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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Bichado volta em cartaz dia 14 de junho no Teatro do Núcleo Experimental


Bichado volta em cartaz dia 14 de junho no Teatro do Núcleo Experimental

Nova temporada tem sessões de sexta à segunda (somente a reestreia acontece em uma quinta) até dia 6 de agosto. Às sextas-feiras, os ingressos são gratuitos


Um soldado, desertor na Guerra do Golfo, desenvolve uma crescente paranoia envolvendo experimentos secretos feitos em militares pelo governo americano. Esta é a trama de Bichado(Bug, 1996, EUA), primeira montagem no Brasil de texto do dramaturgo e ator americano Tracy Letts, ganhador dos prêmios Pulitzer e Tony. Comédia de humor negro, o espetáculo integra a Trilogia da Guerra, composta também por Casa Cabul e As Troianas. A reestreia é dia 14 de junho, quinta-feira, às 21 horas, no Teatro do Núcleo Experimental.

Com tradução de Thiago Ledier, preparação de atores de Inês Aranha e direção musical de Fernanda Maia, espetáculo tem Einat FalbelPaulo CruzAlexandre FreitasAdriana Alencar e Rodrigo Caetano no elenco. A peça retrata uma história de amor cercada de paranoia e fecha questão em temas como teorias de conspiração e o lento caminho para a insanidade da mulher, sob forte influência do amante.

O diretor Zé Henrique de Paula conheceu a escrita de Tracy Letts, por conta de outra peça que assistiu, August: Osage County  (Agosto: Condado de Osage, Prêmios Pulitzer e Tony, em 2008). “Ele tem uma mão incrível para escrever diálogos afiados e cortantes, sempre tentando radiografar a classe média, no caso de Bichado, mais à margem da sociedade. Além disso, o texto toca em questões muito relevantes hoje em dia, neste tipo de sociedade urbana em que vivemos, como a solidão do homem contemporâneo e a sua frágil saúde mental, a felicidade química nas grandes cidades e a vigilância sobre as nossas vidas privadas”, diz o diretor, que abordou este último tema em uma de suas recentes montagens, O Contrato.

Sinopse
As cenas se passam no quarto de um motel de beira de estrada, nos limites de Oklahoma, Estados Unidos, onde vive a garçonete Agnes White (Einat Falbel) , quarenta e quatro anos,escondida de seu violento ex-marido, o ex-presidiário Jerry Goss, quarenta e poucos anos, que está prestes a voltar. Uma noite, sua amiga gay R.C. (Adriana Alencar) apresenta-a a um veterano da Guerra do Golfo, Peter Evans, (Paulo Cruz) vinte e sete anosEla começa um relacionamento amoroso com ele, que desenvolve uma crescente paranoia sobre a Gerra do Iraque, envolvendo experimentos secretos feitos em soldados pelo governo americano.

Peter tem certeza de que foi cobaia em experiências do exército americano e está extremamente nervoso na angústia de que os cientistas estejam em seu encalço. Essa estranha sensação é potencializada por um helicóptero que vive dando rasantes sobre sua cabeça. Quando o casal tem o quarto invadido por insetos, essa comédia de humor negro fica cada vez mais bizarra.

A Trilogia da Guerra
Bichado foi a escolha do diretor Zé Henrique de Paula para encerrar a Trilogia da Guerra, composta também por Casa Cabul e As Troianas. Segundo o diretor, cada peça tem um ponto de vista diferente sobre o assunto. “Bichado oferece o contraponto que precisávamos para poder falar dos efeitos da guerra na vida de pessoas comuns, o estresse pós-traumático e, além disso, metaforicamente, da guerra como força latente na vida diária e cotidiana. O trânsito virou uma guerra, a guerra contra as drogas, o relacionamento é uma verdadeira guerra”, explica ele.

Para o diretor, “o teatro deve ser um lugar para o questionamento constante sobre a fragilidade das nossas existências e sobre como o ser humano entende este mundo, sobre a perene crise de valores que acompanha a nossa caminhada e o nosso relacionamento com o outro”. Para isso, ele tem procurado textos que proponham olhares sobre essas questões e o material é abundante. “As três peças da Triologia da Guerra tratam dessa intersecção entre o Eu (indivíduo) e o Outro, pela via da intolerância (As Troianas), da descoberta (Casa/Cabul) e da simbiose (Bichado)”.

