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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

CCBB São Paulo apresenta Contrações, com Grupo 3 de Teatro

Texto do dramaturgo inglês Mike Barlett tem direção da premiada diretora, escritora e atriz Grace Passô e traz no elenco Débora Falabella e Yara de Novaes, fundadoras do Grupo3 de Teatro junto com o produtor Gabriel Paiva

Escrita em 2008, Contrações, que estreia dia 19 de outubro do CCBB São Paulo, é uma obra cruelmente engraçada e absolutamente chocante, sendo ao mesmo tempo absurda e muito plausível. A tradução desta montagem é de Silvia Gomez, a trilha original é assinada por Morris Picciotto e tem cenário e figurino de André Cortez, os três colaboradores são parceiros criativos constantes do Grupo3.
No espaço único de um escritório, em uma grande corporação, a gerente (Yara de Novaes) convoca sua funcionária Emma (Débora Falabella), e solicita que leia em voz alta uma cláusula de seu contrato que proíbe aos funcionários qualquer relação sentimental ou sexual com outro empregado da mesma empresa.  Nos encontros seguintes, a gerente, amparada pelo poder que tem, libera suas diferentes facetas para manipular Emma. Para manter seu emprego a funcionária se entrega ao poder de sua superior, escancara e danifica sua vida privada. “A gerente não tem história própria, tudo o que ela diz  e todas as suas ações estão ligadas aos objetivos da grande corporação na qual ela trabalha”, descreve Yara de Novaes.
Barttlett constrói diálogos cortados e objetivos que reproduzem  relações cotidianas do ambiente de trabalho de forma divertida, ao mesmo tempo revelando um lado satírico e mordaz. Trata-se de um preciso exemplo do bom humor negro inglês.  A atriz Débora Falabella acrescenta: “A história vai caminhando cada vez mais para o absurdo e mesmo dentro deste contexto, a plateia continua se identificando com as personagens, e isso é surpreendente”.
O produtor Gabriel Paiva diz que o que mais chamou sua atenção na primeira leitura que fez do texto foi “a precisão e objetividade dos diálogos, o quanto ele consegue se comunicar de imediato com seu público. ”Ainda sobre o texto a diretora Grace Passô comenta: "Ele consegue ser uma metáfora e ainda realizar esta metáfora como algo possível de acontecer, verossímil com o nosso tempo, com os nossos paradigmas”.
Esta é a primeira vez que Grace trabalha com o Grupo3. "O Grupo 3 sempre faz um mergulho vertical na literatura ou na dramaturgia. Existe, por trás das montagens da companhia, um desejo claro de entender o texto de uma forma potente e necessária. Eu, Yara, Débora e Gabriel tivemos muitas conversas durante o processo de 'Contrações' e sempre foram conversas que iam além da própria peça, conversas de quem está pensando o teatro, a necessidade de fazê-lo, seus paradigmas, o que é ser artista hoje, qual é a nossa função, por que optar por determinadas estéticas, por determinados textos; ou seja, dizem respeito à filosofia do teatro - não o teatro máquina, o teatro que deve ser feito, mas o teatro que almeja um outro lugar, que quer descobrir outras formas, e é por isso que me interessa este trabalho, este encontro especificamente." Observa  a diretora.

O processo de criação de Contrações

Durante o mês de abril de 2013 a equipe criativa de ”Contrações” viajou por 8 cidades do interior paulista e expôs seus ensaios para plateias de aproximadamente 400 pessoas por cidade. A peça foi construída e modificada com a presença do público, diferentemente de um ensaio aberto, foi um processo criativo exposto, no qual, ao final de cada apresentação a plateia podia colocar suas impressões e opiniões sobre o texto e a montagem.

Este processo aconteceu pelo Circuito Cultural Paulista nas cidades de São Sebastião  Pirassununga, Espírito Santo do Pinhal, Limeira, Fernandópolis, Votuporanga, Botucatu e Dois Córregos. Ao todo os ensaios foram vistos por aproximadamente 3 mil pessoas.


