Sura Berditchevsky apresenta cartas de Drummond e sua filha em espetáculo no Teatro Eva Herz


Monólogo revela correspondência inédita entre o poeta Carlos Drummond
 de Andrade e sua filha, Maria Julieta. O espetáculo faz parte da programação oficial
 da FLIP, que este ano terá Drummond como o homenageado
 
As correspondências de uma vida inteira, trocadas entre um dos maiores poetas da língua portuguesa e sua filha, estão no palco em Cartas de Maria Julieta e Carlos Drummond de Andrade, espetáculo que estreia em São Paulo, no Teatro Eva Herzdia 16 de junho, para temporada aos sábados, às 17h e domingos, às 15 horas, até 29 de julho. 
Trata-se de um monólogo apresentado pela atriz, dramaturga e diretora do espetáculo, Sura Berditchevsky, que percorre toda a cronologia de vida da família. O espetáculo é fruto de um intenso trabalho de pesquisa em colaboração com Pedro Drummond, filho de Maria Julieta e neto de Carlos Drummond. Luis Fernando Philbert assina a co-direção.

Durante os 60 minutos acompanhamos o crescimento pessoal e profissional pelo viés da intimidade da relação familiar. Carlos Drummond de Andrade em crescente produtividade e a atividade de sua filha Maria Julieta como cronista. “São cartas desse período, e o recorte que fiz é da intimidade deles. Na peça, temos poemas que ele fez para os netos e alguns momentos bem íntimos. Todo o coração apertado deles aparece explícito”, conta Sura.

Desde que Maria Julieta tinha 5 anos de idade, pai e filha mantiveram uma profunda e intensa cumplicidade, expressa por meio de desenhos, cartas e bilhetes, e que prosseguiu ao longo de toda a vida. As palavras são o veículo maior da demonstração de amor entre os dois. São 5 décadas de correspondência que permitem ao espectador conhecer a fortíssima, delicada e enriquecedora relação entre o poeta e sua filha. De assuntos triviais e corriqueiros até instigantes comentários sobre artes plásticas, literatura, música, cinema e o bairro de Copacabana, onde Drummond viveu a maior parte de sua vida. Ela morreu aos 59 anos em agosto de 1987. Carlos Drummond faleceu 12 dias depois.

A ideia do espetáculo veio de um encontro. A diretora Sura Berditchevsky e Pedro Drummond frequentaram O Tablado (escola de atores no Rio de Janeiro) e possuem amigos em comum. Num desses encontros casuais surgiu a ideia de montar um espetáculo com as cartas que estavam em pastas no apartamento onde o poeta vivia, em Copacabana, e no qual mora Pedro, um de seus três netos.  “Aí começamos nosso trabalho de pesquisa. Para ele, então, foi uma coisa encorajadora porque ali estava a vida dele. Eu tinha o último texto de Maria Julieta e um mar de cartas em que eu ia entrar. Eram muitas pastas, muitíssimo bem organizadas pelos dois, as dele para ela e vice-versa”, explica Sura.

O espetáculo parte do último e inacabado texto de Maria Julieta, Topázio, escrito ao final de sua vida, já comprometida por um câncer. A seleção de cartas obedece à cronologia da escrita. A atriz permeia as cartas de ambos. “Eu queria que resultasse numa leitura de cartas mas, por outro lado, queria fugir de fazer personagens, então utilizo recursos em torno, como animação gráfica, a parte documental, e a trilha sonora, que conta, inclusive, com músicas que os dois escutavam”, conta a atriz.

Responsável pela direção de arte, Bia Junqueira instalou no palco algumas placas que remetem a folhas de papel e recebem a projeção de cartas, fotos e desenhos. Na projeção há muitos elementos e referências ao que é dito nas cartas e ao arquivo pessoal de cada um. O cenário permite mobilidade para a atriz, que é apoiada pelas projeções, mesas e pequenos caixotes. “Quisemos fugir de uma coisa realista, de ilustrar a vida deles e o que é dito. Há uma liberdade totalmente artística, é uma releitura desse material todo”, completa Sura.

Sobre Sura Berditchevsky
Formada em jornalismo, começou sua carreira teatral no Tablado, escola de atores do Rio de Janeiro, com Maria Clara Machado, onde, mais tarde, passou a lecionar. Dirigiu, escreveu, atuou e produziu diversas peças como Um Peixe Fora D`ÀguaPeter Pan e Diário de Um Adolescente Hipocondríaco, além de atuar em novelas e séries televisivas como Dancing Days,Marrom Glacê e Plumas e Paetês. Atuou, também, no cinema como em Os Sete GatinhosNoites do Sertão e Ajuricaba. Fundou, mais tarde, a companhia de palhaços Irmãos Flagelo e passou a dedicar-se a literatura infantil. Atualmente dirige sua própria companhia de teatro, lecionando artes cênicas para crianças e adolescentes.

Sobre Carlos Drummond de Andrade

Nascido em 1902, em Minas Gerais, é um dos maiores poetas, contistas e cronistas da língua portuguesa. Envolvido com o modernismo, criou a publicação A Revista, com o intuito de divulgar o movimento. Alguns de seus poemas como Sentimento do MundoA Rosa do Povo e José constam entre diversas listas de maiores poemas do português. Recusou convites para se tornar imortal da Academia Brasileira de Letras. Foi também tradutor de autores como Balzac, Garcia Lorca e Molière.

Sobre Maria Julieta Drummond de Andrade
Filha de Carlos Drummond de Andrade e Dolores Dutra de Morais, era contista e cronista. Casou-se com um argentino e mudou-se para Buenos Aires, onde teve três filhos. De 1976 a 1983 foi diretora do Centro Cultural Brasileiro de Buenos Aires. Faleceu em 5 de agosto de 1987, doze dias antes de seu pai.

Para roteiro:
Cartas de Maria Julieta e Carlos Drummond de Andrade – Estreia 16 de junho, sábado, às 17 horas, no Teatro Eva HertzCom Sura BerditchevskyDramaturgia: Sura Berditchevsky. Direção: Sura Berditchevsky e Luis Fernando Philbert. Pesquisa de Cartas: Sura Berditchevsky e Pedro Drummond. Direção de Arte e Cenografia: Bia Junqueira.Figuro: Walter Marquette. Iluminação: Paulo Cesar Medeiros. Animação Gráfica e VídeoRenato Vilarouca e Ricardo Vilarouca. Pesquisa Iconográfica: Lucia Cerrone. Trilha Sonora: Alexandre Elias. Preparação Vocal: Rose Gonçalves. Preparação CorporalJean Marie Dubrul. Fotos: Guga Melgar. Programação Visual: PVDI / Claudia Cohen de Nair de Paula Soares.  Duração: 60 minutos. Classificação etária: 12 anos. Ingressos: R$60,00. Temporada: Sábados às 17 horas e domingos às 15 horas. Até 29 de julho.

Teatro Eva Herz da Livraria Cultura - Conjunto Nacional - Avenida Paulista, 2073, Metrô Consolação. Bilheteria: (11) 3170-4059. De segunda a sábado, das 14 às 21 horas e aos domingos e feriados, das 12 às 20 horas. Ingressos à venda pela Internet: www.teatroevaherz.com.br ou www.ingresso.com.brVendas/Call-center: 4003-2330. Compras pelo sistema da ingresso.com, funciona da seguinte maneiraCall-center: (adicional de 20%). Internet: (adicional de 15%). Os ingressos são retirados na bilheteria do próprio teatro. Formas de pagamento: dinheiro e todos os cartões de débito e crédito – não aceitam cheque. Capacidade do teatro: 166 lugares.


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