Translate

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Cia Ludens comemora dez anos com estreia de peça e lançamento de livros

Foto João Caldas
Cia Ludens completa em 2013 uma década de atividades na área teatral. Como parte da celebração, seu novo espetáculo,Dançando em Lúnassa, do irlandês Brian Friel, estreia em junho no Viga Espaço Cênico. E ainda neste semestre será lançada aColeção Brian Friel, quatro livros com as peças Filadélfia, lá vou eu!O Fantástico Reparador de FeridasDançando em Lúnassa ePerformances, em parceria com a Editora Hedra. 

Depois das últimas produções O Fantástico Reparador de Feridas (2009), indicada a dois prêmios Shell Balangangueri, o lugar onde ninguém mais ri (2011), a Cia remonta seu primeiro trabalho, de 2004. 

Nesta nova montagem, que estreia no dia 22 de junho no Viga Espaço Cênico, o tradutor e diretor Domingos Nunez segue a linha de pesquisa de outros trabalhos da companhia, que tem buscado um diálogo entre a dramaturgia irlandesa contemporânea e a realidade brasileira. No caso de Dançando em Lúnassa, e na obra de Friel como um todo, aspectos da linguagem constituem a essência a partir da qual a ação da peça evolui.

Dançando em Lúnassa é o maior sucesso de Friel, já tendo sido encenada no mundo inteiro. No Brasil, a primeira montagem foi a da Cia Ludens, em 2004. A peça já esteve em cartaz na Broadway e foi adaptada para o cinema com o título em português A Dançada Paixões, com Meryl Streep no elenco.

O espetáculo se passa na pequena cidade fictícia de Ballybeg, em 1936, no momento em que a chegada de um rádio e o retorno de um padre missionário da África transformam a vida de cinco mulheres para sempre. Na transição de uma sociedade rural irlandesa que começa a se industrializar, Michael, o narrador, relembra eventos que marcaram sua vida: a chegada do rádio; a visita de seu pai; o retorno do tio doente da África e a transformação nas vidas de sua mãe e tias. Intercaladas à narração, as cenas desvelam o cotidiano dessas cinco irmãs: seus afetos, paixões e desapontamentos. Às vésperas do festival em homenagem ao Deus pagão da colheita, Lugh, revelações importantes vêm à tona: a verdadeira crença do padre Jack, os propósitos quiméricos do pai de Michael e o colapso da estrutura familiar dessas mulheres calcada em princípios patriarcais, cristãos e hipócritas, que já não conseguem oferecer respostas a um mundo industrial e capitalista, anunciado pela chegada de fábricas e máquinas. A seu modo, com humor, cantando e dançando, as irmãs Mundy sinalizam o papel fundamental e mesmo revolucionário que as mulheres irão representar nessa nova ordem que se anuncia.

Fazem parte do elenco de Dançando em Lúnassa as premiadas atrizes Denise Weinberg (ganhadora dos prêmios APCA, Mambembe, Molière e Shell de teatro e sete prêmios em cinema), Sandra Corveloni (Palma de Ouro no Festival de Cannes, melhor atriz no Festival de Havana, Qualidade Brasil e Prêmio Contigo) e Clara Carvalho (vencedora dos prêmios Shell, Qualidade Brasil, APCA e Mambembe). Completam o elenco os atores Gustavo Trestini, Renato Caldas, Fernanda Viacava, Isadora Ferrite, Amazyles de Almeida e Bruno Perillo.

FICHA TÉCNICA:
Autor: Brian Friel
Tradução e Direção: Domingos Nunez
Produção: Beatriz Kopschitz Bastos e Rosalie Rahal Haddad
Direção de Produção: Julio Cesar Pompeo
Cenografia e Figurinos: Telumi Hellen e Paula De Paoli
Direção Musical e Músicas Originais: Eliseu Paranhos e Vinícius Davidovitch
Iluminação: Aline Santini
Corpo: Neide Neves
Elenco:
Denise Weinberg - Kate
Sandra Corveloni / Amazyles de Almeida - Maggie
Clara Carvalho - Agnes
Gustavo Trestini - Jack
Isadora Ferrite - Rose
Renato Caldas - Gerry
Fernanda Viacava - Chris
Bruno Perillo - Michael
Trilha Sonora:
Baixo: Gibson Freitas Bateria, Claudio Oliveira Cello, Adriana Lombardi
Sanfona: Aline Reis Trumpete, Maycon Mesquita
Violão e Percussão: Vinícius Davidovitch
Coreografia: Edson Coelho
Assessoria de Imprensa: Fabio Camara
Fotografias: João Caldas Fº
Programação Visual Gráfica: Agência Nuts
Operação de Luz e Som: Felipe Jóia
Produção Executiva: Cristiana Gimenes

