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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Sesc Vila Mariana apresenta: LOGOS-DIÁLOGOS 6 Suítes de J. S. Bach para Violoncelo Solo e Dança

Espetáculo de Dimos Goudaroulis , virtuose do violoncelo, faz temporada em outubro tendo o músico “dialogando” ao vivo com a arte de premiado elenco de coreógrafos, conduzidos pela sublime música de Bach.

Sesc Vila Mariana apresenta, nas duas últimas semanas de outubro, Logos-Diálogos - 6 Suítes de J. S. Bach para Violoncelo Solo e Dança. O espetáculo - concebido pelo violoncelista Dimos Goudaroulis e idealizado por Luiz Felipe d’Ávila - reúne criações originais de seis importantes coreógrafos brasileiros contemporâneos, especialmente para as seis Suítes de Bach.

Os coreógrafos são: Jorge GarciaLuis Arrieta e Henrique Rodovalho (criadores para a primeira trilogia, apresentada nos dias 18, 19 e 20 de outubro) e Tíndaro SilvanoIsmael Ivo (foto) e Deborah Colker (segunda trilogia, nos dias 25, 26 e 27 de outubro). No palco, uma performance única que coloca a música de Bach, executada ao vivo por Dimos Goudaroulis , em constante diálogo e sintonia com a dança.

Goudaroulis estreou Logos-Diálogos em maio de 2012, no Teatro Alfa, em São Paulo. A curta temporada só não atingiu o ápice porque o músico sofreu um acidente fraturando o punho direito, fato que o impediu de tocar durante as apresentações. O espetáculo seguiu com a música mecânica de seu álbum Johann Sebastian Bach - 6 Suítes a Violoncello Solo. Em 2013, o Sesc SP encampou a realização, pela originalidade em levar ao palco toda a complexidade da obra do compositor, reunindo expoentes da dança contemporânea brasileira. E Dimos traz novamente o espetáculo à cena, agora apresentado na real forma de sua concepção.



Dimos Goudaroulis é o fio condutor deste singelo e também sofisticado jogo entre a multiplicidade cênica dos coreógrafos e a unidade musical do compositor. Cada um exibe sua leitura poética em forma de dança para esta obra prima universal. Jorge Garcia abre a primeira trilogia com uma leitura teatral, muito propícia ao início, à criação, ao Gênesis. Na Suíte II, de tonalidade mais escura, Luis Arrieta interioriza Bach, em solo mais conceitual para simbolizar a queda, o sofrimento. Fechando a primeira trilogia, com a eloquente e sonora Suite III, Henrique Rodovalho inspira-se na luminosidade para expressar o sentimento que eleva e liberta a alma.

A coreografia de Tíndaro Silvano para a Suíte IV (primeira da segunda trilogia) tem estética neoclássica para reportar à figura do Pai, à nobreza, à reverência. Para a Suíte V, a mais escura e profunda de toda a obra, Ismael Ivo apresenta uma performancecontemporânea/instalação de corpo e música, interiorizando as notas de Bach carregadas do simbolismo da Paixão. Fechando a trilogia, bem como o espetáculo concebido por Goudaroulis, Deborah Colker traz para a excepcional e virtuosística Suíte VI uma coreografia que simboliza a transformação, a salvação, a iluminação.

“Minha opção é a de tocar as suítes o mais fielmente possível ao original” (D.G.)

Para todos os grandes violoncelistas, as seis Suítes Para Violoncelo Solo de Bach são fontes inesgotáveis de todo conhecimento e sabedoria, um caminho para a iluminação. “As Suítes de Bach têm me acompanhado durante toda a minha vida de músico. Elas são o meu pão de cada dia, o texto sagrado que nunca parei de tentar entender, explicar, decodificar, interpretar...”, afirma o músico grego, radicado no Brasil desde 1996.

A música de J. S. Bach tem intensa carga de simbolismos que passam por religião e numerologia. As Suítes, divididas em duas trilogias, são perfeitamente simétricas na forma e no significado, tendo o número 3 (e a simbologia da Trindade) no cerne da construção da obra.

Logo depois do lançamento, em Julho de 2011, de seu álbum duplo Johann Sebastian Bach - 6 Suítes a Violoncello Solo, executadas com violoncelo barroco e absoluta fidelidade ao manuscrito de Anna Magdalena, Goudaroulis passou a se dedicar ao audacioso projeto Logos-Diálogos - 6 Suítes de J. S. Bach para Violoncelo Solo e Dança.

O músico propôs a cada um dos coreógrafos convidados uma determinada suíte. A partir do diálogo contínuo sobre o caráter e cor de cada suíte, eles trabalharam individualmente na concepção e elaboração das coreografias. “As Suítes são música pura, íntima, profunda; e a música de Bach é um discurso, segue as leis da retórica. Assim, as coreografias foram concebidas também como discurso. Um discurso de gestos ricos na representação do simbólico resultando num mergulho profundo em Bach, traduzindo as muitas e muitas camadas de significado que estão presentes na obra dele”.

