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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Ricardo Marinelli faz provocação com nudez em intervenção de dança na rua


Além das performances Eu Tenho Autorização da Polícia
para Ficar Pelado Aqui e Infiltrações, o bailarino ministra também
oficina sobre o corpo e a dança no espaço público


Onde acontece a arte? Nos estúdios e ateliês ou no cotidiano das ruas? Tem hora para começar e acabar? É a partir destas indagações que o artista, performer e pesquisador Ricardo Marinelli apresenta performances de dança a partir de 13 de setembro no SESC Pompeia. Essa programação integrao projeto Ocupação Pompeia, cuja proposta é realizar intervenções artísticas em diferentes linguagens que se integram ao espaço arquitetônico do SESC Pompeia.

São duas intervenções, Eu Tenho Autorização da Polícia para Ficar Pelado Aqui (de 13 a 16 de setembro) e Infiltrações (dias 22,23, 26 27, 28 e 29 de setembro), além da oficina O Corpo que se Instala na Rua – Laboratório de Criação em Dança (dias 12, 19 e 26 de setembro), em que o artista investiga os processos de criação artística que instigam a reflexão sobre o ambiente público e propõem um intercâmbio de pesquisas entre os participantes. Os projetos envolvem desde os temas da nudez e do espaço público até a mercantilização artística e o inconformismo político, por meio da dança.

Performances

Eu tenho autorização da polícia para ficar pelado aqui
De 13 a 16 de setembro (de quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 18h, na Área de Convivência)

Em uma provocação aos processos de comercialização da arte e à legislação brasileira – que prevê que toda ação artística que envolva nudez pública necessita de uma autorização prévia, informando data, hora e local delimitado em que “a arte ocorrerá” –, o artista executa justamente aquilo que “permite” a arte nua, e declara: Eu tenho autorização da polícia para ficar pelado aqui, ainda que jamais tenha conseguido qualquer autorização.

Em um ambiente público, o performer pede por doações monetárias e, literalmente, vende sua nudez, sua intimidade, seu discurso e seu engajamento. Em uma constante troca com o público, Marinelli dança, troca de roupa publicamente, mostra fotos pessoais e responde a qualquer pergunta, em um ato de questionamento e reflexão sobre o papel da arte na sociedade brasileira, bem como a definição desta como um todo. Se desnudando na frente de tudo e todos,  o artista questiona: estará mesmo nu? Com autorização, sua nudez deixa de ser “obscena”? O público que assiste e contribui é cúmplice da nudez?

Infiltrações
Dia 22 de setembro (sábado), às 20h, e 23 (domingo), às 18h.
Dia 26 (quarta), às 16h, dias 27 (quinta) e 28 (sexta), às 20h.
Dia 29 (sábado), às 17h e 20h, e dia 30 (domingo), às 18h, no Bar-café, Rua Central e Área de Convivência.

A arte é feita ou já existe na realidade? Depende de nossos olhos? É com a proposta de desenvolver um novo olhar sobre a realidade e a banalidade que a intervenção Infiltrações busca penetrar nas frestas do cotidiano por meio de ações subversivas e sutis, executadas por um grupo de performersque, em movimentos nômades e relacionados ao ambiente, jogam com a realidade e com o poder de percepção do transeunte, com o invisível que sempre esteve lá, infiltrando a arte contemporânea em lugares que ela não habita normalmente e despertando naqueles que a percebem uma profunda indagação.

A partir de um estudo do local, desenvolvido pelos artistas por pelo menos 10 dias, as intervenções se relacionam com a cidade quebrando a lógica “observador-observado”, e estabelecendo uma contribuição mútua entre cidade, intérprete e público, de forma que tudo se relacione. Tal qual um alinhamento de planetas, os artistas propõem situações sutis e cotidianas que fazem refletir sobre o sentido da realidade.

Uma mulher chamada Luzia veste uma camiseta amarela e observa um rapaz, de camisa vermelha, chamado Luís, que observa um ônibus em direção à cidade de Santa Luzia, que para por exatos 28 segundos em um farol vermelho. 28 é também a idade do rapaz de camisa vermelha. Será esse cenário uma coincidência ou terá algum sentido?

