agosto, sextas e sábados às 21h e domingo às 19h, no Teatro Cacilda Becker.

A dramaturgia é de Felipe Sant`Angelo, livremente inspirada no texto As Criadas, do dramaturgo francês Jean Genet (1910-1986) com direção de Beatriz Morelli. O artista plástico Ding Musa assina cenografia e iluminação, a trilha sonora original é de Bill Saramiolo. No elenco, Giu RochaMariana Leme e Rita Batata.

Em cena, uma babá devota, uma doméstica insatisfeita com o serviço e uma patroa que trata suas funcionárias como seres invisíveis. A cenografia suspensa, formada por 380 lâmpadas incandescentes enfileiradas, delimita o palco onde acontecem os embates sentimentais, ideológicos e morais entre as personagens. As atrizes tem autonomia para manipular a luz de dentro do espaço cênico, direcionando o olhar do público.

A encenação busca um espaço não realista, onde cada gesto, adereço ou objeto cênico tem sua função clara. “A síntese é um elemento fundamental na minha concepção, presente tanto nas ações físicas das personagens, quanto na composição estética do espetáculo (cenografia, luz, trilha sonora e figurino). Isso cria um contraponto interessante com o tom melodramático do texto onde o exagero está declarado. Recortes na encenação, verticalizam, de forma bem humorada, os delírios das personagens. Aquilo que estamos acostumados a esconder por trás da máscara social, é revelado para o público”, conta Beatriz Morelli. 

Conflitos declarados
Graça (Rita Batata) é uma babá tão devota ao trabalho que chega ao extremo de confundirse com sua patroa. Dona Carmen (Mariana Leme) é uma mãe de família que acaba de ser abandonada pelo marido depois de descobrir, por meio de uma carta anônima, que ele tinha um caso com uma mulher mais jovem. Lurdes (Giu Rocha) é uma doméstica insatisfeita com seu trabalho, mas que assume com prazer o papel da opressora quando descobre que Graça é a autora da carta anônima, e ameaça denunciála caso a babá não faça todo o serviço da casa por ela. Enquanto D. Carmen trata suas empregadas como seres invisíveis, Lurdes e Graça travam uma batalha que fatalmente chamará a atenção da patroa e levará seu lar à derradeira ruína.

A montagem provoca o espectador ao fazer uma reflexão sobre as relações sociais, e estabelece na arena dos embates sentimentais, ideológicos e morais das personagens, uma possibilidade de identificação, questionamento e troca com o público. Apropria-se desta linguagem para fazer uma crítica sarcástica da relação patroa/empregada e das relações afetivas de submissão.

“Assim como acontece nas novelas, a peça tem apelo popular ao abordar questões por meio dos conflitos declarados das personagens. Nos utilizamos do olhar do público habituado a televisão para ir além e proporcionar uma vivência estética que abra um novo paradigma e gere o interesse para o que existe além da cultura de entretenimento. Ampliando a análise para o âmbito sócio-político, apresentamos o embate entre as classes sociais, que mesmo separadas por um abismo de realidades distintas, convivem e dividem o mesmo teto. Uma casa onde as personagens se vêem obrigadas a se relacionar e nutrem sentimentos de afetividade, rivalidade e indiferença, inerentes a todo ser humano”, fala a diretora.

A cenografia de Ding Musa sugere um ambiente intimista e claustrofóbico e foi criada a partir da leitura do texto Entre Quatro Paredes,de Jean-Paul Sartre. “Quando li o texto do Felipe Sant’Angelo pela primeira vez, me veio a imagem dos personagens tendo de se resolver dentro de um ambiente fechado e pequeno, que me lembrou muito o texto de Sartre. A ideia foi tirar os aspectos realistas e criar um ambiente que apenas sugerisse um espaço de arquitetura fechado, iluminado como um todo, onde ficassem mais evidente as relações que se estabeleceriam entre os personagens. Como uma forma de purgatório, ou limbo, onde todas as questões pendentes precisassem ser esclarecidas. Os objetos de cena, com exceção da taça e do chapéu, foram reduzidos a um banco, uma caixa de jóias e uma mamadeira de vidro, para que o texto fosse valorizado e ficasse ainda mais evidente esse aspecto de um lugar etéreo, onde questões que sobressaem o mundo precisassem ser resolvidas”, conta o cenógrafo.

