Fotos: João Caldas |
Com texto de Christine Röhrig, direção de Alvise Camozzi, figurino de Gabriel Villela, luz de Marisa Bentivegna e cenário de Marcio Vinicius, o espetáculo Mozart Apaga a Luz tem como protagonista o ator e músico Daniel Maia, que divide o palco com Nábia Villela e Fábio Caniatto. Com dados biográficos e outros frutos da imaginação da autora, a peça reúne 20 composições de Mozart. Em cena, commedia dell´arte, manipulação de bonecos, linguagem de desenho animado e projeções de vídeo
Contar uma história colorida, leve, entremeada por músicas, detalhes inventados e informações reais, de forma extremamente divertida como uma envolvente brincadeira. O desejo dos criativos do espetáculo Mozart Apaga a Luz poderá ser conferido a partir de 18 de junho, aos sábados, às 16h e domingos, às 15h, no Teatro Vivo. A obra e a vida do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart são retratadas na peça escrita pela dramaturga Christine Röhrig (autora e tradutora de publicações infanto-juvenis) e encenada pelo diretor Alvise Camozzi.
A produção tem o respaldo de competente equipe. No palco estão Daniel Maia no papel de Mozart e também na criação da trilha sonora, Nábia Villela e Fábio Caniatto (da Cia. Pia Fraus) – os três, além de cantar, interpretam as 20 músicas da trilha. Nos bastidores, a assinatura de Gabriel Villela nos figurinos, de Marisa Bentivegna (prêmio Shell 2010) no desenho de luz e de Marcio Vinicius no cenário.
O espetáculo conta, de forma simples e original, a intensa e fabulosa história do grande musicista austríaco, cuja fama atravessou séculos, abordando sua precoce genialidade, suas viagens rocambolescas pela Europa, seus amores e rivalidades e sua envolvente relação com a música. No centro da trama, o atrapalhado e genial Mozart (Daniel Maia) precisa decifrar um enigma. Ele se apaixona por Musa (Nábia Villela), uma bela cantora de ópera que o leva para uma viagem por sua própria historia. O amigo Papageno (Fábio Caniatto), do clássico A Flauta Mágica, ajuda Mozart a decifrar o enigma.
A ideia de contar a história de Mozart para crianças surgiu em um bate papo entre a autora e o diretor. “Nos 250 anos do nascimento do músico, em 2006, traduzi o libreto da Flauta Mágica, do alemão Emanuel Schikaneder. O projeto da peça não vingou, mas passei a estudar a biografia de Mozart. A música e o espírito dele remetem muito ao universo infantil. Pensei, as crianças vão se encantar com a história e se identificar com o seu jeito”, conta Christine Röhrig.
Na sua pesquisa, Chris constatou que Mozart foi muito imagético, criativo e inconseqüente. “Tive a certeza de que sua história daria um caldo bom”, conta a dramaturga, que escreveu as letras, criadas e habilmente inseridas nas músicas compostas por Mozart pelo ator e músico Daniel Maia. Para isso, depois de intenso estudo sobre sua obra, ele selecionou 20 composições do músico.
“Pesquisei 170 álbuns de Mozart. Se fosse ouvir tudo, levaria 16 dias inteiros. Estudei e escolhi os temas que estão no nosso imaginário coletivo e também outras, menos populares, mas que cabem perfeitamente na trama”, diz o artista. Daniel Maia regravou todas as músicas, adaptando-as para a peça. “A genialidade do Daniel transformou nosso delírio em realidade”, comemora a autora Christine.
A encenação de Mozart Apaga a Luz tem características de diversas linguagens teatrais, sem se prender a um estilo. “Tem traços da commedia dell´arte, manipulação de bonecos, linguagem de desenho animado e projeções de vídeo”, detalha o diretor Alvise Camozzi, que empresta a voz ao pai de Mozart. A filha de Alvise, a pequena Nina Brumana Camozzi, de 6 anos, estará em cena em algumas sessões, interpretando a irmã de Mozart. Quando ela não estiver no palco, será exibida uma projeção de sua personagem.