Sobre Grace Passô
Diretora, dramaturga e atriz formada no Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte (MG). Foi cronista do jornal mineiro "O tempo", atuou em companhias da cidade de Belo Horizonte e hoje integra o grupo de teatro Espanca!, onde assina os textos de seu repertório atual: "Amores Surdos", "Marcha para Zenturo", "Por Elise" e "Congresso Internacional do Medo"; sendo diretora dos dois últimos trabalhos. Dentre os prêmios que recebeu, estão Prêmio Shell SP, Prêmio da Associação Paulista de críticos de arte; SESC Sated MG, Usiminas Simparc, dentre outros.

Sobre o autor
Com apenas 32 anos, o dramaturgo inglês, Mike Bartlett é considerado hoje um dos mais expressivos autores do teatro contemporâneo. Ganhador de vários e importantes prêmios como, o Laurence Olivier Award e ImisonAward, o teatro de Bartlett tem o seu foco no duelo entre o homem e os padrões de condutas exigidos e marcados pela sociedade. Com uma intensidade sombriamente engraçada, o autor debruça-se sobre questões como o fim do casamento, o abuso sofrido por funcionários nas grandes corporações, a sexualidade e as graves conseqüências do destrato sofrido pela natureza.
Trabalhando continuamente desde 2002, Mike Barlett é um escritor inquieto e profícuo.Entre suas principais obras estão: MyChild ( 2007), Contractions (2008), Cock ( 2009), Love,Love,Love ( 2010) e 13 (2011).

Sobre o Grupo3 de Teatro

A estreia do espetáculo A Serpente, na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro, em 2005, marcou também o nascimento do Grupo 3 de Teatro, fundado por Yara de Novaes, Débora Falabella e Gabriel Fontes Paiva. Com a criação da companhia, os três mineiros radicados em São Paulo deram continuidade à parceria teatral iniciada em Belo Horizonte no final da década de 1990.
A Serpente cumpriu temporada vitoriosa: ficou em cartaz no Teatro Faap, em 2006,  no Teatro Tuca, em 2008 e passou por cidades como Campinas, Belo Horizonte e Curitiba, além de excursão pelo nordeste. Um ano depois,  a mesma equipe realizou O Continente Negro, que foi incensado por toda a  crítica nacional, e apresentou pela primeira vez no Brasil um texto do dramaturgo chileno Marco Antonio de La Parra. Dirigida por Aderbal Freire Filho, a peça com Débora Falabella, Yara de Novaes e Ângelo Antônio (atualmente substituído pelo ator Rodolfo Vaz)  no elenco estreou no Teatro Faap e percorreu cidades como Belo Horizonte, Recife e Ribeirão Preto, além de temporada no Rio de Janeiro em 2009.
Em 2010, foi a vez do terceiro espetáculo da companhia, O amor e outros estranhos rumores, estrear no Teatro Tuca, em São Paulo, a preços populares. A surpreendente adaptação da dramaturga Silvia Gomez para os contos “Memórias do contabilista Pedro Inácio”, “Bárbara” e “Os três nomes de Godofredo”, do escritor mineiro Murilo Rubião, rendeu a Débora Falabella o Prêmio Contigo! na categoria de melhor atriz de teatro.  

Ficha Técnica:
Texto: Mike Bartlett. Tradução: Silvia Gomez. Direção: Grace Passô. Elenco: Débora Falabella e Yara de Novaes. Cenário e  Figurinos: André Cortez, Iluminação: Alessandra Domingues: Direção Musical e Trilha Sonora: Morris Picciotto. Direção de Produção: Gabriel Paiva. Idealização: Grupo 3 de Teatro


Serviço:
CCBB: Rua Álvares Penteado 112 (próximo às estações Sé e São Bento do Metrô). Temporada: De 19 de outubro até 9 de dezembro. Sábados às 17h30 e 20h, domingos às 18h e segundas às 20h. Duração80 min. Classificação indicativa: 14 anos. Ingressos: R$ 10.



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