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quinta-feira, 18 de julho de 2013

A CANÇÃO DE BERNADETE, penúltima peça do projeto Baú da Arethuzza , estreia dia 20 de julho

Texto de Arethuzza Neves, escrito em 1945, é baseado no romance homônimo de Franz Werfel. Neste projeto, o grupo levanta espetáculo inédito em duas semanas, experiência inspirada nos moldes de produção do Circo Teatro Arethuzza. Sempre com direção de Fernando Neves, descendente da família de circo chegada ao Brasil em 1889.
Ainda será encenado o espetáculo Dar corda para se enforcar. O projeto - termina com A Mulher do Trem, segunda montagem dos Fofos, que trilha o caminho do
circo-teatro

Depois da Pantomima Antes do Enterro do Anão, da Burleta Caipira Vancê não viu minha fia? e do Melodrama Policial A Ré Misteriosa, Os Fofos Encenam estreiam o quarto espetáculo do projeto Baú da Arethuzza. A continuação da pesquisa sobre o universo do Circo-Teatro segue com A Canção de Bernadetemelodrama religioso em cartaz durante duas semanas, entre 20 e 29 de julho, no Espaço dos Fofos.

O texto, baseado em fatos reais, tem como protagonista a jovem camponesa Bernadete Soubirous, que, em 1858, na França, teve visões da Virgem Maria, em Lourdes - local de peregrinação católica até hoje. No espetáculo, Bernadete recebe a visita de uma senhora “vinda do céu”. Os moradores da cidade acreditam que a senhora seja a Virgem Maria. Já as autoridades locais, uma fantasia criada por uma menina paranoica. A visão da menina acaba gerando embates entre fé e incredulidade, numa época de apogeu das ideias racionalistas.

A peça integra o repertório da companhia circense Circo Teatro Arethuzza (que surgiu no século 19 e existiu até meados dos anos 60). Trata-se de uma adaptação realizada pela proprietária do circo, Arethuzza Neves. Em cena estão Carlos AtaideCris Rocha,Eduardo ReyesErica Montanheiro, Katia Daher, Marcelo Andrade, Paula Hemsi, Paulo de Pontes, Rodrigo Pocidônio, Stella Tobar e Zé Valdir, além da criança Lucas Melo, de 9 anos, filho do ator Marcelo Andrade.

Espetáculos com acontecimentos religiosos, que narravam fatos prodigiosos da vida dos santos eram comumente encenados pelas companhias circenses na primeira metade do século 20, e alcançavam expressivo sucesso junto ao público que se emocionava com os martírios contundentes pelos quais haviam passado alguns dos santos católicos.

A Canção de Bernadete teve versão cinematográfica apresentada em 1943. Dirigido por Henry King, o filme foi vencedor de 4 Oscars, e teve indicação em outras 7 categorias. Nesta versão apresentada pelos Fofos, o filme serviu como base para a adaptação do texto realizada pelo diretor Fernando Neves.

Neves optou por uma encenação enxuta. No palco italiano, Fernando Neves concebeu três espaços – da Política, do Cotidiano e da Magia. “A montagem é simples, sem excessos de elementos cenográficos, ampliando no discurso dos personagens a carga dramática do texto. Foco no trabalho do ator, na luz, que tem papel bem importante, e na trilha sonora, que inclui uma música da encenação original (uma ladainha) e temas do compositor russo Igor Stravinsky.

Fernando ressalta a discussão sobre a questão da religiosidade e da política. “Existe um jogo político de interesses, um embate entre a Igreja e a Política, uma discussão sobre o oportunismo, o poderio da Igreja no século 19 e os políticos”, diz o diretor, informando que
“na peça os políticos querem construir uma estrada de ferro onde a Virgem Maria apareceu para Bernadete, que virou santa.


