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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Sesc Consolação apresenta Ocupação Workcenter de Jerzy Grotowski e Thomas Richards


Durante 1 mês, grupo italiano de Pontedera traz peças de teatro, oficinas e performances de um dos mais influentes homens do teatro do século 20

A obra do diretor e dramaturgo polonês Jerzy Grotowski é apresentada por meio
dos sucessores de seu trabalho, os herdeiros de seus ensinamentos de teatro Thomas Richards e Mario Biagini. A programação inclui conferências, projeções de filmes e lançamento de livros. A ocupação se dará durante quatro semanas no Sesc Consolação

Um dos nomes mais importantes do teatro do século 20, o polonês Jerzy Grotowski (1933-1999) fundou na Itália em 1986, a convite da Fondazione Pontedera Teatro, oWorkcenter, centro de trabalho artístico em que desenvolveria grande parte de sua pesquisa dramatúrgica revolucionária. A partir do dia 24 de abril, o Sesc Consolação dá início à Ocupação Workcenter de Jerzy Grotowski e Thomas Richards, projeto que apresenta a obra de Grotowski e seus colaboradores por meio de diversas atividades.

Durante as quatro semanas da ocupação, haverá a apresentação de espetáculos e performances, exibição de filmes, lançamento de um livro, conferências e sessões de trabalho com os diretores Thomas Richards e Mario Biagini, colaboradores de Jerzy Grotowski e representantes de sua obra. A programação se inicia no dia 24 de abril com o espetáculo Canções de Festa Elétrica e se encerra em 19 de maio com a performance Não Aos Ossos da História – Um Concerto de Poesias.

Durante os 13 anos de intenso trabalho prático no Workcenter, Grotowski transmitiu a Thomas Richards (que considerava seu "colaborador essencial" e também fundador do centro), e Mario Biagini (membro fundamental da equipe desde o início e atualmente diretor associado do centro) o fruto de sua vida de pesquisas, nomeando-os como os únicos representantes de sua obra.

Figura central no teatro do século 20, principalmente no experimental ou de vanguarda, Grotowski passou no Workcenter sua última década de vida, período no qual desenvolveu uma linha de pesquisa conhecida como “a arte como veículo” – oposta à ideia de arte como simples representação de algo e baseada na abordagem exclusiva da interioridade do ser humano. Grotowski também defendia um “teatro pobre”, desprovido de adereços e centrado no trabalho do ator.

Com a morte de Grotowski, Richards assumiu a direção artística do centro e levou adiante o seu trabalho. Hoje, o Workcenter é composto por 18 artistas de 10 países, divididos em duas equipes: o Focused Research Team in Art as Vehicle, dirigido por Thomas Richards e o Open Program, dirigido por Mario Biagini.

O Workcenter no Brasil
Em 1996, o SESC convidou Grotowski e o Workcenter para São Paulo para realizar um programa de um mês, composto de eventos como conferências, sessões de trabalho com companhias brasileiras, apresentações da composição performativa Action e um simpósio internacional no Teatro do SESC Anchieta.  Foi um projetomemorável para a comunidade teatral do Brasil e da América Latina, assim como um momento importante para o Núcleo de Grotowski e de Richards em sua primeira visita ao continente.

Desde então, o Centro retornou ao Brasil algumas vezes: em 2011, para um programa organizado pelo ECUM em Belo Horizonte, consagrando a pedagogia teatral, e em 2012, para uma apresentação de trabalho no Festival Internacional do Teatro de São José do Rio Preto e no Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana.

Agora, a convite do Sesc, o Workcenter está de volta a São Paulo para um projeto de quatro semanas que expõe a pesquisa artística de Grotowski e do centro e dá ao público a oportunidade de entrar em contato com uma das dramaturgias fundamentais da história do teatro.

PROGRAMAÇÃO:
ESPETÁCULOS

Canções de Festa Elétrica (ELETRIC PARTY SONGS)
Dias 24/4 e 25/4, quarta e quinta, às 20h, na Área de Convivência, térreo. Grátis.

Criada pelo Open Program e coordenada por Mario Biagini, Canções de uma Festa Elétrica (Eletric Party Songs) dá vida à poesia de Allen Ginsberg (controverso poeta americano da geração beat e referência para artistas como Jim Morrison e Bob Dylan) por meio de músicas e ações performáticas. Esse grupo internacional de artistas justapõe as composições originais com canções tradicionais do sul dos Estados Unidos, aproximando seus significados, ritmos e sons como a semente da criação dramática. Em um contexto informal e íntimo, com pequenas reuniões sociais, o espetáculo convida os espectadores a ter uma proximidade maior com o centro da ação.

Dirigido por Mario Biagini, o trabalho envolveu extensa pesquisa sobre canções tradicionais do sul dos Estados Unidos. O objetivo é transformar o que seria uma simples festa em uma manifestação artística. É criado um ambiente casual e íntimo onde os atores interagem com o público. Como uma brincadeira que se desdobra ao longo da noite, a peça compreende momentos de pausa, que favorecem esses encontros com a plateia. Também tem as feições de uma reunião social, onde a bebida e a comida ocupam o seu espaço e auxiliam na confraternização. 


Diretor: Mario Biagini. Equipe: Mario Biagini, Lloyd Bricken, Davide Curzio, Robin Gentien, Agnieszka Kazimierska, Felicita Marcelli, Alejandro Rodriguez, Suellen Serrat, Graziele Sena. 
Não recomendado para menores de 14 anos.

A Sala de Estar (The Living Room)
Dias 27 e 28 /4, 4, 5, 11 e 12 de maio , Sab. às 21h e domingos às 18h, Teatro Anchieta

O que acontece em Sala de Estar poderia se passar na sala da casa de qualquer pessoa. Nesta obra, a arte é o meio para fazer o público se sentir à vontade, tomar parte em um lugar em que todos se dão as boas-vindas. O grupo italiano da cidade de Pontedera localiza a trama em um cenário que lembra justamente uma sala de visitas: sofás, poltronas, uma mesa coberta por uma toalha elegante, cortinas, cadeiras, flores e tapetes. Para tanto, a encenação não acontece em um teatro, mas em uma casa de verdade. Focused Research Team in Art as Vehicle, dirigido por Thomas Richards, continua a pesquisa do Workcenter: “Esta nova criação no campo da Arte como Veículo nos leva a casa, ao lugar onde damos as boas vindas ao outro”, explica Thomas Richards.

Começando por essa ação fundamental, que pode acontecer em um salão, entra-se na investigação sobre como os potenciais do ofício da performance, que podem enriquecer e ser enriquecidos pelas realidades e relações interpessoais cotidianas. Dentro do encontro, um evento performático, estruturado e preciso, é revelada uma corrente viva de ações baseadas no trabalho de cantos de tradição e textos, explorando o que é preciso para nos despertar frente a nós mesmos, frente aos outros e ao mundo.

Diretor: Thomas Richards. Elenco: Antonin Chambon, Tzu-Len Chen, Benoît Chevelle, Jessica Losilla Hébrail, Bradley High, Tara Ostiguy, Min Jun Park, Cécile Richards and Thomas Richards

Não recomendado para menores de 14 anos. R$ 32,00 (inteira); R$ 16,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). R$ 8,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).

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Eu Sou América (I Am America)Dias 16/5 e 17/5, quinta e sexta, às 21h, no Teatro Anchieta

Criado pelo Open Program de Mario Biagine, o espetáculo é baseado em composições musicais e textos poéticos do poeta Allen Ginsberg, investigando o significado da palavra poética e de sua ação, iluminando nosso papel e nossa função no contexto social, econômico e cultural.

"América eu te dei tudo e agora não sou nada.
América dois dólares e vinte e sete centavos 17 de janeiro de 1956.
América não agüento mais minha própria mente.
América quando acabaremos com a guerra humana?
[...]
Passa pela minha cabeça que eu sou a América. 
Estou de novo falando sozinho."

Não existe uma narrativa contínua na peça. A poesia é abraçada não apenas em sua temática, mas na sua composição formal. As palavras lançadas durante o espetáculo servem para lançar luz sobre o lugar onde estamos – intérpretes e espectadores.

Mesmo sem se aproximar de um discurso pedagógico ou de pretensões didáticas, a peça tem nítido caráter político. Parte do princípio de que a arte – nesse caso específico, a poesia – não é algo criado fora do mundo, mas uma força com impacto na paisagem social, econômica e cultural. Entre a multidão de anônimos que habita a cidade, está um poeta. Essa imagem serve como detonadora de uma reflexão sobre a América, termo que na encenação é utilizado em uma acepção mais ampla, com a ambição de significar mais do que uma única nação. 

Diretor: Mario Biagini. Elenco: Mario Biagini, Lloyd Bricken, Davide Curzio, Agnieszka Kazimierska, Felicita Marcelli, Alejandro Rodriguez, Suellen Serrat, Graziele Sena. 

Não recomendado para menores de 14 anos. R$ 32,00 (inteira); R$ 16,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). R$ 8,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).


