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sexta-feira, 15 de março de 2013

A Casa de Bernarda Alba


A Casa de Bernarda Alba reestreia em adaptação com abordagem inédita
Com direção de Marcelo Medeiros e Néia Barbosa, a obra de Federico García Lorca entra em cartaz em março

Depois do grande sucesso da primeira temporada, no próximo dia 21 de março, quinta-feira, reestreia o espetáculo A Casa de Bernarda Alba, no Teatro do Ator, em São Paulo. A adaptação da obra de Federico García Lorca, que data de 1936, é um drama que nesta ocasião foi desenvolvido sob um ponto de vista diferente de todas as montagens teatrais já realizadas até hoje. Os diretores Marcelo Medeiros e Néia Barbosa, que juntos já dirigiram “Quarto de Estudante”, de Roberto Freire; “Performances”, de Murilo Dias César; “Game Over”, de Wilson Fumoy e “Rapunzel” de Walcyr Carrasco, trabalharam desta vez para exaltar uma visão mais humana do livro de Lorca, exaltando aspectos identificados nas entrelinhas do texto, que só podem ser percebidos por um leitor assíduo e incansável do título.

A trama original da obra de Federico García Lorca foi finalizada poucos dias antes do autor ser assassinado durante a Guerra Civil Espanhola e conta a história de uma mãe autoritária, Bernarda, que cuida de cinco filhas sob constante vigilância, especialmente após a perda do seu segundo marido. Mesmo com um texto bastante fiel à obra original, a montagem do espetáculo traz à tona um simbolismo, no que diz relação à situação política da época em que foi escrita. O objetivo consiste em também trazer uma série de interpretações intrigantes e desvendar o lado mais politizado da obra por meio desta suposta “mão de ferro” com que a mãe educa suas cinco filhas. Além disso, o grande diferencial da montagem está na releitura feita sobre as personagens da obra, de forma mais agressiva e moderna. A direção e elenco apostam em vieses diferentes com maior aprofundamento na alma humana de cada personagem, já que todos eles são carregados de histórias e intensos aspectos de personalidade. De acordo com o diretor Marcelo Medeiros, a grande preocupação foi que os atores invistam em uma rigorosa interpretação verticalizada, trazendo a ideia de as personagens são indivíduos humanos com histórias de vida e valores, e não simplesmente arquétipos pré-estabelecidos. “O autor nos traz nesta obra algo maravilhoso que é o mundo de possibilidades. Essa é a verdadeira grande contribuição do autor, já que ele nos proporciona esse universo tão amplo e repleto de interpretações e visões diversificadas”, afirma o diretor.

No papel principal, de Bernarda Alba, o ator Theo Moraes encenará a personagem. Esta opção foi feita justamente para criar um incômodo no público e dar ao espectador a possibilidade de se colocar na posição de crítico. Além disso, há uma sobreposição de cenas que se complementam no universo do espectador, dando ao público a tarefa de realizar suas próprias conexões a partir de suas emoções e vivências. A encenação também revela uma visão mais feminina da prosa de García Lorca, destacando pontos essenciais da alma feminina e da relação entre mãe e filhas. Nesse aspecto a peça pretende mostrar como a repressão dos valores, a partir da influente igreja católica e o machismo da sociedade, refletia no interior feminino.

Já os cenários e os figurinos do grandioso elenco foram pensados para apresentar um verdadeiro choque de estética no palco, motivando assim também a interpretação do público. O figurino, a cargo de Marcio Rodrigues, será o mais fiel possível em relação à época na qual a peça foi escrita. O profissional fez uma vasta pesquisa sobre as produções usadas no tempo da Guerra Civil e, até mesmo, buscou em sua árvore genealógica, parte espanhola, por imagens que remetessem aos tecidos e modelos usados daquela década. Anáguas e lingeries de cores mais claras e neutras, como o branco e o bege, serão algumas das peças usadas pelas personagens, especialmente quando estão no cenário da moradia. A ideia é não dar destaque para o preto e cores mais pesadas que se costuma ver em cenas de luto.

A peça contará ainda com uma trilha sonora desenvolvida e executada ao vivo por Kauan de Medeiros, um jovem de dezessete anos.Esta será a primeira produção da Companhia de Teatro DOM Produções, dos sócios atores Theo Moraes, Carol Hubner e Samara Pereira. Mesmo sendo a estreia oficial da produtora, vale lembrar que os sócios já trabalham juntos há quase dez anos no meio, sendo a última produção o espetáculo “GraciasLolitas – The Freaks”, que ficou em cartaz no Teatro Bibi Ferreira.

Sinopse:
Bernarda Alba é uma matriarca dominadora que mantém as cinco filhas, sob vigilância implacável, transformando a casa onde vivem em um caldeirão de tensões prestes a explodir a qualquer momento. Com a morte de seu segundo marido, a mãe decreta um luto incansável de oito anos. O provável casamento da primogênita desencadeia uma disputa cruel e perigosa com consequências trágicas para a família.

Serviço:
A Casa de Bernarda Alba
Obra Original: Federico García Lorca
Temporada: De: 21/03 até 23/05
Datas de apresentação: Quintas-feiras, às 21h
Ingressos: R$ 40,00 (meia: R$ 20,00)
Local: Teatro do Ator
Endereço: Praça Franklin Roosevelt, 172 - Consolação - São Paulo - SP
Telefone: (11) 3257 3207
Censura: 16 anos
Duração: 70 min.
Gênero: Drama
Quantidade de lugares: 110
Não tem venda pela internet.

Ficha Técnica
Direção: Marcelo Medeiros e Néia Barbosa
Produção: DOM Produções
Texto: Federico García Lorca
Figurino: Marcio Rodrigues
Trilha composta e executada: Kauan de Medeiros

Elenco:
Theo Moraes como Bernarda Alba
Pôncia: Samara Pereira
Martírio: Carol Hubner
Adela: Dani Salmoria
Madalena: Renata Fazanella
Amélia: Carol Ghirardelli
Angústias: Vanessa Friggo
Criada: Monica Negro
Prudência / Maria Josefa: Néia Barbosa

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