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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Cia Balangandança traz espetáculos e workshops sobre dança contemporânea infantil

O grupo faz seis apresentações no SESC Bom Retiro e organiza debates e oficinas no Itaú Cultural com o objetivo de passar e receber conhecimento sobre o movimento do corpo das crianças


A Balangandança Cia mostra que dança contemporânea e o universo infantil estão mais do que conectados. Com o projeto Gira Gira-Balangandança Em Movimento, contemplado pela X Edição do Programa Municipal de Fomento à Dança 2011 o grupo reestreia o espetáculo Dança Em Jogo - Exercícios Cênicos, no dia 9 de outubro, domingo, às 12 horas, no SESC Bom Retiro. Além das apresentações, a Cia, dirigida por Georgia Lengos, também organiza o II Fórinho - O Brincar, a Improvisação e a Dança no Itaú Cultural. Direcionado a educadores, bailarinos e público em geral, as atrações contam com a participação de especialistas nessas áreas, para relacionar os temas ao mundo das crianças.

O debate será no dia 25 de outubro, terça-feira, das 19hs às 22 horas, com a presença de Renata Meirelles, Helena Katz e Lenira Rengel com mediação da diretora Georgia Lengos. Já as oficinas serão divididas em dois dias: 26 de outubro das 14h às 17 horas (Dança em jogo: Processos criativos com Georgia Lengos) e 27 de outubro das 9h30 às 12h30 (Corpo – percepção e sensibilidade com Anderson Gouvêa) e das 14hs às 17hs (Brincadeira Vira Dança com Dafne Michellepis e Alexandre Medeiros).

á 14 anos, a Balangandança Cia trabalha com dança para os pequenos e procura formar público para uma área ainda em crescimento. “A disponibilidade do corpo e a espontaneidade do movimento das crianças sempre me instigaram, essas características se comunicam bem com a dança contemporânea. Essa foi uma das razões para se criar uma linguagem voltada para o universo infantil”, conta a diretora Georgia Lengos.

Dança Em Jogo-Exercícios Cênicos se baseia na improvisação de bailarinos no palco. Imagens poéticas de memórias da infância, temas pertinentes ao universo infantil da criança contemporânea, brincadeiras resgatadas ou inventadas, são peças desse jogo que fala sobre a própria dança, sobre o corpo e o movimento. O espetáculo tem uma dinâmica de brincadeira, o que aproxima a montagem do público infantil. Essa é uma forma de fugir das danças estereotipadas e trazer identificação para os pequenos expectadores.

“As crianças têm recebido bem nossa proposta, é um trabalho arriscado, pois com a improvisação não se sabe o que vai acontecer, não tem algo pré-estabelecido, depende da interação do público. Temos que criar alternativas para chamar a atenção e aproximar a encenação com as crianças. É uma experiência de comunicação quando se entra nesse jogo, existe uma verdade e uma troca, e não uma representação”, enfatiza a diretora.

A montagem é resultado de uma pesquisa que tinha o objetivo de captar o olhar da criança para o movimento. Músicas entoadas por violão, trompete e xilofone embalam o espetáculo que aposta em um cenário com adereços cênicos feitos a partir da reciclagem. O figurino tem roupas do cotidiano e parte do branco para um jogo de cores na composição.

Além da temporada no SESC Bom Retiro, estão sendo realizadas apresentações em escolas e ONGs. Dança Em Jogo-Exercícios Cênicos fez parte da programação Dança para Crianças do Itaú Cultural no ano passado, que teve a curadoria do próprio grupo. A Cia foi premiada pela APCA na categoria de Melhor Iniciativa em Dança em 2010, juntamente com o Itaú Cultural. No repertório da Cia estão montagens como O Tal do Quintal, Brincos & Folias, Entranças, Rodapé.
Expansão de conhecimento
Com o debate e as oficinas, o projeto também tem objetivo de expandir o conhecimento no II Fórinho - O Brincar, a Improvisação e a Dança no Itaú Cultural. “Essa é uma oportunidade de refletir sobre essa linguagem, construir público, uma forma de gerar uma troca de experiências enriquecedoras”, diz Georgia Lengos.

A diretora enfatiza que a ação da Balangandança Cia é pioneira e fez com que se criasse um olhar para a dança contemporânea no universo infantil. O grupo já mostrou seu trabalho nos estados da Bahia, Pernambuco, Maranhão, Goiás, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, além de países como Chile, Portugal e Finlândia. Para registrar as atividades foi criado um blog dancaemjogo.wordpress.com. Nele também são encontradas mais informações sobre as atividades cênicas do grupo e funciona como uma extensão do projeto ao propor reflexões e ações do Gira Gira.

A iniciativa também tem a intenção de atingir os adultos como pais, educadores e outros artistas. “Eles são importantes para a formação das crianças e podem conhecer um novo viés sobre a dança contemporânea”, finaliza Georgia.

Programação debates e oficinas
II Fórinho - O Brincar, a Improvisação e a Dança no Itaú Cultural

DEBATE
Com Renata Meirelles, Helena Katz e Lenira Rengel. Mediação Georgia Lengos.
Dia 25 de outubro, terça-feira, das 19hs às 22hs com mediação de Georgia Lengos
O Brincar: Renata Meirelles
Nesse encontro irá apresentar seu olhar para o brincar de crianças das mais diversas regiões brasileiras, em um encontro de semelhanças presentes na diversidade cultural. Renata Meirelles é educadora, autora do livro Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil, vencedor do Prêmio Jabuti, diretora de filmes sobre a criança brasileira.