SERVIÇO:
LOCAL: Viga Espaço Cênico (Rua Capote Valente, 1323 – entre as ruas Heitor Penteado e Amália de Noronha, próximo ao metrô Sumaré), 80 lugares.
DATA: 22/06 até 18/08 (Sexta e Sábado 21h e Domingo 19h)
INGRESSOS: R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia-entrada)
INFORMAÇÕES: 3801 1843
DURAÇÃO: 110 minutos
CLASSIFICAÇÃO: 12 anos 

CIA LUDENS:
Fundada em São Paulo em 2003, dedica-se à investigação teórica e prática da dramaturgia irlandesa e seu diálogo com a realidade social, cultural e política do Brasil contemporâneo. A companhia realizou cinco montagens de peças inéditas no país –Dançando em Lúnassa (2004) e O Fantástico Reparador de Feridas (2009), de Brian Friel; Pedras nos Bolsos (2006), de Marie Jones; Idiota no País dos Absurdos (2008), de Bernard Shaw; Balangangueri, o lugar onde ninguém mais ri (2011), de Tom Murphy, todas com tradução e direção de Domingos Nunez. A companhia também realizou três ciclos de leitura – Teatro Irlandês do Século XX (2004); Teatro Irlandês do Século XXI – A Geração Pós-Beckett (2006) Bernard Shaw no Século XXI (2008). As peças curtas e inéditas de Shaw, objeto do ciclo sobre o autor, se tornaram a primeira publicação da Ludens – Quatro Peças Curtas de Bernard Shaw (2009), em parceria com a Editora Musa. Depois foi lançado The Uncle Jack (2011), em parceria com a Editora Humanitas/USP.
           
BRIAN FRIEL:
Nasceu em Omagh, no condado de Tyrone, Irlanda do Norte, em 9 de janeiro de 1929. Dez anos mais tarde, sua família mudou-se para Derry, a segunda cidade da Irlanda do Norte, onde seu pai tornou-se militante da causa nacionalista irlandesa. As raízes de sua família materna, entretanto, encontram-se do outro lado da fronteira, no condado de Donegal, República da Irlanda, onde o autor costumava passar férias. O local foi transmutado na localidade fictícia de Ballybeg, que em gaélico significa “cidade pequena”, local da ação de muitas de suas peças. 
  
As peças de Friel abordam questões sócio-históricas como o colonialismo, a emigração e a diáspora irlandesa, a crise de violência na Irlanda do Norte nas décadas de 70 a 90, a introdução da língua inglesa no país e o gradual desaparecimento da língua irlandesa, privilegiando as tensões sociais geradas pelo conflito entre tradição e mudança, sem nunca perder de vista o indivíduo e as relações interpessoais. A consciência política é, portanto, sempre permeada por um ponto de vista mais pessoal em suas peças. A busca por uma linguagem e uma forma dramática que solucionem ou acomodem essa tensão talvez seja o que melhor caracterize a obra de Brian Friel.
No teatro Friel alcançou seu primeiro grande sucesso internacional em 1964 com Philadelphia, Here I Come! (Filadélfia, lá vou eu!). Suas peças mais celebradas são: Lovers (1967); The Freedom of The City (1973); Aristrocrats e Faith Healer (O Fantástico Reparador de Feridas, 1979); Translations (1980); Making History (1989);Dancing at Lughnasa (Dançando em Lúnassa, 1990); Wonderful Tennessee (1993); Molly Sweeney (1995); Give Me Your Answer, Do! (1997) e Performances (2003). A identificação do autor com a literatura e dramaturgia russas resultou em adaptações de textos provenientes daquele país. Ele reescreveu para o teatro, Three Sisters (1981),Uncle Vanya (1998) e The Bear (2002), de Tchekhov; e Fathers and Sons (1987) e A Month in the Country (1992), de Turgenev. Friel recebeu recentemente o título de Cidadão Honorário pela University City of Dublin, é um dos membros da Academia Americana de Artes e um dos Amigos da Sociedade Real de Literatura. Em 2008 Friel reescreveuHedda Gabler, de Ibsen, sua última peça até agora.

DOMINGOS NUNEZ:
Diretor, ator e tradutor, mestre em dramaturgia portuguesa e doutor em dramaturgia irlandesa pela Universidade de São Paulo (USP) começou suas atividades em Santa Catarina, seu estado natal. Já em São Paulo atuou em Os Cantos de Maldoror, de Lautréamont, sob direção de Maura Baiocchi. Fez a direção cênica do Coro Lírico do Teatro Municipal de Don Giovanni, de Mozart. Já com a Cia. Ludens traduziu e dirigiu Dançando em Lúnassa (2004), de Brian Friel, Pedras nos Bolsos (2006), de Marie Jones, Idiota no País dos Absurdos (2008), de George Bernard Shaw, O Fantástico Reparador de Feridas (2009), de Brian Friel, (02 indicações para o Prêmio Shell), Balangangueri, o lugar onde ninguém mais ri (2011), de Tom Murphy, sendo que os três últimos também fez a adaptação. Curador do Primeiro Ciclo de Leituras: O Teatro Irlandês do Século XX (2004), do Segundo Ciclo de Leituras: O Teatro Irlandês do Século XXI (2006) e do Terceiro Ciclo de Leituras: Bernard Shaw no Século XXI (2008).

