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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O clássico da literatura ganha nova vida em O Gato de Botas, Uma Aventura no Brasil


Baseado no conto de fadas de Charles Perrault, a montagem
de Fezu Duarte transporta o clássico infantil para a realidade brasileira.
Fios de rede elétrica e pedaços de bicicletas compõem o cenário de Kleber Montanheiro

Um gato, uma princesa rebelde e um camponês medroso. Junte a eles a rainha, um gigante, piratas atrapalhados e aventuras em alto mar. Por fim, adicione generosas pitadas de cultura brasileira como o samba e o acarajé. Esta é a receita de Fezu Duarte (diretora deOs Saltimbancos - 4 anos em cartaz - e Se Essa Rua Fosse Minha), para nova montagem infantil da Cia. La Mariquita, O Gato de Botas, Uma Aventura no Brasil, que estreia dia 18 de agosto, domingo, às 11h30, no Teatro Viradalata, em Perdizes.

Baseada no clássico O Gato de Botas, escrito em 1697 por Charles Perrault (1628-1703), a encenação transporta os costumes e personagens do século 17 para o Brasil atual, propondo um diálogo entre o “jeitinho brasileiro” e a conhecida malandragem do Gato de Botas. Escrito por Caru Ramos em parceria com Flávia Maria, o infantil aborda aspectos da cultura brasileira, como a música e a culinária. Além de autora, Caru Ramos também integra o elenco ao lado de Diego Rodda, Willian Franklin e Aline GabrielKleber Montanheiro assina cenário e figurinos.

Um moleiro tinha três filhos. Na hora de sua morte repartiu aos herdeiros seus únicos bens. Deu ao primogênito o moinho; ao segundo, o seu burro; e ao mais moço apenas um gato. Este último ficou muito descontente com a parte que lhe coube da herança, mas o gato disse: “Meu querido amo, compra-me um par de botas e, em breve, te provarei que sou de mais utilidade que um moinho ou um asno.”

O personagem já teve participação em três dos quatro filmes de animação Shrek, ganhando projeção com a voz do ator Antônio Banderas e estrelou um filme como protagonista, em 2011, pela DreamWorks. A montagem de Fezu Duarte parte do conto original, um gato astuto que transforma seu dono, um pobre camponês, em um rico marquês, a fim de conquistar uma princesa. Na adaptação da trama, a mocinha rebelde simula seu próprio sequestro por piratas, para fugir da vidinha de princesa e formar uma carreira de detetive em um País chamado Brasil. O gato e seu amo acabam fazendo uma longa viagem, desembarcando na Bahia. Na aventura, os dois vivem grandes experiências, permeando o rico universo da cultura brasileira. “O Gato de Botas me lembra muitas figuras, e a personalidade do brasileiro onde é sempre necessário dar um jeito para se virar. E é exatamente isso que acontece na montagem,” explica Fezu Duarte.

Embalado por canções e ritmos genuinamente brasileiros, desde o samba até a bossa nova, o espetáculo musical conta ainda com personagens marcantes da nossa cultura, como uma baiana que além do sotaque e do acarajé traz também toda a mística da Bahia e um moleque carioca, com seu jeito malandro e despojado, que vende até ingressos para a Copa do Mundo. Segundo a autora Caru Ramos, “o teatro tem a função de transformar, mostrar os arquétipos e nos colocar em contato com o que somos de verdade. Dessa forma, a peça resgata as nossas raízes, revelando às crianças a riqueza e pluralidade do Brasil. Falamos sobre a ginga, a garra e a amizade do povo brasileiro.”

Usando como referência a linguagem dos quadrinhos e desenhos animados, a diretora faz trocas rápidas de cenas com sequencias bem dinâmicas. A trilha sonora de Flávia Maria e Nelson Petrovisck, em parceria com o grupo, mescla canções autorais e músicas conhecidas pela público. Entre as releituras, Burguesinha (Seu Jorge/Gabriel Moura/Pretinho da Serrinha) e E Vamos À Luta, de Gonzaguinha embalam a história que tem até uma versão de Atirei o Pau no Gato, que ganhou uma paródia com melodia de Another Brick In The Wall, do Pink Floyd.

Os figurinos e cenário, de Kleber Montanheiro, também remetem ao universo brasileiro. Fios de postes de luz embaraçados servem de varal para tênis, pipas e bolas de futebol. Esculturas móveis de metal completam o espaço que, segundo o cenógrafo, é inspirado no cotidiano e feito com peças de bicicletas, carrinhos e outros objetos desmembrados. “A nossa proposta é dar re-significado às coisas que existem no dia-dia para que a criança as reconheça. É como se fossem aqueles carrinhos dos catadores de lixo, só que com uma estética completamente diferente, como se fossem uma escultura”. A partir delas, tecem-se a história e o ambiente do espetáculo. O figurino é baseado nas roupas típicas da Europa medieval, porém em todas elas há um toque brasileiro: vestidos, babados e tecidos foram misturados com pequenos recortes de estampas floridas e coloridas.

