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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Cru, premiado espetáculo de Brasília estreia dia 15 de fevereiro no Teatro Ivo 60


Premiado nas principais categorias, entre elas texto, direção, ator, figurinos e ator coadjuvante, o espetáculo de Brasília já circulou por cerca de 50 cidades. Foi apresentado na Itália a convite do Consulado Brasileiro nas comemorações do 50º aniversário de Brasília e ganhou adaptação para o cinema. Agora faz temporada de terça a domingo no Teatro Ivo 60, centro de São Paulo

Num açougue à beira de estrada nos confins do Brasil central, um forasteiro chega para contratar os serviços de um matador de aluguel. Em meio a pedaços de carnes, gotas de sangue no chão, cachaças baratas e facas afiadas um acerto de contas traz à tona lembranças do passado. Essa atmosfera permeia o espetáculo CRU, da Cia Plágio de Teatro, co-dirigido por Alexandre Ribondi e Sérgio Sartório, que desembarca em São Paulo depois de ganhar diversos prêmios desde a estreia em 2009 em Brasília e fazer temporadas pelo País e Exterior (Itália, Milão em 2010). A estreia acontece dia 15 de fevereiro, sexta-feira, às 21 horas, no Teatro Ivo 60 para temporada de terça a domingo até 14 de março.

Alexandre Ribondi também assina a dramaturgia que narra o encontro perigoso entre o forasteiro evangélico Zé (Chico Sant’Anna), o violento pistoleiro de aluguel, Cunha (Sérgio Sartório), e o dono do açougue, um travesti chamado de Frutinha (Vinicius Ferreira). O texto de Ribondi discute temas atuais como a violência, a falta de segurança, a banalização da vida, a vingança e o ódio social.

Para Ribondi, é uma tentativa de compreensão da maldade. “Não tratamos a violência com motivações sociais, com raízes na desigualdade ou na opressão financeira. Trata-se da crueldade plantada na alma. A peça pretende buscar novas respostas para a questão da violência, a partir de uma lente colocada sobre essas três personagens em cena”, explica.

O espetáculo já circulou por cerca de 50 cidades desde a estreia, fez temporada em Milão (Itália) a convite do consulado Brasileiro no ano do 50º aniversário de Brasília e foi adaptada para o cinema por Jimmi Figueiredo. O filme faturou os prêmios de Melhor Longa-metragem (Festival de Cinema de Brasília, 2011), Melhor Filme de Ficção, Melhor Ator, Melhor Direção de Arte e Melhor Trilha Sonora (Festival de Cinema Guarnicê, MA, 2012) e Melhor Ator (Festival de Cinema de Maringá, PR, 2012).

A encenação

No açougue vivem o jagunço Cunha e sua amiga de infância, o travesti Frutinha, que é a dona do lugar. Zé chega ao local à procura de Cunha. Enquanto Zé e Cunha acertam os detalhes de um serviço a ser contratado, são observados por Frutinha, que tenta desvendar o verdadeiro motivo da chegada do forasteiro. Durante a conversa, lembranças e antigas dividas vem à tona, para desaguar em um final que surpreende.

A partir do enredo tenso e do minimalismo nos recursos cênicos, a montagem transfere à encenação o papel da densidade atmosférica e da verossimilhança, gerando reflexões que ultrapassam o regionalismo e tratam de problemas enfrentados pelos grandes centros urbanos.

A encenação é voltada para valorizar o texto e a interpretação dos atores. O cenário é objetivo, com poucos elementos cênicos. A luz é estática e naturalista. Acende no início e apaga-se no final, sem outras utilizações durante a apresentação. Também não há trilha sonora, só o som das facas, garrafas, copos e a respiração cadenciada dos fortes diálogos. O figurino veste os atores em tons crus.

“O conceito da encenação nasceu a partir do título da obra: Cru. A ação dramática acontece em tempo real e em um único lugar, o açougue de Frutinha. O texto exige dos atores um mergulho profundo e pessoal nas personagens,  para que a atuação seja completamente verdadeira”, explica Sérgio Sartório.