Improvisação: Helena Katz
O que acontece no corpo quando ele improvisa? A proposta é pensar sobre as ignições que fazem o corpo misturar o que ele já conhece com o que ainda não conhece articulando duas situações:

1ª) trabalhando a partir da formação de hábitos; 2ª) propondo a dança como o pensamento do corpo. Helena Katz é professora no Curso Comunicação das Artes do Corpo e no Programa em Comunicação e Semiótica da PUC/SP e crítica de dança do jornal O Estado de S. Paulo.

Dança para Crianças: Lenira Rengel
Propor uma dança para as crianças e que os adultos sejam capazes de entendê-las, o que fazem/pensam/sentem, a partir de seus próprios pontos de vista. Lenira Rengel é Especialista na Arte de Movimento de Rudolf Laban. Professora da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia. Doutora em Comunicação e Semiótica, PUC/SP, Mestre em Artes/Dança, UNICAMP, Bacharel em Direção Teatral , ECA/USP.

TRIÂNGULO DE OFICINAS
Dia 26 de outubro, quarta-feira, das 14hs às 17hs
Dança em jogo: processos criativos - Coordenação: Georgia Lengos

Aborda o processo criativo do espetáculo de improvisação Dança em Jogo - exercícios cênicos em que foram desenvolvidas diversas estratégias e jogos corporais a partir da conexão corpo interno /espaço, do corpo como brinquedo e da brincadeira como dança, da relação palavra/imagem/movimento, das associações livres e de memórias pessoais. Georgia Lengos é graduada em Dança pela UNICAMP. Desenvolve trabalhos com Dança e Educação desde 1991. Criou e dirige a Balangandança Cia. Integra a Cia Oito Nova Dança como criadora- intérprete e é professora de Dança do Ensino Fundamental do Colégio Oswald de Andrade.

Dia 27 de outubro, quinta-feira, das 9h30 às12h30
Corpo – percepção e sensibilidade - Coordenação: Anderson Gouvêa

Pensando que o corpo da criança é permeável e sensível, esta oficina propõe uma vivência dos participantes baseada no primeiro estágio do desenvolvimento humano. Por meio dos sentidos e da percepção desenvolver a consciência motora e a possibilidade de transformá-la em expressão. Anderson Gouvêa é bailarino, performer e arte-educador, graduado pela Universidade Anhembi Morumbi, atua na Balangandança Cia. desde 2004. Trabalhou em diversas companhias desenvolvendo projetos nacionais e internacionais em parceria com diferentes artistas.

Dia 27 de outubro, quinta-feira, das 14hs às 17hs
Brincadeira vira dança - Coordenação: Dafne Michellepis e Alexandre Medeiros

Nesta vivência teórica-prática, o adulto é convidado a refletir corporalmente a importância do movimento e do brincar na formação da criança. O corpo é visto integralmente e imerso em uma relação de trocas constantes consigo e com o ambiente. Dafne Michellepis é formada em Artes Corporais pela Unicamp. Integra a Balangandança Cia. desde a sua formação. Professora de dança no Atelier e Fundamental 1 da Escola Viva – SP. Coreografa para eventos e campanhas publicitárias. Alexandre Medeiros é Mestre em Comunicação e Semiótica e bacharel com habilitação em teatro e dança pelo curso Comunicação das Artes do Corpo, PUC/SP. Integra a Balangandança Cia. e atua também com as linguagens artísticas de palhaço e teatro de animação. É Artista Educador no Programa de Iniciação Artística (PIÁ) da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Para roteiro:
Espetáculo Dança Em Jogo-Exercícios Cênicos – Reestreia dia 9 de outubro, domingo, às 12 horas, no SESC Bom Retiro. Direção: Georgia Lengos. Com Dafne Michellepis, Coré Valente, Anderson Gouvêa, Maristela Estrela, Alexandre Medeiros, Alan Scherk, Clara Gouvea. Figurinos: Dafne Michellepis e Cia. Edição de trilha e composição musical: Kito Siqueira. Desenho e operação de luz: Hernandes Oliveira. Fotos: Gil Grossi. Produção: Anderson do Lago Leite. Assistência de produção: Mariana Delgado. Temporada: 09/10, 12/10, 16/10, 23/10, 30/10, 02/11. Domingos e feriados, às 12h. Ingressos: R$ 8,00 (Inteira), R$ 4,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes), R$ 2,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes). Censura: Livre

Endereço: SESC Bom Retiro - Alameda Nothmann, 185 - Bom Retiro -São Paulo - SP

II Fórinho - O Brincar, a Improvisação e a Dança no Itaú Cultural

Debate com Renata Meirelles, Helena Katz e Lenira Rengel. Mediação Georgia Lengos – Dia 25 de outubro, terça-feira, das 19hs às 22hs. Sala Vermelha - 70 vagas – Grátis - Retirada de ingressos com 30 minutos de antecedência.

Triângulo de Oficinas
Dança em jogo: processos criativos - Coordenação: Georgia Lengos. Dia 26 de outubro, quarta-feira, das 14hs às 17hs. Sala Itaú Cultural - 20 vagas – Grátis. Inscrições pelo telefone 11 2168 -1876, a partir de 17/10. Oficina para bailarinos e estudantes de dança ou áreas afins.
Corpo – percepção e sensibilidade - Coordenação: Anderson Gouvêa. Dia 27 de outubro, quinta-feira, das 9h30 à 12h30. Sala Itaú Cultural - 20 vagas – Grátis. Inscrições pelo telefone 11 2168 -1876, a partir de

17/10 - Oficina destinada a bailarinos e educadores.
Brincadeira vira dança - Coordenação: Dafne Michellepis e Alexandre Medeiros. Dia 27 de outubro, quinta-feira, das 14hs às 17hs. Sala Itaú Cultural - 20 vagas - Inscrições pelo telefone 11 2168 -1876, a partir de 17/10 - Oficina para educadores e interessados na infância em geral.

Itaú Cultural - Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô - Tel. 11 2168 -1876 - Estacionamento com manobrista: R$ 8,00 meia hora, R$ 10,00 a primeira hora, R$ 5,00 a segunda hora, e R$ 4,00 por hora adicional. Carros utilitários: R$ 10,00 a primeira hora, R$ 4,00 a segunda, e R$ 3,00 por hora adicional. Estacionamento gratuito para bicicletas.


Fernanda Teixeira
Arteplural Comunicação
11. 3885-3671/ 9948-5355
Informações também com:
Adriana Balsanelli – (11) 9245-4138
Douglas Picchetti – (11) 9814-6911
Renato Fernandes – (11) 7286-6703
http://www.artepluralweb.com.br/
Twitter – www.twitter.com/arteplural
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Exposição CARAS & CARAS por Cilmara Tamochunas Bittencourt em Balneario Camburiu-SC


Depois de "passear" por pontos de São Paulo, a Exposição Caras & Caras chega a sua cidade de origem com uma bela Mostra. Imperdível!!!

Luciana Mello - show 20/10 - Projeto Adoniran

A cantora paulistana Luciana Mello, que está lançando seu novo disco, 6º Solo, é a próxima convidada do Projeto Adoniran do Memorial da América Latina. O show acontece dia 20 de outubro, quinta-feira, no Auditório Simon Bolívar, às 21 horas.


O atual trabalho de Luciana marca uma nova fase artística em sua carreira que, segundo Ivan Lins, “é um salto natural de leveza, de atitude, de maturidade rumo a uma brasilidade mais intensa”.




O repertório do novo CD traz composições de Chico César & Márcio Mendes (“Descolada”), Jair Oliveira (“Mentira” e “Tchau”, música de trabalho que já é sucesso), Sérgio Santos & Paulo César Pinheiro (“Áfrico”) e Arnaldo Antunes ("Se For Pra Mentir", genial), além de versões para “Recado” de Gonzaguinha e “Samba Quebrado” de Marco Mattoli & Rodrigo Leão.

Acompanhada por Pedro Cunha (teclado), Eric Budney (baixo), Daniel de Paula (bateria), Elder Costa (violões e guitarra) e Marcio Forte (percussão). Luciana ainda interpreta sucessos de sua carreira como “Na Veia da Nega” (Jair Oliveira) e “Simples Desejo” (J. Oliveira e Daniel Carlomagno).


Projeto Adoniran  Show: Luciana Mello
Dia 20 de outubro – quinta-feira – às 21 horas
Memorial da América Latina – Auditório Simon Bolívar
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Barra Funda/SP - Tel: (11) 3823-4600
Ingressos: R$ 15,00 (meia: R$ 7,50) - Duração: 1 hora – Classificação etária: Livre
Bilheteria: 14h às 19h (dia anterior) e a partir de 14h (dia do show).
Capacidade: 800 lugares. Acesso universal. Ar condicionado. Não faz reservas.
Estacionamento (Portão 15) s/ manobrista: R$ 10,00. Entrada/pedestres: Portão 13.
Realização: Fundação Memorial da América Latina - www.memorial.sp.gov.br
Produção: PG Music

6º Solo - por Ivan Lins
Descolado amigo, esperta amiga.

Aqui está "6º Solo", o sexto e mais recente trabalho fonográfico de Luciana Mello. Um salto natural de leveza, de atitude, de maturidade rumo a uma brasilidade mais intensa. Por conseguinte, a uma universalidade mais atuante (selos ingleses, holandeses e franceses vão amar esse trabalho!). Asas abertas prontas pra voar! E vou logo dizendo: comprem, consumam, bebam! De preferência, em frente ao espelho. Se reconheçam, se redescubram, se indaguem! Lamento a falta de imparcialidade. Como ser imparcial se choro?

Geraçãozinha bacana essa da Luciana, descobrindo e reinventando o Brasil, nadando contra a maré com a mochila muito mais carregada. Tirando as dificuldades, ainda muito pesadas: informações de tudo quanto é parte desse país, desse planeta; bugigangas do baú familiar, babilaques da música negra Americana, barulhos exóticos da cultura oriental, metais leves e pesados dos inesgotáveis movimentos do Rock universal, tesouros da ancestralidade "couleur de café", caleidoscópio de vozes, nuances, fumacinhas e aromas sonoros (lembram as novas cantoras Caboverdeanas - internet é bom pra isso)…

Que coisa maravilhosa! São jovens ainda. São livres. Portanto mexem em tudo, como crianças levadas. Misturam doce e salgado, cores velhas e novas, não pedem licença e acham graça. Luciana faz isso o tempo todo, vocês vão ouvir. O complexo e o simples, abraçadinhos. Não é demais? Ainda não está entendendo, companheiro? Está roendo as unhas, companheira? Escuta esse CD! Está desarmado? Com as portas e janelas abertas? Deixa ele entrar! Relaxe! A música é leve, mas com muito ritmo, tudo acústico. E muito bem gravado! Bonita aposta na sonoridade e na diversidade rítmica. Muito bem produzido! Parece peça com mão segura de diretor. Não inventa o desnecessário. Protege bem a voz da moça (que é linda e segura, muito segura), deixando-a livre para criar, swingar, voar. E para que isso navegasse bem, alegre e solto, a escolha dos músicos foi fundamental. Todos brilham na tela dos arranjos, totalmente adequados ao belíssimo repertório.