Apesar da temática infantil, O Gato de Botas, Uma Aventura no Brasil conta ainda com doses de ironia e referências à conjuntura política e social atuais, divertindo principalmente os adultos da plateia.

Sobre a Cia La Mariquita
A Cia La mariquita surgiu em 2007, com o intuito de pesquisar e narrar histórias e fábulas de domínio público, alinhavadas por cantigas de roda brasileiras. Em2008, o grupo mergulha no universo clownesco, sob a orientação de Fernando Vieira, e inicia estudos de movimento realizados a partir de desenhos animados e filmes infantis. Das livrarias, a companhia  passou  a contar histórias em unidades do Sesc ,CEUS, Centros Culturais  e a fazer oficinas de narração de histórias e construção de brinquedos. Em 2010 o grupo se integra ao projeto social da ONG Água Viva ministrando cursos e fazendo apresentações para a comunidade carente da Freguesia do Ó. Ainda em 2010 é convidado pela Secretaria Municipal de Educação a orientar professores da rede pública da cidade de Campinas, na “arte de contar histórias”.
Em 2011, participou do festival de Curitiba com o trabalho cênico Sensações em Lorca, o qual  esteve temporada na biblioteca Mário de Andrade em SP e, nesse mesmo ano, a entrada de novos integrantes fez com que o grupo caminhasse para o universo da poesia e da música com a criação da série Canções Poéticas que sobrepõe poemas e canções. Em 2012, com a entrada da diretora Fezu Duarte, o grupo montou os espetáculos infantis O Casamento da Dona Baratinha ou Deu a Louca na Dona Baratinha e A Menina e o Monstro, sendo que essas montagens que inauguraram os Teatros da Livraria da Vila dos Shoppings Cidade Jardim e JK.
Sobre Fezu Duarte
Bacharel em Artes Cênicas pela Universidade São Judas. Foi diretora artística do Teatro Brasileiro de Comédia, de 1998 a 2003. No TBC, criou a Cia. de Repertório e atuou como atriz em Ópera do Malandro, com direção de Gabriel Villela.

Fundou a Cia. de Teatro Rock, onde dirigiu os espetáculos Q.A.P., A Borboleta sem Asas e Na Cama com Tarantino. Em 2004, dirigiu R-Evolução Urbana, o primeiro espetáculo sobre a Legião Urbana. Assinou ainda a direção dos musicais A Sessão da Tarde ou Você Não Soube Me Amar e Lado B - Mudaram as Estações. Em 2008, dirigiu o musical infantil Os Saltimbancos, com produção do Teatro Folha, que ficou em cartaz por 4 anos. Em 2001, assinou direção do lado de Marcos Ferraz e Marcos Okura, Se Essa Rua Fosse Minha com a Cia de Teatro Rock.

Ganhou os prêmios APCA 1999 pela restauração do TBC, PANANCO de 2000, por A Borboleta Sem Asas (trilha sonora e produção), FEMSA Coca Cola 2006 porA sessão da Tarde ou Você não Soube me Amar (categoria especial Cia de teatro Rock) e Prêmio qualidade Brasil 2007 por Lado B Mudaram as Estações (Melhor Espetáculo).

Para roteiro:
O GATO DE BOTAS, UMA AVENTURA NO BRASIL - Estreia dia 18 de agosto, domingo, às 11h30, no Teatro Viradalata. Direção Geral: Fezu DuarteConcepção: Fezu Duarte e Caru Ramos Texto: Caru Ramos e Flávia Maria. Elenco: Cia. La Mariquita: Aline Gabriel, Caru Ramos, Diego Rodda e Willian Franklin.Trilha sonora original: Flávia Maria e Nelson Petrovisck. Cenário e Figurino: Kleber Montanheiro. Coreografia: Juliana Sanches. Duração: 50 minutos.Classificação etária: 2 anos. Ingressos: R$ 30,00 e R$15,00. Temporada: Domingos, às 11h30. Até 27 de outubro.
TEATRO VIRADALATA - Rua Apinajés, 1387. Perdizes. Telefone - 11 3868-2535. Tem ar condicionado. Capacidade – 100 lugares. Acessibilidade. Bilheteria - de quarta a domingo a partir das 14 horas. Estacionamento – Vallet a R$ 15,00.  www.viradalata.com.br

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