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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Tom Zé, Zezé Motta e Juçara Marçal cantam músicas dos espetáculos de Augusto Boal no show-homenagem Cancioneiro de Boal, no Sesc Pompeia



POMPEIA CONTA BOAL
30 Anos do Sesc Pompeia

Encerramento da programação Pompeia Conta Boal, em homenagem ao diretor de teatro e dramaturgo Augusto Boal (1931-2009), e em comemoração aos 30 anos do Sesc Pompeia, artistas ligados à obra de Boal interpretam clássicos de seus espetáculos e musicais

Em 1965, o dramaturgo e diretor de teatro Augusto Boal se valia da direção musical de Gilberto Gil e Caetano Veloso para estrear seu novo espetáculo teatral, Arena Conta Bahia, no Teatro de Arena, em São Paulo. Com Maria Bethânia e Tom Zé no elenco, o musical daria origem a uma série de outras montagens do diretor, como a peça Arena Conta Zumbi, encenada em 1969 por Cecília Boal, esposa de Augusto, e pela atriz e cantora Zezé Motta.


Mais de quatro décadas depois, algumas dessas figuras se reúnem para relembrar e homenagear a obra musical de Boal no showCancioneiro de Boal, com o cantor e compositor Tom Zé, e as cantoras Zezé Motta e Juçara Marçal, nos dias 13 e 14 de dezembro, quinta e sexta, às 21h, no Teatro do Sesc Pompeia.

 

Com direção musical de Lincoln Antonio e Walter Garcia, a apresentação finaliza a programação do projeto Pompeia Conta Boal, criado com o objetivo de resgatar a obra dramatúrgica, social e musical de Augusto Boal.

 

Importante figura do teatro brasileiro, Boal foi responsável pela criação do Teatro do Oprimido – uma adaptação das teses sociais e pedagógicas do sociólogo e educador Paulo Freire à linguagem teatral. Membro ativo do renomado Teatro de Arena de São Paulo foi um dos principais nomes da luta contra a ditadura militar na década de 1970.

 

Na apresentação, os artistas convidados interpretam canções de peças e musicais da obra de Boal como Arena Conta Bahia, Arena Conta Zumbi, Tempo de Guerra, Opinião Arena Conta Tiradentes, espetáculos importantes na constituição de uma identidade dramatúrgica nacional.


“Boal não cantava uma nota, mas dirigia canções e cantores com uma habilidade de mestre”, relembra o cantor e compositor Tom Zé. “Se havia uma pessoa na mão de quem o palco era feito de eletricidade, magnetismo e combate à ditadura, essa pessoa era Boal e, felizmente, ele teve a bondade de privilegiar os compositores dando à música o direito de fazer parte de sua obra e de sua luta”.

“Este show é muito importante para o projeto, já que a música sempre esteve presente nas obras de Boal”, afirma Cecilia Boal, esposa de Augusto por mais de 40 anos e uma das curadoras do projeto. “Ainda que ele dissesse não ter ouvido para música, essa sempre foi uma das melhores formas de contar suas histórias”.

Segundo Cecilia, “foi importantíssimo trazermos figuras como Tom Zé e Zezé Motta, que fizeram contribuições importantíssimas para o cenário cultural da década de 1970 e tiveram relações estreitas com a obra de Boal, tendo atuado em alguns de seus musicais”.

Já a cantora e compositora Juçara Marçal integra uma nova geração de artistas que explora as particularidades da cultura popular e com raízes nas heranças musicais africanas. “Como a tônica do projeto sempre foi de promover um diálogo entre as gerações, é excelente termos a presença de Juçara, que faz um trabalho muito pertinente e na linha do que se fazia no Teatro de Arena”, reforça Cecilia.

“É realmente muito bom ver uma voz de outra geração seguindo os movimentos daquela época e, felizmente, a Juçara teve sua sensibilidade atraída por esse gênero”, afirma Tom Zé. Para Cecilia, “essa vontade de apresentar a obra de Boal ao público jovem se deve justamente ao caráter moderno de sua obra que, passe o tempo que for, continua sendo contemporâneo – e o público tem um interesse constante por sua obra”.

“É muito importante resgatarmos o trabalho dos artistas e intelectuais que nos ajudam a compreender a história cultural do país e, tanto Boal e sua geração quanto os novos artistas, seja no teatro ou na música, tiveram e estão tendo um papel significativo na construção de nossa história”, complementa Cecilia.

“O Pompeia Conta Boal é precioso. Naturalmente é um trabalho que respondeu às nossas aspirações de juventude com grande intensidade e deve ser exibido em todos os seus compartimentos às novas gerações”, complementa Tom Zé.


Serviço:
Cancioneiro de Boal, com Tom Zé, Zezé Motta e Juçara Marçal - Dias 13 e 14/12. Quinta e sexta-feira, às 21h, no Teatro.
Não recomendado para menores de 14 anos.
R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). R$ 5,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).
SESC Pompeia – Rua Clélia, 93
Telefone para informações: (11) 3871-7700
Não temos estacionamento. Para informações sobre outras programações, ligue 0800-118220 ou acesse o portal 
www.sescsp.org.br.

Horário de funcionamento da Bilheteria – De terça a sábado das 9 às 21 horas e domingos e feriados das 9 às 19 horas (ingressos à venda em todas as unidades do SESC).

Formas de pagamento - Cheque, cartões de crédito (Visa, Mastercard e Diners Club International) e débito (Visa Electron, Mastercard Electronic, Maestro e Redeshop).

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