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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Gabriela Duarte é A Garota do Adeus da comédia romântica


a partir de 11 de maio no Renaissance

De Neil Simon, o marco da comédia romântica nos cinemas Goodbye Girl, de 1977, recebe adaptação de Edson Fieschi para o teatro. É a primeira vez que o texto será encenado nos palcos. No elenco, Gabriela Duarte, Edson Fieschi, Júlia Gomes, Clara Garcia e Nilton Bicudo são dirigidos por Elias Andreato. Espetáculo traz para os palcos situações cômicas das relações humanas, por meio do envolvimento entre um homem e uma mulher com personalidades totalmente distintas

Antes de começar um dos ensaios de A Garota do Adeus, a mais ou menos um mês da estreia, o diretor Elias Andreato orienta os atores da seguinte maneira: “Levem o ensaio como um exercício prazeroso, tentando uma interpretação exuberante a cada momento. Vamos colorir o personagem, prestar atenção nas passagens, nas mudanças de tônus, de vibração, ora com romantismo, ora com humor”.

Comédia romântica com texto leve de Neil SimonA Garota do Adeus (Goodbye Girl, EUA, 1977) recebe primeira adaptação para o teatro deEdson Fieschi e estreia com a atriz Gabriela Duarte no papel principal dia 11 de maio, sexta-feira, às 21h30, no Teatro Renaissance. A direção é de Elias Andreato, e no elenco estão, ainda, Edson Fieschi, a pequena Júlia Gomes, de 10 anos, Clara Garcia Nilton Bicudo.

O filme Goodbye Girl, EUA, 1977, coleciona os prêmios mais importantes do cinema. Foi vencedor do Oscar na categoria de melhor ator (Richard Dreyfuss), além de indicado nos quesitos de melhor atriz (Marsha Mason), melhor atriz coadjuvante (Quinn Cummings), melhor filme e melhor roteiro original. Também ganhou o Globo de Ouro como melhor filme, melhor ator, melhor atriz e melhor roteiro de cinema. No Reino Unido, foi vencedor nas categorias de melhor ator, melhor atriz e roteiro no Prêmio BAFTA  e, na Itália, recebeu o Prêmio David di Donatello de melhor diretor e melhor ator de filme estrangeiro.

Sinopse

A dançarina e atriz Paula Menezes (Gabriela Duarte) é abandonada pelo namorado, também ator, que vai para a Espanha tentar um novo papel no filme de Almodóvar. Para piorar a situação, ele subloca o apartamento em que ela e a filha Luci (Julia Gomes) vivem, para outro ator, Hélio Garcia (Edson Fieschi), recém-contratado para estrelar uma curiosa adaptação de Ricardo III.

Quando Hélio chega, Paula não permite que ele entre no apartamento. Depois de algumas conversas, os dois entram em um acordo e passam a dividir a casa. Porém, as excentricidades de Hélio e o cômico mau-humor de Paula são uma ameaça à boa convivência. Suas diferenças trazem conflitos constantes, onde divertidas e emocionantes confusões acontecem.

A leveza de Neil Simon
Comédia de situação, A Garota do Adeus trata, de forma bem-humorada, da relação entre duas pessoas com diferentes personalidades. Tema parecido já foi visto por mais de 150 mil espectadores em outra montagem de Neil Simon, Estranho Casal - também produção de Edson Fieschi, ao lado de Carmo Dalla Vecchia e Luciano Borges.

Estranho Casal foi o meu primeiro contato com o autor. Comecei a me interessar pela escrita dele  e conheci A Garota do Adeus por indicação de Gilberto Braga. O texto de Neil Simon é muito teatral. Quando assisti ao filme, reparei que a história poderia ser contada perfeitamente no teatro. Fiz uma adaptação para o Brasil, cidade de São Paulo, já que originalmente a trama se passa em Nova York”, conta Fieschi, produtor ao lado de Luciano Borges, adaptador e também protagonista com Gabriela Duarte. “No cinema, existem os cortes entre uma cena e outra. Já nos palcos, a dinâmica é bem diferente. Tem trocas de roupas, ambientes, uma outra estrutura”, completa.

 “Meu mais recente trabalho nos palcos foi há cinco anos em As Mulheres da Minha Vida, também de Neil Simon, onde atuei ao lado de Antônio Fagundes – um privilégio, aliás. Neil Simon tem um texto típico, muito gostoso de fazer. É o tipo de peça que você assiste com sorriso no rosto”, conta Gabriela Duarte, que recebeu, recentemente, o Prêmio Contigo por sua interpretação na novela Passione (Globo) ao lado de Irene Ravache.