O disco abre com Chico César e Marcio Arantes, que “Descolada” pula para "Tchau", do mano Jair Oliveira (linda, linda!), escorrega depois para uma obra-prima de Sergio Santos e o espetacular Paulo César Pinheiro, "Áfrico”, que é de tirar o fôlego (salvou minhas caminhadas na Lagoa!). Vem então um resgate brilhante: "Recado", do meu saudoso cumpadre Gonzaguinha. E por aí vai… Prefiro que vocês ouçam. Não gostaria de ficar comentando, pois o que vai valer é sua curiosidade, seu prazer de escutar boa música. Mas adianto que tem Arnaldo Antunes ("Se For Pra Mentir", genial), mais mano Jair, em "Perto de Mim" e "Mentira", essa última com a impressionante participação do paizão Jair Rodrigues (aqui cabe um comentariozinho: o cara é que nem Tony Bennett, tá cantando melhor que muito garoto de piercing no nariz…), e na versão "Raio e Estrela", do original "Para Bien y Para Mal"; além de Marco Mattoli ("Samba Quebrado", uma swingueira só). “Deixa O Sol Sair” é linda, como sempre. Meu querido Djavan não perde viagem! Adorei o arranjo: nada de mais e tudo de bom gosto. Tem também uma maravilhosa gravação, em francês mesmo, da bela "Couleur Café", de Serge Gainsbourg. Linda versão! E com participação do alemão-afro-canadense Corneille.

Portanto, insaciável amigo e vitoriosa amiga, como nos saltos tríplices ou a distância, às vezes é na sexta tentativa que se bate o recorde! Isso só indica crescimento na prova. “6º solo" é um crescimento na carreira de Luciana Mello. Merecido! Portanto, é hora de checar! Peguem essa bolachinha, coloquem no player e escutem, com calma. Definitivamente, não é viagem perdida.
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Mais informações sobre Luciana Mello no site: www.lucianamello.com.br


Assessoria de imprensa: VERBENA COMUNICAÇÃO
Tel: (11) 3079-4915 / 9373-0181 – verbena@verbena.com.br






Stand up Comedy GARGALHADAS em Osasco-SP

Exposição “Femmes d’Argile"

A PEQUENA SEREIA - ESTREIA DIA 08 NO TEATRO BRIGADEIRO

Com direção de Paulo Ribeiro (O Poeta e as Andorinhas e Alladin), a adaptação teatral de Vladmir Capella conta com mais de 100 figurinos, 20 atores, 12 cenários, projeções em vídeo, trilha sonora original e efeitos especiais


A Pequena Sereia conta a história de uma sereia que, ao atingir a maioridade, recebe a permissão de seu pai para visitar a superfície do mar. É nesse dia que a sereiazinha apaixona-se por um príncipe e, para conquistá-lo, pede ajuda à bruxa do mar. Ela fica sabendo então que, para realizar seu desejo, teria de abrir mão daquilo que lhe é mais valioso...

Essa é uma história que mostra que os sonhos e as esperanças podem ser maiores do que tudo.

Uma das principais obras do escritor Hans Christian Andersen chega aos palcos paulistanos. No elenco estão Ana Saab, Lorenzo Martin, Débora Nascimento, Ana Paula Vieira, Rafaela Veronese, Rodrigo Zappa, Roberto Li Marques, Luiza Porto, Andressa Andreatto, Edu Martins, Débora Rebecchi, Silvia Ferreira, Mariana Siqueira, Sônia Loureiro, Anderson Soares, Nill de Pádua, Diego Biaginni, Leandro Rocha, Felipe Caczan e Janaína Enguel.

Traduzida pelo autor Vladimir Capella, esta versão do infantil visa resgatar a narrativa original, onde a sereia que sonhava em virar gente vive um grande drama existencial. “Ao pensar em adaptar para o teatro esse pequeno conto da sereiazinha que queria ser humana, me vi diante de uma grande história. Triste, profunda e humana “, conta Vladimir.

Esta proximidade da adaptação brasileira com o original do escritor dinamarquês visa provocar na plateia uma reflexão sobre a vida e algumas delicadas questões, primando pela fidelidade às suas ideias e aos significados nelas embutidos.

O espetáculo, portanto, não se restringe ao público infanto-juvenil e tampouco segue a linha de entretenimento da versão criada pela Disney, com direito a um final feliz inventado.

A saga da criatura marítima que sonha com o príncipe e perde a voz para ganhar pernas marca um espetáculo sóbrio e, ainda assim, lúdico. Onde todos, sereias e humanos, serão levados aos devaneios deste dinamarquês do século XIX.

Por Vladimir Capella
A pequena Sereia escrita por Hans Christian Andersen esconde, por trás de uma narrativa inocente para entreter crianças, um grande drama existencial.

Aliás, bem ao estilo do escritor dinamarquês que, confessadamente, visava atingir os adultos com seus contos infantis.

Com o passar dos anos, a característica de entretenimento da obra acabou prevalecendo sobre o conteúdo, principalmente e, sobretudo a partir da versão criada pela Disney, que a popularizou e a difundiu pelo mundo todo. E a pequena sereia, então, acabou virando uma história de final feliz, coisa que não acontece no conto original de Andersen. Não foi assim que a criou, nem era dessa maneira que ele procurava expor seu pensamento sobre a vida e as delicadas questões que ela apresenta.