A trilha sonora original do Bill Saramiolo pontua e colore a atmosfera da peça. É executada ao vivo, por meio de um equipamento eletrônico que dispara as faixas em tempo real, em sintonia com a pulsação das atrizes. O figurino de Mira Andrade é atemporal, mas toma como referência elementos que sintetizam o vestuário da alta burguesia francesa da época do Pós-Guerra, mesmo período que foi escrita a peça As Criadas, de Jean Genet.

Após estrear no Sesc Santos, em 2010, As Desgraçadas cumpriu temporada no Sesc Consolação e Oficina Cultural Oswald Andrade, concorrendo ao prêmio CPT-2012 (da Cooperativa Paulista de Teatro) na categoria Projeto Visual - que contempla cenografia, direção, figurino e maquiagem do espetáculo - ao lado do Teatro da Vertigem. Em julho, participa do Festlip - Festival Internacional da Língua Portuguesa, no Rio de Janeiro.


As atrizes e suas personagens
Giu Rocha – Lurdes, a faxineira
“A Lurdes é a personagem que de cara expõe seu lado podre sem melindres. Essa é sua força, sua arma de proteção e sua graça. Ela é a faxineira e carrega a simbologia de quem "mexe com a sujeira" com o lado escuro. Seu humor mora exatamente na clareza que ela tem da sua "maldade" e na maneira leve com que ela encara sentimentos como a inveja e a cobiça. Essas características refletem fisicamente em uma partitura que privilegia o plano baixo (está quase sempre no chão), um timbre que passeia por regiões mais graves e tempos de resposta mais esgarçados e debochados. É uma personagem cheia de dicotomias, onde habita a podridão e a leveza, a sombra e o deboche, a inveja e a brincadeira.”

Mariana Leme – D. Carmen, a patroa
“Ela é uma mulher insegura, que vive de aparências e relações superficiais. De origem abastada, nunca se esforçou para conquistar nada. O marido e o filho são objetos de consumo, peças que compõem o modelo "socialite" de alto nível. D. Carmem vive em um mundo à parte, uma vida fantasiosa e de extrema instabilidade emocional, onde não dirige a palavra -- nem sequer o olhar -- para suas empregadas; conversa com elas por meio do filho, sendo assim autoritária e por vezes opressora. A rejeição do marido é a constatação de sua solidão. Este abandono se torna uma força propulsora, um mecanismo de catarse que a leva à loucura. Desesperada e consumida pelo cansaço, a personagem, que por vezes tira risos da plateia com ações absurdas, acaba agindo num misto de representação e verdade absoluta.”

Rita Batata – Graça, a babá
“A Graça é uma personagem extremamente sincera, quase ingênua, que se anula em nome das pessoas pelas quais tem afeto e amor. A fé é o combustível dela e dessa maneira me apropriei de alguns apontamentos no texto dramatúrgico. Radicalizei assumindo a Graça como uma pessoa religiosa, que crê no divino, no amor, no ser humano. É uma personagem transparente. Para conquistar essa qualidade me utilizei da linguagem do clown que é em sua essência a própria sinceridade.  Numa devoção absoluta, ela exerce uma relação de espelhamento com a patroa, nutrindo uma relação fantasiosa ao ponto de se anular como indivíduo.”

Sobre a Cia Auroras
A Cia. Auroras é um coletivo de atrizes fundada por Beatriz Morelli e Giu Rocha em 2003, após a formatura na Faculdade de Comunicação das Artes do Corpo /PUC-SP, com o intuito de dar continuidade a pesquisa teatral desenvolvida no trabalho de conclusão A Obra Completa de Nelson Rodrigues, sob coordenação e direção de Zé Rubens Siqueira.

Em parceria com a diretor Pedro Granato e o dramaturgo Felipe Sant ́Angelo, realizaram dois espetáculos: Obscenas – Fragmentos e Achaques Rodriguianos eObscenas – A Traição é uma Vaidade, resultado do mergulho na obra Rodriguiana e nas grandes figuras femininas que habitam este universo. No final de 2005, a companhia toma contato com a obra erótica de Hilda Hilst. A partir da leitura des textos no Teatro de Arena Eugenio Kusnet, desenvolveram performances com direção coletiva, divididas com o público em espaços não comerciais.
Em 2008, após um trabalho com Cibele Forjaz no Núcleo Experimental de Teatro do Sesi, Beatriz Morelli assume a direção e convida Mariana Leme e Rita Batata para seguirem a pesquisa da Cia.

