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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Antígona 2084, escrita por José Rubens Siqueira estreia em novembro na Funarte, finalizando o Projeto Antígona das Cias Stromboli e Teatro CRU

Foto: João Caldas

Sob direção de João Grembecki, peça se passa em 2084 e coloca a heroína grega Antígona em um futuro apocaliptico.


Antígona 2084 é uma atualização do clássico de Sófocles, enfatizando a perenidade da questão humana profunda da filha de Édipo: o seu conflito entre o pessoal e o social. Na trama, a heroína luta para conseguir enterrar dignamente o corpo do irmão desaparecido.  A estreia acontece dia 8 de novembro, na Funarte às 21h horas. No elenco: Lenita Ponce (Antígona), Affonso Lobo (Creonte), Daniel Granieri, (Hêmon), Maria Eduarda Machado(mensageiro) Joy Japi, Paulo Carvalho, Lua Tatit (Ismênia), Ailton Rosa, Paulo Britto e Layna Bueno.

Ocupando a Funarte desde abril de 2013, as Cias Stromboli Teatro CRU chegam à reta final do Projeto Antígona, que consiste na montagem do texto de José Rubens Siqueira, escrito a partir do original de Sófocles. Assim como a tragédia original, a peça contemporânea narra um processo de busca de um nível superior de consciência na esfera do particular e do coletivo. Sem ideologias, sem verdades pré estabelecidas, o ser humano em busca de si mesmo.

O projeto que tem coordenação de José Rubens foi idealizado pela atriz Lenita Ponce, que sempre sonhou em montar Antígona. “Para mim essa peça propõe uma retomada de valores essenciais, ela mostra que indivíduo e sociedade não estão separados, que só cabe ao homem a responsabilidade de se transformar individualmente em busca de uma mudança social mais ampla.” Comenta a atriz que interpreta Antígona.

Sinopse
Antígona 2084, de José Rubens Siqueira, apresenta o mesmo conflito da tragédia grega de Sófocles: os conflitos individuais e coletivos que Antígona enfrenta para enterrar dignamente o corpo do irmão, desaparecido político.

A partir desta questão, José Rubens Siqueira atualiza a obra e constrói um Creonte metade máquina metade homem, chefe de Estado em 2084, apresenta um tribunal moderno no qual imagens no monitor servem de provas, um coro grego representado por teatro de sombras e somente por uma voz  ancestral, como se fosse de uma outra era, aracaica, como uma voz spectral do próprio teatro, ou de cada um de nós falando dentro do nosso coração, (a voz do coro é feita pelo ator Paulo Betti). O autor coloca também o povo nas ruas, reivindicando liberdade e promove desta forma um encontro entre passado, presente e futuro.

“Como tese temos a peça de Sófocles, como antítese temos o futuro e como síntese temos o presente” analisa o dramaturgo. “Esses gênios do passado não precisam de adaptação, de releitura, não dá para melhorar Shakespeare ou Sófocles, por exemplo. O que me propus a fazer foi uma atualização, seguindo muito de perto o original de Sófocles. Uma atualização da forma da tragédia”,  acrescenta José Rubens.

O autor comenta que prefere ver seus textos sendo encenados por outros diretores em vez dele mesmo. “É preferível não dirigir as peças que a gente mesmo escreve, acho que isso empobrece a montagem. Gosto de entregar nas mãos de outro diretor, que vai somar sua visão à minha. No caso de Antígona, por exemplo, o João Grembecki me falou de imagens de cenas que eu jamais havia pensado enquanto escrevia”

A encenação
O diretor João Grembecki está trabalhando com os atores na busca de uma verdade profunda dos sentimentos arquetípicos propostos pelo texto. Como por exemplo encontrar a crueldade e a violência exatas para a cena na qual  os guardas tiram Antígona do Tribunal.

A trilha sonora do espetáculo também passa por épocas diferentes. A parte que se passa no futuro traz várias referências eletrônicas como o estilo “dubstep”, por exemplo, já o momento em que o texto volta para a época da tragédia grega original, contará com uma trilha que remete à esta época.

“Para o peça estou trabalhando um encontro do arcaico com o futurista,  ao mesmo tempo que temos teatro de sombras, temos uma estética matrix, blade runner, ditatorial e apocalíptica ao mesmo tempo. No figurino dos guardas, por exemplo, estou procurando fazer um capacete robótico com design grego” comenta o diretor que também é responsável junto à Cia Stromboli pelo cenário e figurino do espetáculo.

Sobre o Projeto Antígona
O projeto Antígona, da Cia. Stromboli e Teatro CRU, é dedicado à formação de público para o teatro e à reflexão sobre os processos de maturidade e desenvolvimento social por meio da arte.
 
O projeto pretende apresentar espetáculos destinados a diversas faixas etárias e fases da vida – desde os infantis até peças adultas, passando pelo infanto-juvenil – como O Casamento da Baratinha (para o público de 5 a 6 anos),Sherazade (para o público de 7 a 10 anos) e A Bela e a Fera (para o público jovem), além das apresentações de espetáculos infantis de companhias convidadas como Astoria Artistic Ensemble (Mexico), Cia Arte Tangível (São Paulo),entre outras.
 