DENISE WEINBERG:
A atriz, professora e diretora teatral é uma das fundadoras do Grupo TAPA, em que permaneceu por 21 anos. Nesse período atuou em Apenas um Conto de Fadas, texto e direção de Eduardo Tolentino, Trágico Acidente Destronou Tereza, de José Wilker e Tempo Quente na Floresta Azul, de Orígenes Lessa, os dois com a direção de Eduardo Tolentino. Em 1983, faz o seu primeiro texto de Nelson Rodrigues com Viúva, Porém Honesta. No ano seguinte, pela companhia Teatro dos Quatro, encena Tio Vânia de Anton Tchekhov, dirigida por Sérgio Brito, sendo indicada como melhor atriz ao Trófeu Mambembe. Em 2000 encena O Acidente, de Bosco Brasil, dirigido por Ariela Goldmann, primeiro trabalho após a saída do grupo TAPA. Em 2006 ganha os prêmios Shell e APCA de melhor atriz pelo espetáculo Oração para um Pé de Chinelo de Plínio Marcos e direção de Alexandre Reinecke. Também já faturou durante sua carreira 03 os prêmios Molière, 02 Mambembe, mais um prêmio APCA e 07 prêmios de cinema.  No ano passado ficou em cartaz na cidade de São Paulo com Isso é o que Ela Pensa de Alan Ayckbourn e direção de Alexandre Tenório. No cinema atuou em alguns filmes como Guerra de Canudos, Mauá – O Imperador do Brasil, Onde Anda Você?, Linha de Passe, Salve Geral e De Pernas para o Ar. Na TV realizou alguns trabalhos como nas minisséries Maysa – Quando Fala o Coração, Dalva e Herivelto – Uma Canção de Amor e Amor Eterno Amor, seu papel de maior destaque na televisão, todas na Rede Globo.

SANDRA CORVELONI:
Formada no curso de teatro avançado do TUCA (Teatro da Universidade Católica de São Paulo), fez sua estreia profissional, em 1990, na peça O Homem e o Cavalo, de Oswald de Andrade com direção de Pablo Moreira e Carlos Gardim. Durante os últimos 20 anos atuou As Viúvas, de Arthur Azevedo, Contos de Sedução, de Guy de Maupassant e Órfãos de Jânio, de Millôr Fernandes. No Grupo TAPA além de atuar trabalhou como professora e diretora. Foi indicada ao prêmio Shell 2012 de melhor direção pelo espetáculo  L’ Illustre Molière. No cinema conquista, em 2008, um dos prêmios mais importantes o de Melhor Atriz no Festival Cannes por sua atuação em Linha de Passe de Walter Salles e Daniela Thomas. Na TV realizou poucos trabalhos como em Malhação em 2010, O Brado Retumbante em 2012 e Amor Eterno Amor em 2012, todos na Rede Globo.

CLARA CARVALHO:
Atriz e tradutora iniciou a carreira artística com o balé, integrando do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 1985 começou a trabalhar com o Grupo TAPA. Atuou em diversas peças como Ivanov, de Tchecov, Vestido de Noiva e A Serpente, de Nelson Rodrigues, Rasto Atrás, de Jorge Andrade; todos com direção de Eduardo Tolentino, A Noite do Aquário e Dueto da Solidão; direção de Sérgio Ferrara, A Graça da Vida, direção de Aimar Labaki; Frankensteins; com direção de Jô Soares; Major Bárbara, Órfãos de Jânio e Retratos Falantes. Em 2010, estava no elenco de As Meninas, adaptação de Maria Adelaide Amaral para o romance de Lygia Fagundes Telles. No ano passado ficou em cartaz na cidade de São Paulo com Isso é o que Ela Pensa de Alan Ayckbourn e direção de Alexandre Tenório. Já recebeu diversos prêmios de melhor atriz como o Prêmio Shell por Órfãos de Jânio, em 2002, Qualidade Brasil também em 2002 por Major Bárbara, o APCA de 2003 por Frankensteins e o Mambembe por Ivanov em 1998. Clara também traduziu vários textos para o teatro como: TOC TOC, O Ensaio e Adorei o que você fez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário