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quinta-feira, 1 de março de 2012

Estreia - 'Quarto 77' - direção Roberto Lage, texto Leonardo Alkmim


Realismo fantástico de Leonardo Alkmim,
Quarto 77, estreia com direção de Roberto Lage

Paulo Goulart Filho e Maria Laura Nogueira vivem história surpreendente que beira o surreal.

foto de Demian Golovat
O instigante texto Quarto 77, de Leonardo Alkmim, entra em cartaz em São Paulo com direção de Roberto Lage. A peça, que tem no elencoPaulo Goulart FilhoMaria Laura Nogueira e Gisa Guttervilestreia dia 9 de março, sexta-feira, no Teatro Augusta, às 21h30. Esta é mais uma produção do FAZ Centro de Criação, produtora atuante, há 17 anos no eixo Rio-São Paulo, dirigida por Erika Barbosa e Beto Bellini.

Quarto 77 conta a história de um Homem que se isola em um quarto, sendo surpreendido por uma Mulher que aparece para dividir com ele o aposento. Flertando com o surreal, esta situação se desenrola de maneira surpreendente e tem um desfecho totalmente inesperado.

Para explicar o gênero deste texto o termo mais correto é realismo fantástico. Nesta história tudo pode ou não ser real. As personagens podem ou não existir. E será que elas realmente estão ali, naquele Quarto 77? O diretor Roberto Lage optou por montar o texto exatamente como ele é, sem dar explicações, sem se colocar de nenhum lado, nem mesmo defender alguma possibilidade.

A relação desse casal traz surpresas durante toda a peça. A precariedade do quarto e a mente atormentada do Homem se complementam, dando ainda mais ar de mistério à sua história ou à sua culpa - não revelada. Amor, tormento e violência pontuam as cenas e podem assustar os mais desavisados.

“O sono da razão gera monstros.”

foto de Demian Golovat
Quarto 77 seria o refúgio? Ou o refúgio, a própria mente do Homem? Entregar-se plenamente a uma situação leva à perda da identidade? Leonardo Alkmim tem nas alucinações o instrumento para navegar pelo obscuro da mente humana, recheada de medos, desejos e incertezas. Ele constrói o texto de forma a aguçar mais e mais a curiosidade de quem observa a intimidade das personagens, como se ouvíssemos atrás da porta ou observássemos pela fresta da janela, sons e movimentos instigantes.

Realidade ou alucinação? A plateia fica diante de um tentador labirinto e testemunha coisas que podem ocorrer dentro de nossas próprias mentes, coisas que estão ali, materializadas por corpos e palavras, como se o etéreo de toda uma vida pudesse ser exposto em alguns minutos.

“Da cidade eu queria os passos para ir adiante.
Só ganhei passos no meu calcanhar e um labirinto à minha frente.”

O cenário (de Heron Medeiros) tem um viés realista com contornos “teatralistas”, acolhendo muito bem a complexidade da peça, onde o casal se digladia. O espaço cênico é o Quarto 77, mas o mundo lá fora cabe inteiro dentro “dele”.

“O lugar onde eu morava era só o paradeiro pra uma estadia mais prolongada... Claro, minha casa não era só minha casa. Pensar nisso me fez levantar do chão. Minha casa é o mundo! (...) O que é o mundo senão o paradeiro pra uma estadia ainda mais prolongada? Um endereço para 30, 40, 80 anos?”