Ao pensar em adaptar para o teatro esse pequeno conto da sereiazinha que queria ser humana, me vi diante de uma grande história. Triste, profunda e humana. E, também, diante de algumas inevitáveis questões: por que será que não a reproduzem tal como foi criada? Por que a sociedade atual insiste em afastar a dor do nosso dia-a-dia como se com isso pudesse fazê-la deixar de existir?
Bem, digressões à parte, por entender que a verdadeira função do artista é maior que a do mero entretecedor, eu só poderia transcrever para o teatro a saga da pequena sereia de Andersen, tal qual ela foi concebida. E com esse propósito, me debrucei no conto original e, como não podia deixar de ser, terminei sonhando os sonhos da personagem, lutando e sofrendo com ela pela conquista de seus objetivos e, por fim, chorando por seu indesejado destino. Mas, saí íntegro porque consegui devolver à pequena sereia a sua verdadeira história. Triste, profunda e humana. Do jeito que o escritor a escreveu.

A PEQUENA SEREIA
Teatro Brigadeiro (700 lugares)
Av. Brigadeiro Luis Antonio, 884
Informações: 3107.5774 / 3115.2637
Vendas: www.ingresso.com e 4003.2330
Bilheteria: a partir de terça, às 14h. Aceita cartões de débito e dinheiro.
Estacionamento conveniado Gigante, nº 759 – R$ 10
Sábados e Domingos às 16h
Ingressos: R$ 40
Sessão extra Dia das Crianças: quarta, dia 12, às 16h
Duração: 60 minutos
Recomendação: livre
Estreia dia 8 de outubro
Curta Temporada: até 13 de novembro

Ficha técnica
Conto Original: Hans Christian Andersen
Direção Geral: Paulo Ribeiro
Adaptação teatral: Vladimir Capella

Elenco: Ana Saab, Lorenzo Martin, Rafaela Veronese, Anderson Soares, Diego Biaginni, Débora Rebecchi, Débora Nascimento, Edu Martins, Felipe Caczan, Roberto Li Marques, Luiza Porto, Mariana Siqueira, Nill de Padua, Sonia Loureiro, Rodrigo Zappa, Silvia de Souza Ferreira, Leandro Rocha, Janaina Enguel, Ana Paula Vieira, Andressa Andreatto.

Projeto Luz: Ciso de Souza
Cenografia: Gigi Barreto - Escritorio de arte
Figurino: Thanara Schonardie
Preparação Corporal: Guilherme Elias
Coreografia a Pequena Sereia: Kátia Barros
Preparação vocal: Amélia Gumes
Comunicação visual: Open Mind
Assessoria de imprensa: Morente Forte
Fotografia: Marcos Mesquita
Direção de produção: Michelle Mathias - M2 produtores
Produção: Ana Saab
Realização: APS Produções
Patrocínio: 3M do Brasil e Eurofarma



Crônica da Casa Assassinada - ultimos dias

Com quatro indicações ao prêmio Shell no Rio, Crônica da Casa Assassinada em curta temporada no Sesc Vila Mariana

Romance do mineiro Lúcio Cardoso, adaptado para o teatro por Dib Carneiro Neto, com direção de Gabriel Villela, a peça conta a saga de uma aristocrata família mineira. Xuxa Lopes encabeça elenco de 10 atores. Produção tem cenário de Marcio Vinicius, figurinos e sonoplastia a cargo do diretor, iluminação de
Domingos Quintiliano e preparação vocal de Babaya

Com o apoio do SESC-SP, o espetáculo Crônica da Casa Assassinada - recordista em número de indicações na primeira lista da 24ª. Edição do prêmio Shell deste ano no Rio – estreia curta temporada no SESC Vila Mariana, em São Paulo dia 16 de setembro, sexta-feira, às 21 horas.

Baseado no romance do escritor mineiro Lúcio Cardoso, adaptado para o teatro por Dib Carneiro Neto, com direção de Gabriel Villela, traz os atores Xuxa Lopes, Sergio Rufino, Flavio Tolezani, Pedro Henrique Moutinho, Rogério Romera, Maria do Carmo Soares, Letícia Teixeira, Cacá Toledo, Helio Souto Jr. e Marco Furlan. A peça faz curta temporada até 16 de outubro, com sessões às sextas, sábados e domingos, a preços populares.

O espetáculo recebeu quatro indicações ao Prêmio SHELL de Teatro: Gabriel Villela (melhor direção e figurino), Marcio Vinicius (melhor cenografia), Domingos Quintiliano (melhor iluminação). A obra, publicada em 1973, acompanha a trajetória de uma aristocrata família mineira. Uma saga que se desenrola nos limites de uma casa de fazenda. A casa desempenha o papel principal e os personagens vivem em função dela.

Esta é a terceira vez que Xuxa Lopes trabalha em um espetáculo de Gabriel Villela. A primeira foi Vem Buscar-me que ainda sou teu, de Carlos Alberto Sofredini, em 1990. Em 1995, fizeram Mary Stuart, junto com Renata Sorrah. Sobre este novo trabalho com o diretor, Xuxa comenta: “o Gabriel agregou imagens fortes ao texto, com suas marcas, ele grifou o que há de mais profundo no livro de Lúcio”.