Mãe de duas crianças (de 5 anos e 4 meses), Gabriela Duarte conta que seu lado mãe ajuda muito na construção da personagem. “Resolvi fazer a peça justamente porque a Paula Menezes é mãe, romântica, mulher forte, guerreira. É quase que uma simulação da vida interpretar esse papel agora. A maternidade é uma coisa única. Provavelmente não terei mais filhos, então queria vivenciar esse momento de todas as formas possíveis, inclusive profissionalmente”, diz Gabriela.

A atriz comemora o fato de cada vez ter mais oportunidades de fazer comédia. “O verdadeiro ator pode fazer tudo. Não existe ator apenas de drama, comédia ou stand up. O profissional precisa brincar nesses campos. Eu me sinto privilegiada em estar cada vez mais à vontade para brincar na minha profissão. Me sinto autorizada a passar por vários caminhos, por vários gêneros. As oportunidades têm aparecido e eu estou me sentindo muito versátil. Esse é meu desejo. É isso que eu sempre quis”, conta Gabriela.

“Neil Simon escreve um humor que não passa pelo psicologismo. Ele flui, é leve, é auto-explicativo. É um humor típico, que o público adora. A Paula Menezes representa muitas mulheres, enquanto Hélio Garcia, muitos homens. A relação entre eles também é múltipla. Muita gente se identifica”, conta Gabriela.

O diretor Elias Andreato, que ensaia a peça simultaneamente em cartaz em São Paulo com o texto denso de Equus, afirma que o prazer do seu trabalho é exatamente esta variação de universos. Com sua direção, pretende provocar um encantamento com o texto leve de A Garota do Adeus. “Penso na peça como uma possibilidade de provar que é possível um final feliz. Quero que a peça provoque uma nostalgia de todas as nossas sessões da tarde”, diz.

”O papel do diretor é definir a atitude que devemos ter em relação ao que escolhemos. E preciso conduzir os atores para o que foi combinado, e todos devemos nos comprometer com isso. Com carinho e prazer, para que o resultado seja conquistado antes por nós e, depois, pelo público”, explica Elias.

O time
Quem assistir à montagem, certamente vai se surpreender com o carisma da pequena Júlia Gomes, de 10 anos, que interpreta Luci, filha de Paula, vivida por Gabriela Duarte. Seu primeiro trabalho de destaque foi na mega-produção A Noviça Rebelde, aos 6 anos. Agora, aos 10, está na TV e tem certeza de que vai seguir a carreira de atriz. “Eu amo o palco e o som dos aplausos. Adoro atuar, cantar e quero fazer os dois pra sempre. Também quero fazer filmes e estudar inglês nos EUA.” 

Ainda envolvida com a personagem Elisa, da novela Amor Eterno Amor, Júlia Gomes trabalhou muito para encontrar a Luci. “Assisti ao filme e conheci o comportamento dela. No começo foi difícil, não estava conseguindo encontrar a personagem dentro de mim. Mas o Elias, a Gabriela e o Edson me ajudaram muito. O Elias sempre fala com jeitinho como ele quer me ver em cena. E a Gabriela sempre me dá dicas de como fazer. De repente, a Luci está aparecendo. Está sendo muito  divertido”, conta a atriz mirim. 

Sobre sua relação com a veterana Gabriela Duarte, Júlia diz estar aprendendo muito. “Eu estou adorando. Ela é muito carinhosa comigo e me sinto mesmo a filha dela quando estamos juntas. Ela cuida de mim e eu cuido dela. Gabriela é doce e fala sempre baixinho”, diz.  Para o diretor Elias Andreato, não há dúvidas de que a pequena Júlia nasceu pra brilhar. “Sua sensibilidade, profissionalismo e talento são incríveis.”

Edson Fieschi conta que a escolha de todo o time foi certeira. “A peça precisa de um diretor que tenha proximidade com os atores. E o Elias, além de ser um diretor excelente, se destaca como ator. Elias é sensível, assim como a história.”

Gabriela Duarte foi a primeira pessoa a ser contatada para o projeto. “Ela tem uma versatilidade grande e sua personagem passa por drama, mas tem lado cômico. Ela é a atriz certa para o papel, pois passa verdade na hora da interpretação. Além de tudo, ela tem uma filha com idade parecida com a da personagem e isso contribui. Ela é uma excelente pessoa para trabalhar”, conta Edson Fieschi.

“Eu fico emocionada ao lembrar que o Edson, além de me convidar, também esperou a minha gravidez para dar o start no projeto. Temos uma química muito boa em cena, está dando muito certo. Eu me sinto lisonjeada, emocionada por estar vivenciando isso na minha vida”, afirma Gabriela.