Aventuras e trejeitos do artista
Para tornar o tema envolvente para o público infantil, Christine buscou detalhes na própria biografia e na música de Mozart. “Ele passou por várias aventuras que fui pinçando, com um olhar voltado para o que poderia ser interessante, engraçado e curioso para crianças. Também abordei com leveza temas e questões, com que as crianças acabam tendo de lidar, como a morte, a confusão entre passado, futuro e presente e as diferenças entre as pessoas. Inseri as brincadeiras com palavras que as crianças costumam fazer”, afirma a autora, completando que a proposta principal dos criativos é fazer um espetáculo divertido.
“Pretendemos que o grande público conheça melhor a figura de Mozart e se aproxime, de maneira lúdica, de suas músicas”, fala o diretor Alvise Camozzi. “Oferecemos um contato com a obra e a história dessa figura tão brilhante. A música de Mozart ainda pode ser ouvida e apreciada, passados 250 anos. Queremos que as crianças sintam vontade de mergulhar neste enorme universo musical”, diz a autora Christine.
A peça ressalta características e trejeitos do artista. “Usei referências da vida dele como ponto de partida, também inventei situações, criei possibilidades e brinquei. Quando criança, Mozart tinha medo do som de trombones, recebia relógios em pagamento, era muito sensível. Ele inventou um mundo imaginário, gostava de inventar palavras e criou a oragnia figatafa, música que cantava para seu pai. Também é verdade que Mozart foi pedido em casamento de brincadeira pela Maria Antonieta”, conta a autora Christine, que tirou a letra da música final textualmente de uma de suas cartas.
“Foi uma delícia escrever pensando em Mozart, refazendo situações ou, às vezes, colocando-o em outro contexto e imaginando como ele reagiria. Diretor, elenco e todos os envolvidos se divertiram bastante e trabalharam com a inspiração e a energia próprias das crianças”, completa a autora. “Vamos mostrar para as crianças que a música de Mozart é alegre. Queremos reaproximar os adultos deste universo. Conhecemos as músicas do compositor, elas estão no inconsciente coletivo, mas não associamos ao artista. A música dele está presente no nosso dia-a-dia e pode ser muito divertida e fascinante”, conta o diretor Alvise Camozzi.
Sobre Wolfgang Amadeus Mozart
Mozart nasceu em 27 de janeiro de 1756 e, passados mais de 250 anos, o interesse que ele provoca nas pessoas não para de crescer. As referências e homenagens ao compositor estão por toda parte. Viveu apenas 35 anos, mas tempo suficiente para compor 41 sinfonias, 21 óperas, 19 missas, dezenas de concertos, sonatas, quartetos, trios, duos, minuetos, cantatas, canções. A música e as artes nunca mais seriam as mesmas, depois desse período. Muitos se põem a imaginar o quanto ele não teria criado se tivesse vivido mais tempo. Ainda assim, Mozart nos deixou mais de 700 composições e um legado que é muito maior que isso – uma música tão sublime que não envelhece jamais.
Para roteiro:
MOZART APAGA A LUZ de Christine Rohrig, estreia dia 18 de junho no Teatro Vivo. Direção: Alvise Camozzi. Elenco: Daniel Maia, Nábia Vilela e Fábio Caniatto. Figurino: Gabriel Villela. Cenário: Marcio Vinícius. Desenho de luz: Marisa Bentivegna. Temporada: sábados, às 16h e domingos, às 15h. Ingressos: R$ 20. Até 31 de julho.
Daniel,
ResponderExcluirIsso aí, vai em frente. Talento pra música e teatro, igual você tem, é coisa rara...
Aparecendo com esta peça aqui por BH dá um toque. Abs
Vermelho
É Fábio CaniAtto, please!
ResponderExcluirTks.