Ficha técnica
Espetáculo: Quarto 77
Texto: Leonardo Alkmim
Direção: Roberto Lage
Coordenação de produção: Erika Barbosa
Elenco: Paulo Goulart FilhoMaria Laura Nogueira e Gisa Guttervil
Cenografia: Heron Medeiros
Figurino: Milton Fucci
Assistência de direção: Aline Meyer
Trilha sonora: Henrique Mello
Iluminação: Wagner Freire
Assistência de produção: Milton Fucci
Designer gráfico: Leo Marino
Direção de produção: Gisa Guttervil
Fotos: Demian Golovaty
Realização: FAZ Centro de Criação
Serviço
Estreia9 de março - sexta-feira - às 21h30
Local: Teatro Augusta – www.teatroaugusta.com.br
Rua Augusta, 943 – Cerqueira César/SP – Tel: (11) 3151-4141
Ingressos: R$ 50,00 (meia: R$ 25,00) - Capacidade: 302 lugares
Temporada: sexta (21h30), sábado (21 horas) e domingo (19 horas) – Até: 08/04
Duração: 70 min – Gênero: Drama - Classificação etária: 14 anos
Bilheteria: 4ª a 5ª (14h às 21h), 6ª (14h às 21h30), sáb. (15h às 21h) e dom. (15h às 19h).
Reservas por telefone: 4ª a sab. (15h às 19h) e dom. (15h às 17h) – Aceita dinheiro e cartões (MC, D, V, RS e VE). Antecipados: www.ingressorapido.com.br (tel: 4003-1212). Acesso universal. Ar condicionado. Estacionamento conveniado no local

Leonardo Alkmim – autor

Leonardo Alkmim formou-se, em 1992, em artes cênicas pela EAD/ECA/USP. Sua primeira peça, Cárcere Privado, recebeu o Prêmio SESI de Dramaturgia e o Prêmio Jornada SESC de Teatro. Durante muitos anos ele escreveu para televisão, cinema e rádio, além de teatro. Em 2004 houve a primeira montagem de seu texto Quarto77, mesmo ano em que foi indicado ao Prêmio Shell de Melhor Autor. Em março, a Editora Giostri publica dois de seus textos: o próprio Quarto 77, e Tia Margarete/Noite das Ilusões. Atualmente, Leonardo Alkmim trabalha também como diretor de criação na TV1 Comunicação e Marketing.

Roberto Lage - diretor

Roberto Lage começou a carreira de diretor em 1969 no teatro amador. Em 1974 dirigiu seu primeiro sucesso, Mrozek, reunião dos textos Strip Tease e Em Alto Mar, de SlawomirMrozek. Com o espetáculo A Flor da Pele, de Consuelo de Castro, recebeu o Prêmio Moliére de melhor direção. Em 1993 dirigiu, em Portugal, Para Tão Longo Amor de Maria Adelaide Amaral. A montagem de Clips e Clops, uma colagem de quadros clássicos de clowns, rendeu-lhe o prêmio APCA de melhor diretor, em 1998, ano em que ao lado do ator Celso Frateschi funda o Ágora – Centro para Desenvolvimento Teatral.

Em 2002 dirigiu A Mandrágora, de Maquiavel, para o projeto de formação de público da Secretaria Municipal de Cultura, com curadoria de Gianni Ratto. No ano seguinte levou à cenaOrgia, de Pier Paolo Pasolini, uma produção do CCBBl, além de Distante, de Caryl Churchill, e Quase Nada, de Marcos Barbosa, textos desenvolvidos no Royal Court Theatre, centro britânico que promove intercâmbio entre a dramaturgia inglesa e autores de outros países (produção do Teatro Popular do SESI). No mesmo ano estreou no Ágora a montagem inédita Os Justos, de Albert Camus, e a seguir dirigiu Celso Frateschi em Sonho de Um Homem Ridículo, de Dostoievski, Ricardo III, de W. Shakespeare, espetáculos produzidos pelo Ágora.

A Flauta Mágica, adaptação de Vladimir Capela, foi a sua primeira direção em 2007, numa produção do Teatro Imprensa e Centro Cultural Grupo Silvio Santos. Em 2008, voltou a Portugal para dirigir Um Merlin, de Luis Alberto de Abreu, uma produção da Seiva Trupe de Portugal. De volta ao Brasil o desafio foi a adaptação da obra de Milton HatoumDois Irmãos (produção do CCBB) e, em 2010, dirigiu a comédia Escola de Mulheres, de Moliére, e o monólogo Dos Escombros de Pagu, de Tereza Freire, uma homenagem ao centenário de Pagu. Em 2011 dirigiu a ópera Carmen, de G. Bizet, no Theatro São Pedro/SP.


Assessoria de imprensa: VERBENA COMUNICAÇÃO
Tel: (11) 3079-4915 / 9373-0181 – verbena@verbena.com.br

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