A versátil Clara Garcia interpreta quatro personagens na montagem. “A possibilidade de fazer esses personagens no mesmo espetáculo é prazerosa e rara hoje em dia. Em Estranho Casal, eu fazia uma participação especial que era um deleite e agora me divirto com essas quatro mulheres a que dou vida. Neil Simon sempre consegue fazer com que as intervenções pequenas sejam de suma importância para contar a história.”
                                                                     foto de João  Caldas
Em A Garota do Adeus, Clara Garcia dá vida a Diana, melhor amiga da Paula, uma mulher guerreira, alegre e extremamente generosa. Também vive a amarga síndica do prédio, a jovem atriz Olívia e a clássica personagem Lady Anne, de Shakespeare, em uma montagem fora dos padrões.

O papel de Nilton Bicudo, como define o ator, é uma brincadeira do autor dentro da peça. “Como o protagonista é um ator às voltas com a batalha da profissão, existe o diretor, personagem que reforça o caráter de comédia da peça. Em minha interpretação mostro como nós, atores, estamos expostos a todo tipo de ciladas. Neste caso, estou compondo um diretor auto centrado, que por ser o típico gay edipiano, acaba elaborando uma teoria evolucionista com pitadas de terapia comportamental para justificar seu tesão no protagonista, ou seja, uma caricatura de um intelectual tarado e canastrão”, conta Nilton Bicudo, que já foi dirigido por Elias Andreato em outras montagens.

Nilton interpreta também um coreógrafo, que está preocupado em paquerar as bailarinas. “É uma participação, que chamo de número de cortina, com função específica de divertir, marcar a situação das protagonistas, como uma breve e precisa piada. Estou feliz em fazer”, conclui.

Resultado do jogo
O diretor Elias também está muito feliz com o resultado do time. “Já dirigi Nilton e, sempre que for possível, quero estar ao lado dele, com todo seu talento. Clara Garcia é uma atriz versátil e talentosa. O Edson é um grande ator, que busca seu caminho com precisão e muita dedicação. Ele sabe escolher seus personagens e o que pretende com eles. A leveza, humor sutil e carisma da pequena grande Gabriela Duarte, que quer fazer sua própria história na dramaturgia brasileira, é deliciosa. Serei eternamente grato por poder participar deste momento da vida da Gabriela e de todos estes talentos juntos”, diz ele.

O grande prazer do meu ofício é ser diferente todo o tempo. Eu acredito que tudo é um grande exercício para que eu possa construir a minha historinha pessoal até o fim”, fala o diretor, que celebra sua carreira nos palcos, atuando e dirigindo. “O teatro é um território neutro, onde tudo é possível. Hoje temos comédias, dramas, tragédias, musicais, stand up e comédias românticas. Qual outra profissão permite percorrer todos esses caminhos? Vamos comemorar esta oportunidade e ser feliz!.”

“Elias Andreato é uma das pessoas mais doces e carinhosas com quem eu estou tendo o privilégio de trabalhar. Edson é meu parceiro, meu colega, uma relação rara. O Nilton é um cara talentosíssimo, uma pessoa espetacular, eu aprendo diariamente com sua veia cômica. A Clara é uma amiga de outros carnavais, com quem estou amando me reaproximar. E a Julia é a luz dos nossos ensaios, a doçura de uma criança com profissionalismo e cabeça impressionantes para a idade que tem”, diz Gabriela.

“Estou vivendo duas coisas muito grandiosas na minha vida: a maternidade e a minha volta ao teatro. O que mais eu quero da vida?”, comemora a protagonista, que afirma que trabalhar com comédia a faz enxergar a vida com mais leveza.

Ficha técnica

Texto: Neil Simon. Adaptação: Edson Fieschi. Direção: Elias Andreato. Elenco: Gabriela Duarte, Edson Fieschi, Nilton Bicudo, Clara Garcia e Julia Gomes. Iluminação: Mário Martini. Cenário: José Dias. Figurino: Fábio Namatame. Produção Geral: Luciano Borges.

Para roteiro

Estreia dia 11 de maio no Teatro Renaissance. Alameda Santos2233 Jardins – São Paulo. Temporada: sextas, às 21h30, sábados, às 21h e domingos, às 18h. Classificação: 10 anos.
Preços: sextas R$ 70, sábados e domingos R$ 80.  Capacidade do teatro: 462 lugares. Duração: 90 minutos. Até 5 de agosto. Vendas por telefone e internet: Ingresso Rápido.


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