PERFORMANCES:

Não Aos Ossos da História – Um Concerto de Poesias
(Not History’s Bones - A Poetry Concert) 
Dia 19/5, domingo, às 19h, no Teatro Anchieta.

Este evento em forma de concerto explora de maneira não discursiva as raízes de diversos estilos musicais contemporâneos. Esta exploração nasce como uma extensão natural dos muitos anos da pesquisa sobre os cantos de tradição. Os membros do grupo compuseram e arranjaram todas as canções usando a poesia de Allen Ginsberg e desatando a pluralidade de significados, percepções e intuições da palavra poética.

Diretor: Mario Biagini. Elenco: Mario Biagini, Lloyd Bricken, Davide Curzio, Robin Gentien, Agnieszka Kazimierska, Felicita Marcelli, Alejandro Rodriguez, Suellen Serrat, Graziele Sena. 
Não recomendado para menores de 14 anos. R$ 32,00 (inteira); R$ 16,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). R$ 8,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).

SESSÕES DE TRABALHO:
Durante a estada do Workcenter em São Paulo, duas oficinas serão realizadas. Uma coordenada pelo diretor artístico do centro, Thomas Richards, e a outra pelo diretor associado, Mario Biagini. Os participantes das sessões-oficinas serão envolvidos em um trabalho prático intensivo sobre diversos tipos de cantos, entre eles os cantos antigos da tradição que constituem o elemento essencial da pesquisa do Workcenter. As sessões buscam uma abordagem do canto através da ação, da intenção e do contato. Durante o trabalho, os participantes se confrontarão com: vibração da voz, consciência do espaço e reação aos seus elementos constitutivos, improvisação dentro de uma estrutura.

Sessão de Trabalho com Mario Biagini
Dias 29/4, 30/4, 1/5 e 2/5, segunda à quinta, das 10h às 13h, na Sala Omega - 8ª andar.Não recomendado para menores de 16 anos. R$ 10,00 (inteira); R$ 5,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). R$ 2,5 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).

Sessão de Trabalho com Thomas Richards 
Dias 7/5, 8/5, 9/5, terça a quinta, das 10h às 13h, na Sala Ômega - 8º andar. 
Não recomendado para menores de 16 anos. R$ 10,00 (inteira); R$ 5,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). R$ 2,50 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).

OUTRAS ATIVIDADES:

Conferência e Lançamento de Livro
Dia 3/05, sexta, às 20h, no Teatro Anchieta. Grátis.
Não recomendado para menores de 14 anos.
Retirada de ingressos 1h antes.

Está programada uma apresentação da publicação brasileira e um diálogo com o autor Thomas Richards. O livro "Trabalhar com Grotowski sobre as ações físicas", já publicado em oito idiomas, narra os primeiros passos do trabalho e do relacionamento de um aprendiz e um professor, Thomas Richards e Jerzy Grotowski.

Thomas Richards conheceu Jerzy Grotowski na Universidade de Yale em 1984. Ele passou a participar do programa de Grotowski, Drama Objetivo da Universidade da Califórnia, Irvine, tornando-se assistente de Grotowski em 1986, com a fundação do Workcenter em Pontedera, Itália.

Em seu livro, Richards articula com humor e auto-ironia a maneira em que ele encontrou os princípios fundamentais do ofício desempenhado durante seus primeiros anos com Grotowski. No apêndice, o livro também inclui um dos ensaios finais de Grotowski, da Companhia de Teatro de Arte como Veículo. Ao leitor brasileiro, a obra foi traduzida por Patricia Furtado de Mendonça.

Exibição de FilmesDia 10/5, sexta, às 20h, no Teatro Anchieta. Não recomendado para menores de 14 anos. Retirada de ingressos 1h antes. Grátis.

Durante os 26 anos de atuação do Núcleo, as suas obras de performance foram filmadas em momentos chaves do seu desenvolvimento, deixando traços no largo caminho da sua evolução. Durante o encontro, o público terá a única oportunidade de assistir a dois filmes:

Arte como veículo (1989)
Um documentário sobre o Downstairs Action, filmado no Núcleo em 1989 por Mercedes Gregory e produzido por Atlas Theatre Company.  Downstairs Action foi a maior composição criativa do Núcleo na esfera da arte como veículo entre 1988 e 1992.

Ação em Aya Irini (2003)
Um documentário de ação, filmado na igreja de Aya Irini, em Istambul, por um grupo cinematográfico dirigido por Jacques Vetter.  O filme foi produzido pelo Atelier Cinema de Normandie. As projeções de vídeo servirão de trampolim para uma discussão com Thomas Richards e Mario Biagini.


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