Escolha do elenco e preparação de atores
No final do ano passado, o diretor Zé Henrique de Paula e o Núcleo Experimental de Teatro abriram processo seletivo de atores para montar o elenco de Bichado. Foram mais de 100 inscritos e 20 selecionados para participar da oficina, comandada por Zé Henrique de Paula e a preparadora de atores Inês Aranha, que trabalha com o diretor há seis anos.

“A formação de elenco é uma das tarefas mais importantes do processo de direção e eu sempre tento avaliar erros e acertos, o tempo todo. Para Bichado precisávamos de tipos bem específicos, com temperamentos e características psicofísicas que pudessem fazer germinar os papéis que Tracy Letts escreveu com tanta riqueza de detalhes, mesmo os menores em extensão. Além disso, como os nossos processos são de investigação do material dramatúrgico e não de mera montagem do texto, preciso sempre de atores disponíveis, abertos a esse tipo de processo, quase obsessivos pelo trabalho de pesquisa e aprofundamento dos personagens”.

A preparadora de atores Inês Aranha conta que, em primeiro lugar, propõe um entrosamento entre o elenco. “Fazemos exercícios específicos para encontrarem o corpo da personagem que estão estudando, as relações entre eles, gestos característicos para cada um, ocupação do corpo no espaço e sua expansão, pesquisamos imagens para investigar a vida ficcional da personagem (ou seja, o que não está escrito no texto, mas que pode ajudar a encontrar essas realidades), o tempo-ritmo de cada personagem, os estados internos e emoções de cada um, etc”, afirma ela.

Em Bichado, esse trabalho foi feito antes mesmo do diretor começar a levantar as cenas. “Depois, com as cenas levantadas, o meu trabalho é ajudar os atores a aprofundar as partituras de ações físicas e seus sentidos lógicos para dar vida à encenação, com o embasamento técnico que foi utilizado na preparação”, diz Inês, informando ter uma excelente sintonia com Zé Henrique de Paula.

A montagem
Em Bichado, Zé Henrique de Paula explica estar flertando com uma linguagem nova, o hiper-realismo. “Enquanto As Troianas tem uma encenação bastante sensorial e a nova montagem de Casa/Cabul será bastante simbólica, Bichado precisa da crueza da realidade física e palpável, da sujeira do motel de beira de estrada, do mau gosto que invade sem pedir licença as vidas das pessoas, da geladeira velha e do box sujo de bolor. Afinal, o mote da peça é uma invasão de insetos que devastam as vidas do casal de protagonistas. Com um cenário único e ensaiando no próprio local de apresentação, podemos investir nesse detalhamento cada vez mais próximo da vida como ela é”, diz o diretor, que conheceu o texto de Bichado há 5 anos.

Cenário, luz e figurino convergem para a sensação máxima da realidade, dentro de uma abordagem estética quase cinematográfica, com eventuais escapes durante as transições de cena. “Essas sim são mais livres e tangenciam o sonho, o devaneio, a alucinação, as viagens provocadas pelo intenso consumo de drogas que acontece durante a peça”, conta Zé Henrique.

Críticas


"Lágrimas, suspiros, risos, bocejos: o teatro, rotineiramente, provoca todas essas sensações. Mas você já foi a uma peça que fez você fez se coçar todo? Isso é apenas uma das realizações únicas de Bichado, a peça emocionante de Tracy Letts... Bichado tem uma sutileza e uma firmeza de composição que demonstram a habilidade de um voo mais alto."

The New York Times


"Tracy Letts cria um suspense com um toque de comédia sci-fi... Letts tem sido citado como quem vê no personagem de Peter a manifestação de uma paranoia em relação às atividades de instituições poderosas."

CurtainUp


"Tracy Letts sabe não apenas como estruturar uma história para a eficácia máxima, mas também como fazer com que o público seja participante ativo na ação... Bichado é uma peça que explode com tensão e vibra com divertimento. Isso é realmente mais do que suficiente."