A proposta é, por meio dessas apresentações, de workshops, mesas redondas e de aulas abertas sobre teatro, educação, cinema e cultura, discutir a formação do indivíduo como cidadão responsável e socialmente consciente de seu lugar social. Dos workshops e processos de seleção deste projeto, decorrerá a idealização e montagem do espetáculo Antígona, que terá a direção de João Grembecki e contempla as pesquisas das duas companhias idealizadoras do projeto – Cia Stromboli e CRU. Tudo acontece na Funarte, de maio a dezembro de 2013.

Sobre José Rubens Siqueira
Profissional das artes há mais de 50 anos, autordiretorcenógrafo e figurinistabrasileiro, ganhou destaque no teatropaulista a partir dos anos 1980.
Nas décadas de 60 e 70, sua carreira cinematográfica levou seus filmes de animação a representar o Brasil em Festivais de Cinema na AlemanhaTeerãUzbequistão e Casaquistão, na antiga União Soviética. No Brasil, ganhou diversos prêmios nos Festivais de Cinema de Gramado, Brasília e Belém.
Seu primeiro trabalho de destaque no teatro foi a direção de O Cordão Umbilical, texto de estréia de Mário Prata. Sua parceria com o encenador Francisco Medeiros gerou vários espetáculos premiados, entre eles, o infantilTronodocronoSimon, e o importante Artaud, o Espírito do Teatro. Em 2001 adapta para a cena o monumental espetáculo Os Lusíadas, dirigido por Iacov Hillel e produzido por Ruth Escobar.
Além da atividade teatral, Siqueira dedica-se à literatura, tendo traduzido autores como J. M. CoetzeeIsaac Bashevis Singer e Toni Morrison, ganhadores do prêmio Nobel, além do indiano Salman Rushdie e do cubano Pedro Juan Gutiérrez, entre outros. De sua autoria, tem publicados os livros Viver de Teatro (Nova Alexandria) eTronodocrono (Companhia das Letras).
Autodidata, José Rubens Siqueira recebe a graduação de Notório Saber em 2002 pela universidade que leciona desde 2000, a Escola de Comunicação das Artes do Corpo, curso integrante do Departamento de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica (PUC). José Rubens também aplica oficinas de dramaturgia fora da cidade de São Paulo.

Sobre João Grembecki
Formado em artes plásticas, João é ofundador da Companhia Stromboli, para pesquisa e desenvolvimento do teatro infantil, filiada à Cooperativa Paulista de Teatro desde 1996.Em 1998 foi o coordenador de produçãoda proposta vencedora do PROJETO COCA-COLA NO TEATRO, com o espetáculo A FLAUTA MÁGICA para crianças - de Mozart, direção de Walter Neiva. Em 2008 ganhou o Edital PAC para a produção do espetáculo A BELA E A FERA de José Rubens Siqueira, SESC Santana, onde assinou a criação e confecção de bonecos. Em 2010 foi contemplado pelo PROAC para a produção do espetáculo SHERAZADE de José Rubens Siqueira. Foi Ganhador do - Prêmio Estímulo Flávio Rangel pelo Projeto Metamorfoses montando o duo de espetáculos - A METAMORFOSE DE KAFKA (adulto)e O CASAMENTO DA BARATINHA (infantil)– de José Rubens Siqueira. Centro Cultural São Paulo – SP, 2001.
 
João foi o autor do boneco e coordenador de manipulação do tigre para o vídeo “TYGER” de Guilherme Marcondes, Festival Cultura Inglesa, Prêmio especial de melhor filme da direção do 14º Anima Mundi 2006 e de melhor animação brasileira pelo júri popular, primeiro filme brasileiro convidado a participar do Festival Internacional de Animação de Ottawa, Prêmio de melhor vídeo no II Festival Latino Americano de Curtas-Metragens de Canoa Quebrada 2006, um dos dez curtas mais votados pela audiência no 17º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, entre outros, 2006.
 
Trabalhou como coordenador de uma das equipes de Aderecistas para,OS LUSÍADAS, produção Ruth Escobar, com direção de IacovHillel, adaptação de José Rubens Siqueira. Patrocínio Petrobrás. Sala Estação das Artes – SP.  Produziu de forma autônoma o espetáculo VIDA DE CACHORRO – de José Rubens Siqueira, baseado no livro homônimo de Fátima Márques. Participou de diversas produções de outros grupos de SP no período de 1999 a 2009, como aderecista, criador de bonecos de animação, coordenação de manipulação de bonecos e criação e montagem de adereços, cenários e trilhas musicais para teatro.
 
Ficha técnica:
Direção: João Grembecki. Coordenação e dramaturgia: José Rubens Siqueira. Assistência de direção: Beto de Faria. Produção: Lenita Ponce. Cenários e figurinos: João Grembecki e Cia Stromboli. Iluminação: Denilson Marques. Preparação corporal: Lua Tatit. Elenco: Lenita Ponce, Affonso Lobo, Daniel Granieri, Joy Japi, Paulo Carvalho, Lua Tatit, Ailton Rosa, Paulo Britto e Layna Bueno.
 
Serviço:
Antígona 2084. Temporada: De 08 de novembro a 15 de dezembro de 2013. Sextas e sábados às 21h e domingos às 19h. Duração: 60 minutos. Onde: Funarte, Alameda Northman, 1058. Preço: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia). Classificação indicativa: 16 anos.



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