Raio X dos personagens
Os personagens possuem sotaques diferentes e evidenciam suas origens. Frutinha é o dono do estabelecimento onde os três se encontram. Um travesti astuto e perigoso que por meio de perguntas aparentemente ingênuas, investiga o real motivo da presença do forasteiro. Com a chegada de Cunha, as perguntas tornam-se mais perspicazes levando-a a desvendar a trama. “Frutinha é uma figura híbrida que transita com agilidade e astúcia entre o feminino e o masculino. O desfecho faz dele uma espécie de oráculo desse faroeste caboclo”, conta o ator Vinicius Ferreira.

Zé é o forasteiro que procura os serviços do matador de aluguel Cunha. Ele se mostra uma pessoa contida, mas fica incomodado com a presença de Frutinha. “O Zé cometeu um grave erro no passado por conta de um amor doentio. E agora erra novamente em sua tentativa de redenção. Não concordo com seu modo de agir, mas não o condeno. Considero que ele também é uma vítima da violência, embora ele ache que ao se tornar um evangélico sua culpa desaparecerá”, fala Chico Sant’Anna.

Cunha é o vértice deste triângulo. É nele que as histórias se cruzam. “Ele é o anti-herói, é o cara que nos faz querer entender o que pode tornar um ser-humano violento. É o personagem mais difícil e prazeroso que eu já construí”, comenta Sartório.

CRU recebeu diversos prêmios, entre eles: Prêmio SESC do Teatro Candango (Melhor Ator, Melhor Figurino, Melhor Espetáculo, Melhor Direção e Melhor Dramaturgia), XVII Festival de Teatro do Rio (Melhor Texto, Melhor Ator e Melhor Figurino), II Festival Nacional de Teatro de Goiânia (Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Maquiagem e Segundo Melhor Espetáculo) e XII Festival de Teatro de Americana (Melhor Espetáculo e Júri Popular), além de ter se apresentado no Teatro Dei Filodrammatici di Milano, na Itália, a convite do consulado brasileiro em Milão.

Sobre Alexandre Ribondi

Dramaturgo, ator e diretor de teatro, Alexandre Ribondi é um dos nomes mais conhecidos do teatro brasiliense. Integrante da Companhia Plágio de Teatro, escreveu e interpretou mais de quarenta peças, entre elas Crepe Suzette, o Beijo de Grapete  e Abigail é mais Velha do que Procópio. É autor do espetáculo e co-roteirista do filme Cru.

Sobre Sérgio Sartório

Ator, roteirista  e diretor, é um dos integrantes da Companhia Plágio de Teatro. Participou de diversas montagens como O Homem de Buenos Aires e Virilhas, de Alexandre Ribondi, e ganhou o prêmio de Melhor Ator no Festival de Teatro do SESC 2010 pela montagem de Cru. Atuou no longa-metragem Simples Mortais, de Mauro Giuntini, e nos curtas Verdadeiro ou Falso e Pequena Fábula Urbana de Jimi Figueiredo, e Ratão, de Santiago Dellape. Na televisão, participou da mini-sérieForça-Tarefa, exibida pela Rede Globo.

FICHA TÉCNICA
Texto: Alexandre Ribondi. Direção: Sérgio Sartório e Alexandre Ribondi. Elenco: Chico Sant’Anna, Sérgio Sartório e Vinicius Ferreira. Figurinos: Cyntia Carla.Fotos: Betto Guaraciaba, Hugo Rocha e Anderson Brasil. Iluminação e cenário: Sérgio Sartório. Programação VisualProgramação visual: Rubens Fontes e Chico Sassi. Produção: Guinada Produções e Cia Plagio de Teatro. Cenografia: Cia. Plágio de Teatro. Produção local: Maria Clara Menna.

PARA ROTEIRO

Temporada: de 15 de fevereiro a 14 de março. Duração: 55 minutos. Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00. Classificação: A partir de 16 anos. Temporada: De terça a sábado, às 21h e domingos às 19h.

Teatro Ivo 60 - Rua Doutor Teodoro Baima, 78 - República - São Paulo – SP – Telefone: (11) 9642 8350.– Bilheteria aberta com uma hora de antecedência. Não aceita cartões. Ar condicionado. Capacidade – 40 lugares.

ARTEPLURAL – Assessoria de imprensa Fernanda Teixeira - 11. 3885-3671/ 9948-5355
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