O diretor italiano radicado no Brasil Alvise Camozzi repete a dobradinha com a escritora italiana premiada Letizia Russo (Prêmio Ubu – um dos mais importantes nomes da dramaturgia contemporânea). Ele, que em 2009 montou o monólogo Só, no Sesc Avenida Paulista com João Miguel, texto da dramaturga até então inédita no Brasil, agora apresenta BABEL. A montagem estreia no dia 15 de outubro, sexta-feira, Sala de Oficina 2º andar do Sesc Pinheiros, com os atores Caroline Abras e Rodrigo Fregnan.
BABEL bebe na fonte estética da ficção científica. Tem inspiração especificamente no escritor americano Philip K. Dik, autor de Os Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas?, livro que gerou o filme Blade Runner, O Caçador de Andróides, dirigido por Ridley Scott, em 1982. Ambientado em um futuro fictício, é a história de um amor impossível entre uma bailarina sem um braço e um homem, que se torna seu proprietário.
Num tempo futuro, Babel é o imenso mundo-condomínio onde vivem Falena e Boccuccia. Enquanto Falena vive no 538º andar, Boccuccia é obrigada a viver e trabalhar no 22º na parte baixa, dançando no Sha-Mát, um night club do quadrante inferior. Eles vivem uma controversa relação de interdependência, obcecados pelo desejo de tomar a N.A.V.E, sonho comum de libertação, proibido e inacessível. No passado, os dois participaram juntos de uma ação fracassada, na qual ela perdeu o braço e também seu namorado, Ferro, irmão de Falena.
A nova vida em Babel traça novas perspectivas: ele, a de enriquecer, possivelmente com a política ou o crime, ou ambos. Ela, a de tornar-se proprietária da boate onde é obrigada a se exibir. Um novo encontro com a N.A.V.E os levará numa viagem onírica e, talvez, sem volta.
De acordo com Alvise Camozzi, Letizia Russo usa o futuro para questionar a sociedade contemporânea. "Para ela, trata-se de um texto político, uma reflexão sobre o poder que passa pela relação de dominação entre um homem e uma mulher e o contexto onde vivem, Babel. Eles só conseguem sair de Babel quando se vendem", explica o diretor.
Encenação
A encenação é a continuação do processo de pesquisa iniciado em Só (2009). Experimental em sua estrutura, o texto de Babel ("muito particular" para o diretor) não apresenta um formato linear. São 5 breves atos sequenciais, trechos de situações, 5 momentos de vida dos protagonistas, variando cada um de 5 a 10 minutos. O público se intromete nas histórias, como explica o diretor.
"A gramática usada em Só é a mesma de Babel. Existiu um diálogo nosso com o cenógrafo para que ele criasse um ambiente com alguns pontos, como a incomunicabilidade entre os personagens."
Para Alvise, "Babel é um texto delicadíssimo, caracterizado por um ritmo sincopado, quase cinematográfico. Delicado, não tanto por sua matéria quanto pelo contexto no qual se encontra. No teatro, comparado a outras artes, é mais fácil criar universos não realistas, alterar o tempo, definir novas leis. O desafio, em Babel, é o de criar um universo sobre o qual não se tem memória, o do tempo futuro".
O cenário abriga um fundo infinito preto, um cubo branco vazado foi concebido como uma arquitetura. “Um sólido concreto que contém todo o espetáculo. Os atores não saem desse ambiente limitado e limitante e a luz está embutida nesse espaço”. A montagem tem uma intervenção sonora “concreta” que acompanha a narrativa de maneira não descritiva e o figurino reproduz materiais orgânicos. "O grande desafio da montagem é usar a linguagem minimalista, hiper naturalista, contida, com os atores, em oposição ao ambiente onde eles têm que atuar", completa Alvise Camozzi.
BABEL – Estreia dia 15 de outubro, sexta-feira, às 21h na Sala de Oficina 2º andar do Sesc Pinheiros. Temporada – até 7 de novembro. Sextas e sábados, 21h e domingos, 18h. Ingressos – Inteira R$16,00 Meia R$8,00 e trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes R$4,00. Duração – 60 minutos. Capacidade - 40 lugares. Censura – 14 anos. Texto: Letizia Russo. Direção: Alvise Camozzi. Com Caroline Abras e Rodrigo Fregnan. Cenografia: William Zarella Jr. Iluminação: Guilherme Bonfanti. Trilha Sonora: Henrique Iwao. Figurinos, visagismo e adereços: Marina Reis. Assistência de direção: Thaís de Almeida Prado e Bruno Kott. Fotos: Ana Fuccia. Design Gráfico: Erico Peretta. Direção de produção: Rachel Brumana. Concepção e produção: Substância Produções Artísticas.
TEATRO SESC PINHEIROS – Rua Paes Leme, 195. Telefone (11) 3095-9400. Ar condicionado. Acesso para deficientes físicos. Bilheteria – Terça a sexta das 10h às 21h30, aos sábados das 10h às 21h30, domingos e feriados das 10h às 18h30. Aceitam-se cartões de crédito (todas as bandeiras) e cheques de todos os bancos. Informações: 0800 118220. Estacionamento com manobrista – vagas limitadas. Veículos, motos e bicicletas - Terça a sexta, das 7h às 22h; Sábado, domingo, feriado, das 10h às 19h - Horários especiais para a programação do teatro. Taxas: Matriculados no SESC: R$ 5,00 as três primeiras horas e R$0,50 - a cada hora adicional // Não matriculados no SESC: R$7,00 as três primeiras horas e R$1,00 - a cada hora adicional // Para atividades no Teatro: Preço único: R$ 5,00. www.sescsp.org.br
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