Logos-Diálogos é carregado de significados. “Logos”, palavra grega, significava inicialmente a palavra, o Verbo, mas também o Princípio. No cristianismo, passou a referir, especificamente, Jesus Cristo: “No princípio era o verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” [O Evangelho Segundo João, 1:1,2]. Ao longo do tempo, acabou ganhando novos sentidos, passando a traduzir amplamente o conceito de ‘razão’, tanto a capacidade de racionalização como o princípio cósmico da Ordem e da Beleza.

‘Diálogos’, palavra também vinda do grego [dia = através, logos = palavra], traduz uma conversação estabelecida entre duas ou mais pessoas. No caso do projeto simboliza todos os diálogos – entre música e dança, entre som e movimento, entre passado e presente, que inclui os envolvidos, inclusive a plateia.

Johann Sebastian Bach & Dimos Goudaroulis

Johann Sebastian Bach inventou uma linguagem para o instrumento e marcou a história do violoncelo com uma obra inovadora, de alta dificuldade técnica e insuperável profundidade musical. As 6 Suítes a Violoncello Solo Senza Basso foram escritas em Köthen entre 1720 e 1723. As partituras originais se perderam, e o que existe são quatro manuscritos do século XVIII. O mais fiel, e certamente o mais valioso deles, é a cópia feita pela musicista Anna Magdalena Bach, segunda esposa de Bach e sua copista habitual.
Consideradas obras máximas obrigatórias a qualquer violoncelista, as seis Suítes são identificadas com os índices BWV 1007 a BWV 1012. Cada Suite tem sempre seis movimentos: um (1) Prelúdio; as danças (2) Allemande, (3) Courante, (4) Sarabande, (5) Menuet - para as Suítes 1 e 2; Bourrée, para as Suítes 3 e 4; Gavotte para as duas últimas -e, finalmente, (6) Gigue.

Dimos Goudaroulis lançou em 2008 o CD Bach - 3 Suítes para Violoncelo Solo, com as Suítes I, II e III, que recebeu o Prêmio Bravo! de Cultura como Melhor CD Erudito do ano. Em 2010 voltou ao estúdio para gravar as outras três Suítes; e em 2011 lançou o álbum duplo com a integral: Johann Sebastian Bach - 6 Suítes a Violoncello Solo.

Nas cinco primeiras, utiliza um violoncelo barroco – “meu velho e querido violoncelo francês do final do século XVIII, instrumento nobre com graves generosos e som escuro; e seu som escurece ainda mais na quinta Suíte, a ‘suíte francesa’ da série a mais profunda e dramática de todas com a  scordatura requerida no manuscrito, da corda lá afinada em sol e com tonalidade de dó menor”. Na sexta, também como especificado no manuscrito – Suíte 6me à cinques cordes – toca um violoncello piccolo de 5 cordas.
       
“Existe grande polêmica em torno do manuscrito da Anna Magdalena”, afirma Dimos. “Muitos se inspiram nele, mas ninguém acredita na extrema variedade de articulações e arcadas. Com a desculpa de que o manuscrito seria impreciso e incoerente, os violoncelistas, mesmo os modernos e bem informados sobre o estilo de interpretação da época, não conseguem admitir as arcadas aparentemente anárquicas do manuscrito, consideram que vão contra a regra e são praticamente inexecutáveis... E partem para  interpretações pessoais, cada vez mais distanciadas do original.”

Segundo Dimos, as arcadas no manuscrito da Anna Magdalena Bach não estão lá por acaso; ao contrário, são extremamente bem pensadas e construídas e fazem parte integral da composição e do discurso. “As articulações e arcadas são de variedade e riqueza surpreendentes, propondo e definindo soluções musicais na interpretação do texto. A técnica de arco é realmente muito difícil, mas a musica fica bem eloquente! Toco todas as articulações e arcadas escritas, sem nunca corrigir o arco, sempre “como vem”...Surpresa agradável: mesmo dentro de uma visão tão focada, encontra-se tanta liberdade, espaço para se mover, sonhar, interpretar!”

Ficha técnica

Espetáculo: LOGOS-DIÁLOGOS
6 Suítes de J. S. Bach para Violoncelo Solo e Dança

Concepção, direção artística e violoncelo: Dimos Goudaroulis
Realização: Sesc SP
Idealização: Luiz Felipe d’Ávila
Coreógrafos: Jorge GarciaLuis Arrieta , Henrique RodovalhoTíndaro SilvanoIsmael Ivo e Déborah Colker.
Cenografia e figurinos: Fábio Namatame
Iluminação: Joyce Drummond
Direção de produção: Darson Ribeiro