B Talkin' Broadway


"É uma das melhores peças que eu já vi na Off Broadway... Com Peter vêm os insetos; com os insetos, a paranoia; e com a paranoia, o apocalipse... Tracy Letts escreveu um texto muito provocador, que é sombriamente engraçado."

New York Cool



Sobre o autor Tracy Letts
Nascido em 4 de julho de 1965, é um dramaturgo e ator americano, que recebeu os Prêmios Pulitzer e Tony em 2008 por sua peça  August: Osage County  (Agosto: Condado de Osage),que estreou no Steppenwolf, em 2007 e foi apresentada na Broadway e Londres. Outras peças de sua autoria são Man from Nebraska (que foi produzida em 2003 e finalista do Prêmio Pulitzer), Killer Joe (apresentada em Chicago, Londres e Nova York) e Bug (aqui no Brasil, Bichado), que já foi montada em Nova York, Chicago e Londres.

 

Sobre o diretor Zé Henrique de Paula

Bacharel em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Mackenzie e pós-graduado em Artes Cênicas pela Escola de Comunicação e Artes da USP. Foi assistente do cenógrafo J.C. Serroni em Nova Velha Estória e Trono de Sangue. Dirigiu A Comédia dos Erros, Judas em Sábado de Aleluia, É 20! As Folias do Século, Revelação, Noite de Reis, Naked Boys Singing, O Despertar da Primavera, R&J, Mojo, Side Man, Novelo, além das peças do repertório do Núcleo Experimental: Senhora dos Afogados, Cândida, As Troianas – Vozes da Guerra, O Livro dos Monstros Guardados, Casa/Cabul e O Contrato. Atuou em O Jovem Hamlet, A Comédia dos Erros, É 20! As Folias do Século, Mojo, Camaradagem e Amargo Siciliano. Indicado ao Prêmio Shell em 2009 e 2010, como Melhor Diretor, por As Troianas – Vozes da Guerra e Side Man, respectivamente. 

Sobre a preparadora de atores Inês Aranha

Formada pela Civica Scuola D'Arte Drammatica Paolo Grassi, em Milão. Acompanhou montagens dirigidas por Tadeusz Kantor, Giorgio Strehler, Heiner Muller. Após dez anos de estudos e trabalhos na Itália, voltou ao Brasil para trabalhar no Grupo Tapa e no CPT. A partir de 1997, começou a lecionar Interpretação no INDAC, onde sua metodologia de técnicas de interpretação se consolida. Alguns de seus principais trabalhos como atriz foram: Nova Velha Estória, Nas trilhas da Transilvânia, Morte e Vida Severina, Ivanov e Moço em Estado de Sítio, Orgia e As Troianas – Vozes da Guerra. Dirigiu as montagens Oceano Mar, Minha Mãe, Desatino e O Anjo de Pedra.

Ficha técnica

Bichado – Reestreia dia 14 de junho, quinta-feira, no Teatro do Núcleo Experimental. Direção: Zé Henrique de Paula. Tradução: Thiago Ledier. Assistente de Direção: Bibi Piragibe. Elenco: Einat Falbel, Paulo Cruz, Alexandre Freitas, Adriana Alencar e Rodrigo Caetano. Preparação de atores: Inês Aranha. Direção musical: Fernanda Maia. Direção de Produção: Sergio Mastropasqua. Coordenação de produção: Claudia Miranda. Produção: Firma de Teatro.

Para roteiro
Reestreia dia 14 de junho, quinta-feira, às 21h no Teatro do Núcleo Experimental, na Rua Barra Funda, 637. Temporada – Até 6 de agosto. De sexta a segunda - sextas, sábado e segunda às 21h. Domingos às 19h. Ingresso: R$ 30 – Às sextas-feiras, os ingressos são gratuitos. Retirar com uma hora de antecedênciaDuração: 90 minutos. Capacidade – 50 lugares. Censura: 16 anos

ARTEPLURAL – Assessoria de imprensa Fernanda Teixeira - 11. 3885-3671/ 9948-5355
Douglas Picchetti – (11) 9814-6911
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