Para roteiro
A Canção de Bernadete – Estreia dia 20 de julho, sábado, às 21 horas no Espaço dos Fofos. Texto: Arethuzza Neves. Gênero:melodrama religioso. Direção: Fernando Neves. Direção musical: Fernando Esteves. Assistente de direção: Paula Hemsi.Elenco: Carlos AtaideCris RochaEduardo ReyesErica MontanheiroKatia DaherMarcelo AndradePaulo de PontesRodrigo Pocidônio, Stella Tobar e Zé Valdir. Espaço cênico: Fernando NevesMarcelo Andrade e Zé Valdir. Iluminação: Eduardo Reyes e Paula Hemsi. Figurino: Bruno Spitaletti. Fotografia: Ligia Jardim. Direção de produção: Eduardo Reyes.

Espaço dos Fofos - R. Adoniran Barbosa, 151, Bela Vista – SP - CEP: 01318-020,  fone (11) 3101.6640. Temporada: 20 a 29 de julho de 2013Sessões: sábado: 21h. Domingo: 19h. Segunda: 20h. Indicação etária: não recomendado para menores de 14 anos.Duração: 90 minutos (aproximadamente). Capacidade: 60 lugares. Ingressos: R$ 20,00 / R$ 10,00. Ingressos antecipados:www.ingresso.com .Cartões: aceita todos os cartões. Meia entrada: para estudantes, professores da rede pública, maiores de 60 anos e classe teatral. Acessibilidade: tem acesso a deficientes. Apoio: Programa Municipal de Fomento para a cidade de São Paulo.

Baú da Arethuzza
O título do projeto faz alusão ao acervo teatral de Fernando Neves. Descendente de família do Circo Teatro Arethuzza, o diretor herdou diversos textos teatrais. Neste projeto, Os Fofos Encenam se propõem a investigar a evolução da teatralidade circense (cenografia, dramaturgia e interpretação) durante o período de 1910 a 1950. Essa iniciativa prevê, ainda, oficina aberta ao público, com a proposta de compartilhar com os participantes os 10 anos de experiência do grupo sobre o universo circense.

De acordo com ator e produtor Eduardo Reyes, entre as atividades previstas no projeto estão também aulas de circo para os atores: “É preciso atravessar um processo para vivenciarmos o modus operandi dos artistas circenses. Eram atores que tinham grande domínio do improviso junto à plateia, conquistado por meio da prática cotidiana. Levantar um espetáculo em duas semanas, como nos propusemos, é uma experiência inspirada nos moldes de produção do Circo Teatro Arethuzza ainda não experimentada pelos Fofos.”

Os atores tiveram, ainda em 2012, aulas de dança, realizadas com o objetivo de familiarizá-los aos diversos gêneros musicais que deverão ser executados nas montagens previstas. “Os artistas circenses tinham pleno domínio da dança no palco e articulavam junto a ela os diversos elementos que compõem a cena teatral: cenário, figurino e música”, fala o diretor.

A canção de Bernadetede Arethuzza Neves. Drama sacro. 20 a 29 de julho Sábado, domingo e segunda.

Dar corda pra se enforcarautor desconhecido. Comédia. 17 a 26 de agosto – Sábado, domingo e segunda.

Após as montagens do Baú da ArethuzzaA Mulher do Trem fará apresentações durante o mês de setembro de 2013, no Espaço dos Fofos, na Bela Vista.

Retorno ao Picadeiro
Não é a primeira vez que o grupo trabalha com a atmosfera lúdica do mundo circense. A segunda montagem do repertório do grupo -A Mulher do Trem - trilha esse caminho. Com texto de Maurice Hennequin e George Mitchell e direção de Fernando Neves, o espetáculo é um dos mais premiados dos Fofos – sete prêmios no Festivale (Festival de Teatro de São José dos Campos – 2003), prêmio Shell 2003 de melhor figurino, troféu Terça Insana 2004 para melhor espetáculo de comédia e indicação ao prêmio Qualidade Brasil 2004 nas categorias melhor diretor de comédia e melhor atriz cômica (Carol Badra).

