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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O Livro da Grande Desordem e da Infinita Coerência


Estreia no Teatro Sesc Ipiranga no centenário de morte do dramaturgo sueco Strindberg


A estreia integra a Mostra Strindberg (até 28 de outubro), que tem o
objetivo de apresentar ao público um pouco mais sobre a obra e a vida do
“pai do teatro moderno”. A curadoria é de Nicole Cordery, Flavio Barollo e do SESC


Da série das peças montadas especialmente para a Mostra Strindberg que está acontecendo em várias unidades do Sesc de São Paulo para marcar o centenário de morte do dramaturgo sueco August Strindberg (1849-1912), um dos maiores nomes da dramaturgia mundial -, O Livro da Grande Desordem e da Infinita Coerência, de Andre Guerreiro, é uma encenação que une fragmentos da peça O Sonho e do romance autobiográfico Inferno. Faz apresentações nos dias 10, 11, 12, 13 e 14 e outubro, noTeatro do Sesc IpirangaQuarta, Quinta e sábado às 21 horas, sexta e domingo às 18 horas.

Trata-se de um espetáculo performático, onde o autor explora suas obsessões: alquimia e ocultismo, revelando sinais de paranoia. A montagem de André Guerreiro parte do livro Inferno - misto de diário e ensaios de Strindberg sobre ciência, escritos quando o autor abandona tudo e se fecha em um quarto de hotel em Paris, para praticar alquimia, descendo aos infernos de si mesmo – e reúne trechos da peça O Sonho.

De acordo com o diretor André Guerreiro, “a peça parte desse relato do artista - que se lança numa área desconhecida, saindo de sua zona de conforto – e dos fragmentos de O Sonho, que são evocados, como memórias, em cena”. Além de dirigir, André Guerreiro também está em cena (como o artista que vive a experiência) ao lado de Djin Sganzerla, Eduardo Mossri e do músico Gregory SlivarNo palco, um cenário em ruínas, pequenos objetos (vidros, copos e varetas) que emitem sinais sonoros e a interferência de luzes que se acendem e apagam. Concepção sonora de Gregory Slivar e cenografia do Ateliê La Tintota.

Strindberg é considerado o pai do teatro moderno, um dos maiores nomes da dramaturgia mundial e que tem sido encenado com frequência na produção teatral da cidade. Viveu numa época de efervescência. Presenciou momentos importantes, como o surgimento da psicanálise de Sigmund Freud, a eclosão dos movimentos socialistas. Um período de revoluções que ele incorporou em suas obras. Inseriu quebras de tempo e espaço na narrativa de suas peças, elementos que mudaram a maneira de fazer teatro, além de ter criado tramas que mergulham diretamente nas relações humanas.

“É uma oportunidade de conhecer não só o teatro de Strindberg. A mostra tem uma visão plural, procura entender o pensamento, discutir ideias desse dramaturgo que ainda permanecem vivas nos tempos atuais. A programação estará espalhada pela cidade de São Paulo e pretende contemplar vários públicos”, conta Nicole Cordery.

O Livro da Grande Desordem e da Infinita CoerênciaDe 10 a 14 de outubro, no SESC Ipiranga
Quarta, Quinta e sábado às 21, sexta e domingo às 18hA partir de fragmentos da peça Um Sonho e do romance autobiográficInferno, de Strindberg, ondeele descreve sua vida em Paris e explora suas obsessõecomo a alquimia e o ocultismo, revelando sinais de paranoia. Direção: André Guerreiro Lopes.Elenco: André Guerreiro Lopes, Djin Sganzerla, Eduardo Mossri e o músico Gregory Slivar. Concepção Sonora: Gregory Slivar. Cenografia: Ateliê La Tintota. Duração: 60 minutos. Classificação: 12 anos.

Sobre o autor
August Strindberg (1849/1912), sueco, nascido em Estocolmo, é conhecido mundialmente como escritor, ensaísta e dramaturgo. Foi isso e muito mais: jornalista, crítico social, profundamente interessado tanto na ciência (química, medicina, ciências políticas) quanto no ocultismo e na estética. É um dos mais importantes dramaturgos da história, ao lado de Henrik Ibsen e Anton Tchecov. Homem de letras, novelista, poeta, pintor, idealizador do “teatro íntimo”, que funcionou de 1907 a 1910, escreveu a maior parte dos dramas intimistas quase sempre referidos ao casal, ao casamento como armadilha, explorando ao infinito as contradições e ambivalências entre o pensar, o sentir e o agir.  

Com suas obras em prosa e seus dramas, foi o precursor do naturalismo na Suécia e, ao mesmo tempo, o grande destaque do expressionismo e do surrealismo no mundo. Em suas peças autobiográficas, recriou ainda a sua problemática pessoal: três fracassos matrimoniais, solidão e abatimento espiritual. As suas obras impregnadas pela tristeza, “O Pai” (1887) e “Senhorita Júlia” (1888), assim como as peças “Páscoa” e “A Dança da Morte” (ambas de 1891), ilustram esses conflitos. “O Pelicano”, “Sonata dos Espectros”, “Casa Queimada” e “A Tempestade” (de 1907) já assinalam o caminho para o simbolismo. Após ter passado um longo período na França, na Suíça, na Alemanha e na Dinamarca, Strindberg regressou a Estocolmo em 1899, onde fundou, em 1907, o Teatro Íntimo. Morreu em 1912, de câncer no estômago, deixando romances autobiográficos, peças teatrais, poesia, pintura e ensaios sobre os mais diversos assuntos.

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SESC IPIRANGA - Rua Bom Pastor, 822 Ipiranga – Tel: 3340-2000. Capacidade - 200 lugares. Ingressos: R$ 16,00 (inteira); R$ 8,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). R$ 4,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).


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