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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Cia. Polichinelo quer divertir com As Histórias do Caixão do Zé, em temporada no SESC Ipiranga

Espetáculo é um conto de terror para crianças com o encantamento do teatro de bonecos. Caveiras, aranhas, velas que levitam e sons assustadores fazem parte desta montagem, inspirada no personagem Zé do Caixão



Você levaria seu filho para ver uma peça de terror? Contar uma história de medo, assombração e fantasma para crianças, daquelas de prender a respiração quando o monstro chega, é o desafio de Márcio Pontes, autor e diretor de As Histórias do Caixão do Zé, montagem da Cia Polichinelo. Engana-se quem acha que isso não é possível. O espetáculo - que estreia 12 de setembro, às 16h, no Teatro Sesc Ipiranga - pretende divertir, com humor, personagens engraçados e cenas leves, entremeadas com as de mais suspense.


Inspirada nos filmes trash de terror, como os do cineasta José Mojica Marins, a peça conta com os manipuladores Carolina Jorge, Betto Max, José Guilherme Costa e Ricardo Dimas, que dão vida a nove bonecos que trazem encantamento a este conto de terror infantil. O design de luz está a cargo de Yuri Valério.
“Penso que podemos contar qualquer história para as crianças. A fórmula para falar com o público infantil está em como dizer. A história é de medo, de assombração e fantasma, mas os personagens são divertidos”, explica o diretor, que traz para a montagem o clima sombrio e o tom de mistério contidos nos filmes terror.

“Assisti a um filme do Zé do Caixão e me interessei em levar para os palcos esse terror, considerado trash, que diverte muito mais do que assusta. Não procuramos adaptar a obra do Mojica para os palcos, apenas nos inspiramos no universo deste personagem e buscamos algo original”, diz o diretor.

"Acho que podemos contar qualquer história para as crianças. E isso não é um pensamento só meu, pois pude conversar com três autores importantes da literatura infanto-juvenil que também pensam da mesma forma: Tatiana Belinky, Ricardo Azevedo e Pedro Bandeira – três mestres que tive o grande prazer de conhecer e conversar. Para eles (e para mim) todas as histórias são possíveis", completa Márcio Pontes.


As Histórias do Caixão do Zé é uma trama que se desenrola no cemitério onde vive o macabro Zé, morto-vivo respeitado e muito poderoso. Zé divide o ambiente com seu ajudante Toupeira e outros seres sobrenaturais como fantasmas, lobisomem, gárgulas e vultos que o servem com total obediência. Considerado o dono do cemitério, Zé fica enfurecido quando descobre que um novo coveiro é contratado para tomar conta de seu território.


Zé, que já expulsou trinta coveiros de seu cemitério, usa as mais terríveis assombrações de dentro de seu caixão para afastar o coveiro da vez. Além de suas performances exageradas, o personagem conta com diversos recursos para atormentar o trabalhador, como caveiras, aranhas e velas que levitam. Mas, desta vez, parece que o coveiro é mais valente que os anteriores e destemido de qualquer força sobrenatural.

 No cenário, elaborado sobre uma estrutura que comporta a técnica do teatro de balcão, estão: o cemitério com seus muros, portões que rangem, lápides velhas e árvores retorcidas. Considerando a personalidade e força de cada personagem, Márcio Pontes também assina o figurino. “O Zé tem roupas mais antigas, em decomposição. Já o coveiro usa peças mais modernas, com um toque mineiro”. Luciano Pedro Antônio é responsável pela trilha sonora, que completa o clima de terror na peça.

A Cia. Polichinelo possui uma técnica de manipulação que deriva do Bunkaru, teatro de bonecos japonês, adaptada às necessidades do próprio grupo. Neste espetáculo, a técnica utilizada é a manipulação direta, onde os atores ficam visíveis, mas outros elementos e técnicas como sombra, varas e luz negra são incorporados ao espetáculo, dando maior possibilidade de ação cênica. Alguns bonecos são movimentados por dois ou três atores – de acordo com a força que cada personagem tem na história.


Consolidada como uma das mais importantes companhias de teatro de bonecos no Interior paulista, a Cia. Polichinelo apresentou em 2009 o primeiro espetáculo deste gênero, a adaptação da obra de Frankenstein. “Tivemos uma grande empatia com o público que gosta deste personagem e torce por ele. Apesar da criatura ser muito diferente do nosso Zé, a montagem nos norteou para darmos um salto maior e elaborarmos esta nova peça”, afirma Márcio Pontes.

Ficha Técnica


Texto e direção: Márcio Pontes. Preparação de atores / manipulação: Abel Saavedra e Lily Crucio. Bonecos e cenários / criação: Márcio Pontes. Bonecos e cenários / confecção: Márcio Pontes e João Carlos Rodrigues. Elenco: Carolina Jorge, Betto Max, José Guilherme Costa e Ricardo Dimas. Iluminação: Yuri Valério. Trilha Sonora: Luciano Pedro Antonio. Mixagens: Studio G7 Produções. Sonoplastia: Yuri Valério. Figurinos / Criação: Márcio Pontes. Figurinos / Execução: Elizabeth Ferreira. Produção: Deborah Corrêa. Realização: Cia Polichinelo de Teatro de Bonecos. Créditos de Imagens: Rubens Porto.


HISTÓRIAS DO CAIXÃO DO ZÉ, com a Cia. Polichinelo de Teatro de Bonecos. Estreia: 12 de setembro até 24 de outubro. Domingos e no feriado, às 16h. Não haverá sessões nos dias 3 e 31/10 devido às eleições. Ingressos: R$ 2,50 (trabalhador no comércio de bens e serviços matriculado no SESC e dependentes), R$ 5 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudante e professor da rede pública de ensino) e R$ 10 (inteira).

Teatro SESC Ipiranga: Rua Bom Pastor, 822. Capacidade: 200 lugares. Duração: 50 minutos. Recomendação etária: a partir de 8 anos. Não possui estacionamento.
Informações: 3340-2000, de terça a sexta, das 8h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 9h às 17h, no site ou pelo 0800 118220. www.sescsp.org.br.

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