Descendente de uma família de circo chegada ao Brasil em 1889, o diretor conviveu com sua linguagem e suas histórias. Foi no acervo da família que ele encontrou o texto. “Recolhi do baú de minha família uma série de textos. Grande parte deles não chegou a ser publicada. Os Fofos Encenam encontraram ali um rico repertório, pois os autores circenses sabiam como construir uma dramaturgia sólida o bastante para conduzir uma trama e manter atenta uma plateia que ia ao circo em busca de boa diversão.”

Formados por famílias de artistas mambembes, os circos-teatro foram os grandes responsáveis por levar a arte dramática ao interior do Brasil durante boa parte do século 19 e a primeira metade do século 20. Essa arte revelou e influenciou atores como Oscarito, Grande Otelo, Dercy Gonçalves, Procópio Ferreira, Bibi Ferreira e Mazaroppi, entre outros.

Sobre Os Fofos Encenam
Os Fofos Encenam têm sua trajetória iniciada em São Paulo no ano de 2001 com o espetáculo Deus Sabia de Tudo..., escrito e dirigido por Newton Moreno. Em 2003 estrearam A Mulher do Trem, comédia de circo-teatro dirigida por Fernando Neves e vencedora do Prêmio Shell de Melhor Figurino. Com o incentivo da Lei de Fomento ao Teatro da Cidade de São Paulo montaram, em 2005, Assombrações do Recife Velho, texto e direção de Newton Moreno a partir da obra homônima de Gilberto Freyre. Assombrações recebeu 3 indicações ao Prêmio Shell (Melhor Iluminação, Melhor Figurino, Melhor Direção).

Em 2006, partiram, sob a direção de Fernando Neves, para o drama circense Ferro em Brasa, com subsídio do Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, concluindo uma primeira fase com quatro espetáculos. Ferro em Brasa foi indicado ao Prêmio Shell nas categorias Melhor Atriz (Cris Rocha) e Prêmio Especial pela pesquisa do grupo sobre o universo do circo-teatro. A partir daí iniciou-se uma segunda fase: a busca por um espaço que abrigasse a evolução das investigações cênicas e que possibilitasse de forma continuada a apresentação do repertório dos Fofos.

Em 2007, a cia. é contemplada com a Lei de Fomento ao Teatro da cidade de São Paulo pelo projeto O Ninho. Com esse subsídio, é inaugurado no bairro da Bela Vista o Espaço dos Fofos, sede para atividades teatrais que tem contribuído para o aperfeiçoamento das peças de seu repertório e das suas novas investidas estéticas, além de abrigar temporadas de espetáculos de outras companhias convidadas.  Em 2009, estreia no Espaço dos Fofos o quinto espetáculo da cia., Memória da Cana. Com dramaturgia e direção de Newton Moreno, Memória da Cana é uma adaptação do texto Álbum de Família, de Nelson Rodrigues, alimentada pela leitura das obras de Gilberto Freyre e pela interlocução memorial dos atores-criadores.

O espetáculo conquistou visibilidade e reconhecimento ao percorrer os mais importantes festivais de teatro do país e ao receber os seguintes prêmios: Shell (Melhor Direção e Melhor Cenário); Prêmio APCA 2009 (Melhor Espetáculo), além dos prêmios da Cooperativa Paulista de Teatro (Melhor Direção e Melhor Projeto Visual). Em 2012, patrocinados pela Petrobras, montaram Terra de Santo. O espetáculo elegeu a cana-de-açúcar como um pretexto para estabelecer um olhar sobre o país, sua identidade e sua volátil questão socioeconômica nos seus quinhentos anos de existência. Terra de Santo ganhou o prêmio APCA 2012 como Melhor Autor, para Newton Moreno além da indicação no prêmio da Cooperativa Paulista de Teatro para melhor projeto visual: iluminação, figurino e cenografia.

Arteplural Comunicação - Fernanda Teixeira
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