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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Peça infantil estreia tendo como protagonista um carro em Um Fusca em Cons(c)erto

Comemorando 10 anos de existência a Cia. Rodamoinho coloca em cena o carro mais querido dos brasileiros. Mesclando sons, melodias e batuques, o infantil cria experiências musicais com objetos do próprio automóvel, um Fuscão 1983. Faróis que saltam como nos desenhos animados dão vida e personalidade ao modelo popular

Três amigos e um Fusca quebrado. É essa a combinação utilizada pela Cia. Rodamoinho em seu novo espetáculo infantil Um Fusca em Cons(c)erto, que faz apresentações no Sesc Santo Amarodias 7, 14 e 21 de setembro, sábados, às 17 horas. Em seguida, participa da Mostra SESC de Teatro de Rua - no SESC Bauru (22/9), SESC Taubaté (27/9) e nos dias 28 e 29 de setembro, noSESC Vila Mariana.

Escrito por Fabiano Assis e Renata Flaiban, que dividem a cena com Paulo Dantas, o espetáculo conta a história de três artistas que pretendem viajar em um velho Fuscão 1983. Mas o que era para ser a viagem de suas vidas, tornou-se uma divertida tentativa de fazer a caranga andar. Composto principalmente por sons e gestos, a peça faz experimentos com os barulhos emitidos pelo famoso carro popular, além das melodias tocadas pelos próprios atores.

Na peça, a trupe de artistas se reúne ansiosa para viajar em um Fusca, mas o carro insiste em não funcionar. Não há manual nem ferramenta que o conserte. Os amigos tentam incansavelmente fazer o possante pegar no tranco e nada adianta. Durante as inúmeras tentativas, os três inventam de fabricar sons e batucadas com as peças do automóvel, transformando o conserto do Fusquinha em um verdadeiro concerto musical.

Sons, gestos, danças e músicas traduzem as palavras não ditas. “Nós nos desafiamos a construir uma peça sem verbos, o que nos obriga a transformar tudo em corpo e ação. Dessa forma, estimulamos o público a interpretar os movimentos. Unimos imagens poéticas, músicas e a limpeza e expressividade da movimentação corporal para a construção da narrativa”, conta Fabiano Assis.

A trilha sonora - assinada por Fabiano Assis, Renata Flaiban, Fernando Sardo e Guilherme Maximiano - combina barulhos do veículo a percussão, sanfona e saxofone, além de objetos sonoros produzidos especialmente para a peça, como os homens-banda, o funilfone (bocal de trombone acoplado a mangueira de borracha com funil na ponta), a viele (instrumento medieval de fricção de cordas acionado por manivela) e as bombas musicais (construídas com cano de PVC). Jazz, valsa e mambo compõem a trilha sonora da peça.

Um palco sobre rodas
A ideia de montar o espetáculo ao redor de um automóvel é um antigo desejo da Companhia. Uma Kombi; uma Variant e até mesmo um Fiat Uno foram cogitados como possíveis cenários para a encenação. Porém, foi o Fusca que ganhou além da posição de destaque no palco, o papel principal da peça. “É um veículo que está no imaginário popular de muitas gerações de brasileiros, e sobre o qual muita gente tem história para contar. Além disso, a tradição de carros-teatro é muito antiga, e nos remete aos artistas mambembes de todos os tempos. Desenvolver as traquitanas para transformar o Fusca em palco foi uma grande aventura de pesquisa, suor e conquista”, conta Renata Flaiban, informando que o grupo teve, ainda, inspiração no espetáculo Romeu e Julieta, do Grupo Galpão, em que uma veraneio divide a cena com os atores. “Ficamos encantados.”

O projeto para a adaptação do Fusca, modelo 1983, teve início em 2011 e levou cinco meses para ficar pronto, assim como sua montagem e de seus apetrechos. “As coisas foram se transformando a partir de nossos experimentos cênicos e das limitações e possibilidades dos objetos utilizados”fala Renata.

Muitos dos acessórios e peças embutidas no Fusquinha vieram de doações de amigos e parentes. “Foi curioso como as coisas apareceram, de conhecidos que nos doaram materiais que se encaixavam perfeitamente às nossas necessidades. A estrutura de usinagem de ferro, por exemplo, foi feita por um tio especialista no assunto, que pulou sobre o carro para mostrar a resistência do material que ele mesmo tinha feito”, contam os idealizadores do espetáculo.

Um escorregador transformou-se em passarela, que une o Fusca a um carrinho com roda de bicicleta na traseira. Uma escada foi posicionada dentro do veículo para que os atores possam aparecer “com glamour” pelo teto solar. Os faróis saltam feito desenho animado, com molas e engrenagem de freio de bicicleta embutida.

O figurino de Renata Flaiban remete a épocas passadas com um toque cômico em que roupas de gala combinam com calças pula-brejo e meias coloridas. “Começamos a peça alinhados, mas vamos nos deteriorando conforme o veículo vai parando de funcionar”, conta a figurinista. As roupas e as cores dos tecidos foram confeccionadas para ornarem com o estofado do automóvel. “Buscávamos uma integração com o Fusquinha ao utilizar peças como veludo vermelho e azul, e aviamentos, como a franja dourada, que estão no tapete e nas cortinas e também no figurino dos artistas”.