A montagem reconstrói o clima que envolve os ambientes e os seres. Fixa a angústia de um amor que se crê incestuoso. Em vez de referências diretas, são as cartas, os diários e as confissões das pessoas que conheceram Nina (a protagonista, carioca) que entram como partes estruturais da peça. Esse aspecto torna a narrativa incomum e costura a história dos Meneses, centrada na presença de uma mulher desconhecida.


Sobre a adaptação
No romance, cada capítulo é uma carta de um personagem para outro, ou um trecho de diário. Dib Carneiro teve que transformar isso tudo em ação, em dramaturgia. Optou por deixar para os personagens que moram dentro da casa (a família Menezes: três irmãos, duas cunhadas, uma empregada) as cenas com diálogos duros e certeiros (como o livro sugere: verdadeiros embates psicológicos). E para os personagens de fora da casa (um padre, um farmacêutico e um médico) os relatos para a plateia.

“Esta é a base da adaptação, mas também brinquei com a ousadia de linguagem do romance, propondo cenas que misturam tempos diferentes da história da família, como, por exemplo, fazendo um só personagem contracenar com outros em diferentes etapas de sua vida, e assim por diante. Ou seja, é como se um monte de cartas caísse no chão e a gente começasse a lê-las sem ordem de chegada, embaralhando o tempo. Isso instiga o público a ficar atento ao quebra-cabeças da dramaturgia. A história linear tem de ser montada na cabeça do público, muito provavelmente quando já estiver em casa, pensando na peça.”

“Foi um desafio empolgante para minha carreira de dramaturgo. Para completar o exercício de síntese da adaptação de um livro com mais de 500 páginas, o diretor Gabriel Villela deixou tudo com apenas uma hora e quinze minutos de duração, sintetizando ainda mais minha proposta de síntese. Esse mérito é todo da direção. É tudo muito denso, muito intenso, mas muito rápido. De perder o fôlego.”

A obra, que acompanha a trajetória de uma aristocrata família mineira, na peça oferece ao espectador uma visão de recortes da história do Brasil. “O livro do Lúcio Cardoso é um tratado psicológico, bem mais do que histórico”, afirma Dib. “Claro, tem como pano de fundo um pouco da chamada história da vida privada brasileira, ao mostrar a crise financeira e moral de uma ex família abastada, agora em ruínas, em total decadência, no fim dos anos 50, no interiorzão de Minas Gerais.”

“Isso retrata um pouco das histórias de muitas famílias brasileiras, que viveram um apogeu agropecuário e foram perdendo tudo, muito por conta da fraqueza da segunda geração, ou seja, os filhos já não se interessavam em prosseguir com o império dos pais, com o trabalho dos pais, e saíam gastando tudo, perdulários e incompetentes, sem produzir mais nada. Os Menezes, família do livro e da peça, vivem apenas de arrendar o pasto, mas não conseguem produzir mais nada. E o casarão em que vivem rui, desmorona, a cada dia, a olhos vistos.”

O texto, por Gabriel Villela, César Augusto e Ivan Andrade
Crônica da Casa Assassinada é um romance que se utiliza de cartas, diários e confissões das personagens para estruturar a narrativa. Isso reitera a sondagem do movimento psíquico de cada personagem, mostrando que cada um deles tem motivações que nem sempre são reconhecidas. Lúcio expressa também certo desapego à cronologia, liberando assim, mas não totalmente, as amarras de causa e efeito. O casarão traz os aspectos da imobilidade (moral?) e do movimento das coisas, porque finitas: o tempo consome a todos, apodrece as pessoas, apodrece o casarão.

A adaptação de Dib Carneiro Neto segue esses pressupostos e coloca uma lente de aumento na perspectiva confessional e psíquica das personagens e na decadência dessa Casa Assassinada.

Como dar conta das indagações de um universo tão “introspectivo, tão atmosférico e tão sensorial”? Podemos falar no surrealismo - nessa descoberta de uma segunda realidade em que o sonho, nas palavras de Arnold Hauser, passa a ser o paradigma da representação total do mundo - que perpassa o romance, como bem diz Alfredo Bosi; podemos falar nas epístolas e nos diários que traçam certo parentesco com a forma brechtiana; podemos citar o próprio autor que diz que “quase todo mundo vaga numa atmosfera morna de fantasia”; de certo que cada uma dessas alternativas poderia ser uma resposta. O processo não nos conduziu a uma resposta, e sim a uma encenação cujos caminhos desconhecíamos, entrecruzando realidade e sonho, desejo e impedimento, denotação e conotação, Eros e Tânatos, catedral e muteto, sagrado e profano, acabamos por desenhar uma espécie de equilíbrio instável, procurando não o acabado, e sim o inconcluso que Da Vinci nos ensinou.

Por um breve momento - o do acontecimento teatral mesmo - admitimos que os personagens dessa história que ajudamos a reescrever não dão vazão às pulsões, fazendo-as morrer em seu nascedouro, apodrecendo-os por dentro, transformando-os em homens doentes. Assim, resolvemos colocá-los para celebrar esta dança da morte numa ceia litúrgica em que o que se come não é o corpo de Cristo.

Texto de Dib Carneiro Neto para o programa do espetáculo

“Sabe aquele doce que você deixa para comer no fim de tudo, para ficar com o gostinho na boca? Ou aquele melhor ingrediente da salada que você separa no canto do prato para ser a última garfada? Com o romance do mineiro Lúcio Cardoso, Crônica da Casa Assassinada, ocorreu-me algo similar. Desde sempre interessado por literatura brasileira, ouvi falar muito bem do livro, invariavelmente citado como ‘obra-prima’.