Oficinas

O Corpo que se Instala na Rua - Laboratório de criação em dança
Dias 12, 19 e 26 de setembro, quartas das 18h30 às 20h, no 10º andar do conjunto esportivo)

Tema pungente na obra de Ricardo Marinelli, o corpo, o espaço público e o objeto da arte são tema de discussão da oficina O corpo que se instala na rua. Nas aulas, o artista pretende causar reflexão e provocar os presentes a partir da troca de pesquisas sobre a arte no meio público, do estudo exploratório de ambientes urbanos, da discussão e leitura de textos artísticos e da elaboração de ações a se executar nos ambientes observados.

As provocações pretendem estimular diferentes óticas sobre as intervenções urbanas e ações coreográficas em ambientes públicos, modificando o olhar dos intérpretes e transeuntes acerca dos cenários comuns e corriqueiros, desfocando o olhar cotidiano e desmistificando a ideia de que arte só se produz dentro de estúdios. A partir do suporte do corpo e do movimento, os alunos podem desenvolver instalações e intervenções moldadas a partir de ambientes urbanos.

Sobre Ricardo Marinelli
Ricardo Marinelli é artista, pesquisador e gestor de projetos em arte contemporânea, trabalhando em diversos campos entre artes cênicas e visuais. Licenciado em Educação Física e Mestre em Educação pela UFPR, foi bolsista/residente da Casa Hoffmann (2004) e professor de Dança e Filosofia na UFPR (2005-2006). Entre 2004 e 2011 recebeu 7 prêmios da FUNARTE e nos últimos anos circulou com seus trabalhos por diversos festivais no Brasil, Alemanha, Perú, Uruguai, Martinica e Cuba. Com forte interesse pela questão política em que a arte se envolve, propõe reflexões por meio da dança, da intervenção, da performance e da instalação sobre o espaço da arte no meio urbano, a vida nas grandes metrópoles, a banalidade do cotidiano e a necessidade da arte no espaço público.

Para serviço:
EU TENHO AUTORIZAÇÃO DA POLÍCIA PARA FICAR PELADO AQUI – De 13 a 16 de setembro, quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 18h, na Área de Convivência.
Grátis
Livre para todos os públicos
Concepção, criação e execução: Ricardo Marinelli.
Duração: 45 minutos.

INFILTRAÇÕES – Dia 22 de setembro (sábado), às 20h, e 23 (domingo), às 18h.
Dia 26 (quarta), às 16h, dias 27 (quinta) e 28 (sexta), às 20h.
Dia 29 (sábado), às 17h e 20h, e dia 30 (domingo), às 18h, no Bar-café, Rua Central e Área de Convivência.
Concepção e criação: Elisabete Finger, Neto Machado e Ricardo Marinelli.
Performers que já participaram das ações: Elisabete Finger, Neto Machado, Ricardo Marinelli, Mariana Batista, Flávia Costa, Israel Becker, Sabrina Fernandez, Juliana Alves, Gustavo Bitencourt, Ronie Rodrigues, Leo Fressato, Well Guitti, Luís Miguel Félix, Thiago Granato, Inês Lopez, Sandro Amaral e Youness Atabane.
Fotografias: Alessandra Haro, Elisabete Finger, Neto Machado e Ricardo Marinelli.
Edição de Vídeo: Marlon de Toledo.
Grátis
Livre para todos os públicos

O CORPO QUE SE INSTALA NA RUA – LABORATÓRIO DE CRIAÇÃO EM DANÇA – Dias 12, 19 e 26 de setembro, quartas, das 18h30 às 20h. 10º andar do Conjunto Esportivo. Orientação: Ricardo Marinelli. Duração: 1h30. Ingressos: de R$ 5,00 a R$ 20,00. Não recomendado para menores de 14 anos.
SESC Pompeia – Rua Clélia, 93
Telefone para informações: (11) 3871-7700

Não temos estacionamento. Para informações sobre outras programações, ligue 0800-118220 ou acesse o portal www.sescsp.org.br.
Horário de funcionamento da Bilheteria – De terça a sábado das 9 às 21 horas e domingos e feriados das 9 às 19 horas (ingressos à venda em todas as unidades do SESC).
Assessoria de Imprensa - SESC POMPEIA:
Roberta Della Noce (11) 3871-7740
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Fernanda Teixeira - 11. 3885-3671/ 9948-5355
Adriana Balsanelli - (11) 9245-4138
Douglas Picchetti - (11) 9814-6911
Renato Fernandes – (11) 7286-6703

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