Para surpresa da plateia e admiração dos autores, a caranga funciona normalmente. Com motor zero e ignição eletrônica, o carro anda como qualquer outro. Apenas na peça ele deixa os atores na mão. “Como todo modelo antigo, requer atenção especial. Tivemos aulas com um mecânico para aprender a trocar peças e alguns macetes em possíveis situações de emergência. Também instalamos uma peça especial de ferro, chamada towlbar, autorizada pela legislação de trânsito, utilizada em jipes, para que ele seja rebocado, caso seja necessário”, revela Renata.

Trajetória de 10 anos
Para comemorar uma década de estrada, a Cia. Rodamoinho viaja pela capital e interior com 4 espetáculos teatrais, narrações de histórias e performances musicais e corporais e lança o CD É Pra Brincar, Ouvir e Cantar, que reúne canções dos espetáculos dorepertório do grupo. Um Fusca em Cons(c)erto e o CD, o primeiro da Cia., foram realizados graças ao PROAC-ICMS, da Secretaria de Estado da Cultura. Foram distribuídas 6.000 unidades do CD às crianças dos municípios visitados pelo projeto.

Durante o mês de maio a companhia fez 20 apresentações do espetáculo As Aventuras de Pepino em escolas da capital, interior e litoral. Em agosto segue com o projeto Viagem Teatral – Ação Arte e Educação, realizado pelo SESI-SP, com apresentações nas cidades de Presidente Epitácio, Catanduva, São José do Rio Preto, José Bonifácio, Votuporanga, Fernandópolis, Barretos, Bebedouro e Franca. Em setembro, continua na estrada com o projeto Repertório Rodamoinho 10 anos em 15 apresentações gratuitas, em 5 cidades, das peças Festa no CéuMãe d'Água e As Aventuras de Pepino.

Um Fusca em Cons(c)erto passou pelas cidades de Cotia, Mogi Mirim, Laranjal Paulista, Analândia e Itaquaquecetuba, entre abril e maio, em 15 apresentações gratuitas. Estreia agora em temporada na capital.

Sobre a Companhia Rodamoinho
A Cia. Rodamoinho foi fundada em 2001 por Fabiano Assis e Renata Flaiban. É filiada à Cooperativa Paulista de Teatro e tem como objetivos pesquisar a cultura popular, integrar diferentes linguagens artísticas, como o teatro, a literatura e a música, bem como aliar arte e educação.

“Festa no Céu”, “Mãe d'Água”, “Rodamoinho de Histórias” e “Poesia Andante” são alguns dos trabalhos do grupo. A Cia Rodamoinho foi contemplada por três vezes pela Lei de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo e ganhou, com o espetáculo Mãe D´Água, o prêmio de melhor texto, ator e trilha sonora no XXXVI FENATA 2008 (Ponta Grossa/PR), melhor atriz e segundo melhor espetáculo no II Festival de Teatro de Avaré (2008), melhor ator no XXXII FESTE (Pindamonhangaba 2008), melhor ator, trilha sonora e segundo melhor espetáculo no XI Festival Nacional de Teatro de Americana (2007) e melhor atriz, trilha sonora e segundo melhor espetáculo no VII Festival de Teatro de Paraguaçu Paulista (2008).

Renata Flaiban cursou a Escola de Arte Dramática e participou do Grupo de Teatro PonkãÉ mestre pela USP e defendeu a dissertação “Provocações na escola: Performance e Infância no centro das atenções”. Fabiano Assis é arte-educador, ator músico. Tem se especializado em utilizar no teatro variados instrumentos musicais como saxofone, viola caipira, bandolim napolitano, derbak e pandeiro entre outros.

Para roteiro:
Ficha técnica: Concepção, produção e dramaturgia: Fabiano Assis e Renata Flaiban. Direção: Fabiano Assis. Texto: Fabiano Assis e Renata Flaiban.Direção musical: Fabiano Assis, Renata Flaiban, Fernando Sardo e Guilherme Maximiano. Elenco: Fabiano Assis, Renata Flaiban e Paulo Dantas. Assessoria cênica: Ednaldo Freire. Assessoria para instrumentos e traquitanas musicais: Fernando Sardo. Assessoria em saxofone: Manuel Sousa Filho. Assessoria em dança e sapateado: Applause Dance Center. Assessoria em movimento: Luciana Viacava. Cenografia: Fabiano Assis. Cenotecnia: Paulo Dantas.Usinagem e soldas especiais: Archimedes Zanetti. Pintura de placas: Paula Galasso. Figurinos: Renata Flaiban. Costuras: Ateliê Célia e Durvalina Flaiban Zanete. Criação de luz e operação de som: Alex Nogueira. Fotografia: Ricardo Riberto Projeto gráfico e ilustrações: Aida Cassiano.

Um Fusca em Cons(c)erto - Dias 7, 14 e 21 de setembro. Sábados, às 17h. SESC Santo Amaro - Rua Amador Bueno, 505 – Santo Amaro/SP – Área de Convivência. Tel: 5541-4000. Classificação: Livre. Duração: 50 minutos. Para informações sobre outras programações ligue 0800-118220 ou acesse o portalwww.sescsp.org.br

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