Em 2010, tomadas pelo impulso de verticalização do pensamento do intérprete-criador, concentram sua pesquisa na obra do dramaturgo marginal francês Jean Genet, mantendo sua parceria com o dramaturgo Felipe Sant`Angelo. Após um ano e meio de processo de criação, desenvolvem o espetáculo inédito As Desgraçadascumprindo temporada no SESC Consolação/SP e na Oficina Cultural Oswald de Andrade, também se apresentando no SESC Santos, SESC Bauru e em diversos teatros do CEU, e ainda participando dos festivais de teatro Abril Pra Cena e Festa54.

Ficha técnica:
Dramaturgia - Felipe Sant'Angelo. Direção - Beatriz Morelli. Elenco - Giu Rocha, Mariana Leme e Rita Batata. Cenografia, iluminação e fotos - Ding Musa.Cenotécnico - Pedro Terra. Operação de luz - Luz Lopez. Trilha sonora original - Bill Saramiolo. Músicos - Marcio Roldan (piano), Rafael Costa (contrabaixo acústico), Martin Mirol (bandoneón). Execução de trilha - Hélio Ishitani e Bill Saramiolo. Figurino - Mira Andrade. Assistente de figurino - Rita Batata.Preparação vocal - Pedro Granato. Produção Executiva - Giu Rocha e Beatriz Morelli. Produção - Cia Auroras.

Para serviço:
As Desgraçadas – Reestreia dia 19 de julho, sexta-feira, às 21 horas, no Teatro Cacilda BeckerClassificação etária - 10 anos. Gênero – Tragicomédia.Duração - 55 minutos. Ingressos – R$10,00 e R$5,00. Não haverá espetáculo no dia 23 de agosto.

TEATRO CACILDA BECKER – Rua Tito, 295 – Vila Romana. Telefone: 11 3864 4513. Tem acesso para deficientes. Capacidade – 198 lugares.

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Única apresentação! Ricardo Herz, Quinteto Cantilena e Ari Colares para crianças no Sesc Santo Amaro

Nesta terça, dia 9/7, às 16:00, Ricardo HerzQuinteto Cantilena e Ari Colares apresentam um repertório de música infantil no Sesc Santo Amaro!!
Entre várias cantigas de roda e músicas do folclore brasileiro, os músicos apresentarão o repertório do CD Ricardo Herz para Crianças (2009), que pode ser ouvido abaixo.



Brincando com seu violino e com instrumentos de brinquedo, Herz gravou neste disco canções do folclore nacional como Samba Lelê e Marcha Soldado, fazendo do repertório infantil uma festa ao som de forrós, valsas, baiões e outros ritmos brasileiros que agradam tanto as crianças como os adultos.

Duas vezes Michelle Ferreira

Tem Alguem que Nos Odeia - Foto de Pedro Karg 1 - Ana Paula Grande e Bruna Anauate

Nos próximos dias será possível conferir duas peças da jovem dramaturga Michelle Ferreira nos teatros de São Paulo. OS ADULTOS ESTÃO NA SALA (que Michelle também assina a direção) engata terceira temporada no CIT ECUM a partir do dia 13 de julho, sábado, às 19 horas.

E no dia 17 de julho, às 21 horas, no Teatro Augusta, estreia TEM ALGUÉM QUE NOS ODEIA. O texto de Michelle ganha direção de José Roberto Jardim. No elenco estão as também produtoras do espetáculo Ana Paula Grande e Bruna Anauate. 

OS ADULTOS ESTÃO NA SALA com A Má Companhia Provoca. Comédia dramática com 70 minutos de duração. CIT – ECUM - Reestreia dia 13/7, sábado, às 19h. De 13 de julho a 18 de agosto. Sábados às 19h e domingos às 18h. Ingressos: 40,00 (inteira) e 20,00 (meia). Duração 70 minutos. Indicação de classificação etária – 14 anos.

TEM ALGUÉM QUE NOS ODEIA Gênero: Suspense. Estreia dia 17 de julho, às 21h, no Teatro Augusta – sala Experimental. Temporada: quartas e quintas, às 21h. Até dia 3 de outubro. Duração: 70 minutos. Capacidade: 35 lugares. Censura: 14 anos.Preço: 30 reais.

ASSESSORIA DE IMPRENSA
Douglas Picchetti
(11) 9 9814-6911