Pois na minha adolescência, nos anos 1970, comprei uma edição e a folheei muito, saboreei cada página com olhos gulosos, sobretudo a ilustração inicial, com a planta baixa do casarão dos Meneses ­– mas acabava por recolocá-lo na estante para ler num momento mais especial, mais inspirado, sabendo que estava deixando o melhor para depois, para ler com mais maturidade.

E o tempo passou. Conforme foi se solidificando meu casamento artístico com outro gênio mineiro, Gabriel Villela (ele dirigiu a decisiva leitura dramática de meu Adivinhe Quem Vem Para Rezar, com Paulo Autran, e depois ganhou prêmios pela direção inspirada de meu Salmo 91, baseado no livro Estação Carandiru, de Drauzio Varella e ainda me chamou para traduzir Camus, na sua impactante montagem de Calígula, com Thiago Lacerda), acabei ouvindo dele, esse inquieto encenador de Carmo do Rio Claro, que adoraria ter uma adaptação minha para o livro do Lúcio.

Foi só aí, em 2009, que caí de boca (com o perdão da expressão) no volume mofado que carreguei pela vida, mudando de estante a estante. Para completar, o barroco Gabriel sugeriu que eu me ‘internasse’ um tempo em Minas, para viver a mineiridade de perto, ouvir causos, abraçar a história do Brasil, comer torresmo e beber cachaça. Foi o que fiz quando estava na reta final da adaptação – e, sim, ele tinha razão: foi uma viagem proveitosa, rica, encantadora. Assim como foi toda a ‘viagem’ de adaptar para o teatro essa pérola epistolar.

Gabriel, Lúcio, Ouro Preto, Vila Velha, Carmo do Rio Claro, Tiradentes, pousadas, charretes, casarões, oratórios, fuxicos, Aleijadinhos, Meneses, Sant’Annas, farmacêuticos, padres, cozinheiras: com todos eles aprendi de uma vez por todas que mineirice é falar “trem bão”, mas mineiridade é coisa bem mais séria. É questão de espírito, de alma. E, claro, romântico que sou, caí de amores por tudo isso, por todos eles. Uma paixão que vai durar para sempre. Obrigado, diretor, por me ter feito tirar da estante o livro que eu sempre supus ser o tesouro que me levaria a outros tesouros.”

Sobre o diretor
Diretor, cenógrafo e figurinista, Gabriel Villela estudou direção teatral na USP e iniciou sua carreira em 1989 com Você Vai Ver o que Você Vai Ver, de R. Queneau, e O Concílio do Amor, de O.Panizza. Ganhador de diversos prêmios, como Molière, Prêmio Sharp, Shell, Troféu Mambembe, cinco APCA, Prêmio APETESP e PANAMCO, Gabriel já encenou Heiner Muller (Relações Perigosas), Calderón de la Barca (A Vida é um Sonho), William Shakespeare (Romeu e Julieta), Nélson Rodrigues (A Falecida), Arthur Azevedo (O Mambembe), Strindberg (O Sonho) e João Cabral de Melo Neto (Morte e Vida Severina). Depois veio a trilogia de musicais de Chico Buarque para o TBC: Ópera do Malandro, Os Saltimbancos e Gota D'Água.

Dirigiu também A Ponte e a Água de Piscina, de Alcides Nogueira, ganhador de três Prêmios Shell, em 2002. Em 2004 montou Fausto Zero, do escritor alemão J.W. Goethe, com a qual esteve na Rússia. Em 2006 , montou Esperando Godot. Em 2008, foi premiado com a peça Salmo 91, tornando-se um dos mais renomados diretores teatrais com reconhecimento internacional. No mesmo ano montou Calígula, de Albert Camus com adaptação de Dib Carneiro Neto. Em 2009 montou Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues. Em 2010 o infantil O Soldadinho e a Bailarina. Em 2011 montou Sua Incelença, Ricardo III, com o Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare (RN). Com o Grupo Galpão (Romeu e Julieta e A Rua da Amargura), foi convidado para uma temporada no Globe Theatre, em Londres, uma reconstrução do teatro original em que Shakespeare encenava seus textos, no século XVI, conquistando a crítica e o exigente público londrino.


Sobre Dib Carneiro Neto
Dib Carneiro Neto, 50 anos, é jornalista, ex-editor do Caderno 2 do jornal O Estado de S.Paulo, função que exerceu até fevereiro de 2011. Para teatro, escreveu Adivinhe Quem Vem para Rezar, montada em São Paulo e em mais 20 cidades do País, entre agosto de 2005 e junho de 2006, com Paulo Autran e Claudio Fontana, dirigidos por Elias Andreato. O texto da peça foi lançado em livro pela Editora Terceiro Nome e já teve montagens na Argentina, no Paraguai e no Chile. No Rio, o ator e produtor Ricardo Vicente Soares, da Lavoro Produções, está com os direitos para uma possível nova montagem ainda em 2011.

Também é autor de Salmo 91, peça pela qual ganhou o Prêmio Shell de melhor dramaturgo de 2007 em São Paulo. Foi a primeira adaptação teatral do best seller Estação Carandiru, de Drauzio Varella, que fez temporada em 2007, com direção de Gabriel Villela. O texto montado de Salmo 91 também foi lançado em livro pela editora Terceiro Nome. A peça vai ser remontada em 2011 no Chile e no Espírito Santo. Ainda para o teatro traduziu do francês a peça Calígula, de Albert Camus, montada em 2009 e 2010 com direção de Gabriel Villela e, no papel-título, Thiago Lacerda. É autor dos livros A Hortelã e a Folha de Uva, de crônicas afetivo-gastronômicas sobre sua ascendência libanesa, e de Pecinha É a Vovozinha, com críticas e reflexões sobre a produção de teatro infantil em São Paulo, ambos pela editora DBA. Mantém uma coluna semanal sobre teatro infantil no site da revista Crescer, da Editora Globo.