Serviço

Dias 18, 19 e 20 de outubro (sexta a domingo) - primeira trilogia:
  • Jorge Garcia e seis bailarinos da J.Gar.Cia: Suíte I
  • Luís Arrieta solo: Suíte II
  • Henrique Rodovalho e nove bailarinos da Quasar Cia. de Dança: Suíte III

Dias 25, 26 e 27 de outubro (sexta a domingo) - segunda trilogia:
  • Tíndaro Silvano e nove bailarinos do Grupo Vórtice: Suíte IV
  • Ismael Ivo solo: Suíte V
  • Deborah Colker e seis bailarinos convidados: Suíte VI

Local: Sesc Vila Mariana (Teatro)
Rua Pelotas, nº 141. Vila Mariana/SP. Tel: (11) 5080-3000
Horários: sextas e sábados (21 horas) e domingos (18 horas)
Ingressos: R$ 32,00 (inteira), R$ 16,00 (usuário inscrito no Sesc e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública), R$ 6,40 (trabalhador no comércio matriculado no Sesc e dependentes) Venda pelo INGRESSOSESC (unidades ou Portal Sesc).
Bilheteria: Terça a sexta (9h-21h30), sábado (10h-21h30), domingo/feriado (10h-18h30). Aceita cartões.
Classificação etária: 12 anos. Duração: 75 min (1ª trilogia) e 80 min (2ª trilogia)
Capacidade: 611 lugares. Acesso universal. Ar condicionado. Estacionamento: R$3,00 (+ R$1,00hora adicional): matriculados. R$ 6,00 (+ R$2,00hora adicional): não matriculados.

Os coreógrafos

Nascido em Pernambuco, Jorge Garcia iniciou sua carreira de bailarino quando chegou a São Paulo, no início dos anos 1990. Em 1995 foi admitido na Cia. de Dança Cisne Negro, onde permaneceu por dois anos. Ingressou no Balé da Cidade de São Paulo onde atuou até 2005, saindo para formar sua própria companhia, a J.Garcia & Cia - Dança Contemporânea. Suas coreografias unem o rigor da técnica clássica à descontração da dança popular e revelam um vocabulário muito pessoal de teatralidade sempre muito presente.

Argentino de Buenos Aires, Luis Arrieta está no Brasil desde 1974. Ao longo de sua trajetória como  bailarino, coreógrafo e diretor artístico, tem destaque na dança produzida no Brasil. Teve papel decisivo em companhias como o Balé da Cidade de São Paulo e o Balé Teatro Castro  Alves, de Salvador. Ocupou por duas vezes o posto de diretor artístico do Balé da Cidade de São Paulo e foi  fundador e diretor artístico do Elo Ballet de Câmara Contemporâneo, de Belo Horizonte.



Coreógrafo e diretor artístico da Quasar Cia. de Dança, Henrique Rodovalho é um dos mais talentosos criadores da dança contemporânea brasileira. Natural de Goiânia formou-se em Educação Física e esteve envolvido com Artes Marciais até meados dos anos 1980. Em 1988 começou a trabalhar na Quasar Cia de Dança em 1988, que logo tornou-se uma das referências na Dança Contemporânea em Goiás, e posteriormente em todo o País. No exterior já realizou trabalhos em Portugal, México, Holanda e Inglaterra.

Tíndaro Silvano formou-se bailarino pelo Palácio das Artes, em Belo Horizonte e aperfeiçoou-se com  mestres como Hugo Dellavalle e Bettina Bellomo. É hoje maître de balé e coreógrafo do Ballet Jovem do  Palácio das Artes de Belo Horizonte, e ao mesmo tempo atua com diversas companhias de dança  brasileiras, entre elas Ballet Guaíra, Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e Grupo Cisne Negro. Tem  forte presença no exterior, com atividades em Portugal, Alemanha, França, Holanda, Argentina e  Finlândia.

O paulistano Ismael Ivo teve carreira meteórica como bailarino, destacando-se rapidamente no Brasil e  logo na cena internacional. Em 1983 tornou-se membro da Alvin Ailey Dance Center. De 1985 a 1996 viveu  em Berlim trabalhando com Johann Kresnik, coreógrafo da German Dance Theatre, e com Ushiu Amagatsu,  diretor e coreógrafo do grupo Sankai Juku. Por dez anos foi diretor artístico do International Festival  Tanzwochen, em Viena. Em 2005 foi nomeado curador do Festival Internacional de Dança Contemporânea da Bienal de Veneza.

Deborah Colker cursou Psicologia, foi jogadora de vôlei e estudou piano por 10 anos. A partir de 1980 dançou, coreografou e deu aulas durante oito anos no Grupo Coringa. Convidada para coreografar os  movimentos da peça A Irresistível Aventura, em 1984, deu início à vertente mais importante de sua carreira nos anos seguintes - diretora de movimento -, vindo a trabalhar com grandes diretores e atores do País. Em 1994 fundou sua própria companhia de dança. Em 2009 criou e dirigiu "Ovo", espetáculo do Cirque Du Soleil.


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