Sobre Lúcio Cardoso
Joaquim Lúcio Cardoso Filho nasceu em Curvelo, Minas Gerais, em 14 de agosto de 1912 e faleceu em 28 de setembro de 1968, vítima, pela segunda vez, de um derrame cerebral. (O primeiro derrame foi em 1962, em pleno vigor criativo, incapacitando-o desde então para o ato de escrever.) Em 1913, transferiu-se com a família para Belo Horizonte, onde passou sua primeira infância. Em 1929, muda-se para o Rio de Janeiro. O temperamento passional em sua juventude pareceu constituir sempre a grande arma desse expressivo e renovador mestre da ficção brasileira. Apesar de ser considerado um péssimo aluno, lia tudo que lhe caía às mãos: a obra de Eça de Queirós, os romances de Conan Doyle, os contos de Hoffmann. Desta época, data a sua primeira experiência de dramaturgo, a peça Reduto dos Deuses, que mereceu elogios de Aníbal Machado, e, segundo o próprio Lúcio, era “pretensiosa e anarquista”. Inicia suas experiências como romancista e faz publicações em jornais.

Por causa do assunto de seu primeiro romance foi agrupado entre os regionalistas. Entretanto, sua produção tem muito mais afinidade com o grupo “espiritualista” de Cornélio Pena, Schmidt, Otávio de Faria, Vinicius de Morais. Em 1935, publicou Salgueiro, romance de cunho social bem ao gosto da época e, ano seguinte, A Luz no Subsolo, que mereceu elogiosa carta de Mário de Andrade. A este se seguiram diversos volumes de novelas e poesias, além de romances, atingindo sua obra o clímax com Crônica da Casa Assassinada (1959). Com este grande romance, tido como sua obra-prima, pela primeira vez ele se preocupou deliberadamente com problemas de estruturação narrativa, situando seu discurso literário ao nível dos grandes inovadores da prosa, como Virginia Woolf e William Faulkner. Tudo o que escreveu antes é considerado pelos estudiosos de sua obra como um experimento para o grande romance que é Crônica da Casa Assassinada (já adaptado para o cinema em 1971, por Paulo César Saraceni, grande amigo de Lúcio).

Lúcio Cardoso costumava dedicar-se à pintura e ao desenho como elemento subsidiário à função literária. Concebia plasticamente os cenários de suas peças, a feição de suas personagens e os locais em que se desenrolava a ação dos romances. Depois que foi atingido pelo derrame, encontrou na pintura outro meio de expressão. Em 1966 recebeu o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de obra. Cardoso dedicou-se com empenho às artes cênicas, como autor, roteirista e produtor. Fundou um teatro de câmara, sediado na Tijuca, onde lançava suas peças com o auxílio de grandes nomes como, entre outros, os de Henriette Morineau, Sérgio Brito e Ítalo Rossi. Estendeu concomitantemente esta atividade à televisão e ao cinema, tendo sido importante sua contribuição para o Cinema Novo.

Para roteiro:
Crônica da Casa Assassinada –  desde 16 de setembro, sexta-feira, às 21 horas, no Teatro SESC Vila Mariana. Texto: Dib Carneiro Neto, adaptado do livro de Lucio Cardoso. Direção - Gabriel Villela. Elenco - Xuxa Lopes, Sergio Rufino, Flavio Tolezani, Pedro Henrique Moutinho, Rogério Romera, Maria do Carmo Soares, Letícia Teixeira, Cacá Toledo, Helio Souto Jr., Marco Furlan. Cenários - Marcio Vinicius. Figurinos e Sonoplastia - Gabriel Villela. Iluminação - Domingos Quintiliano. Preparação Corporal - Rosely Fiorelli . Preparação Vocal – Babaya. Assistência de Direção - Cesar Augusto e Ivan Andrade. Costureira - Cleide Mezzacapa. Diretor de Palco - Alex Peixoto. Fotografia - João Caldas. Programação Visual - Ana Paula Grande . Ilustração - Carlinhos Muller. Direção de Produção - Claudio Fontana. Assessoria de Imprensa – Arteplural. Classificação - 16 anos. Duração - 90 minutos. Temporada – sextas e sábados, às 21 horas e domingos às 18 horas. Ingressos – R$24,00 inteira. R$12,00 usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante. R$6,00 trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes. Até 16 de outubro.

SESC Vila Mariana - Rua Pelotas, 141. Telefone - 5080-3000. Horário de funcionamento da bilheteria - Terça a sexta das 9h às 21h30, aos sábados das 10h às 21h30, domingos e feriados das 10h às 18h30. Informações - 0800 118220. Estacionamento - Veículos, motos e bicicletas - Terça a sexta, das 7h às 21h30; Sábado, domingo, feriado, das 9h às 18h30 – Taxas: R$ 3,00 a primeira hora e R$ 1,00 por hora adicional (matriculados); R$ 6,00 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional (não-matriculados). Acesso para pessoas com deficiências. Estacionamento: a partir de R$ 3,00. Site - http://www.sescsp.org.br/

SESC Vila Mariana
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