A Casa Amarela
Teatro Eva Herz da Livraria Cultura
"Em dezembro de 2010 viajei para Amsterdam com o propósito de mergulhar nessa história:
O sonho de Vincent van Gogh em construir uma comunidade de artistas em 1888.
O texto ficou pronto exatamente neste período.
A última frase foi escrita com o táxi na porta para me conduzir ao aeroporto, de volta ao Brasil."
Gero Camilo.
Com direção de Marcia Abujamra, o texto aborda o desejo de van Gogh em reunir vários e diferentes artistas, onde todos pudessem pintar, trocar ideias e informações, compartilhar técnicas e inspirações e também dividir as despesas.
Um lugar onde esses artistas vivessem, para muitos pincéis trabalharem incessantemente como armas claras de traços originais e testemunho vivo da necessária mudança dos tempos. Criadores que, juntos, seriam capazes de inaugurar um momento de inovação do olhar do homem. Um sonho revolucionário.
Em Arles, no sul da França, a casa foi inaugurada por Vincent van Gogh e recebeu apenas um parceiro: Paul Gauguin. Naquela época (1888) dois artistas ainda desconhecidos, dois criadores de temperamento igualmente fortes, viveram uma das mais polêmicas e tumultuadas relações da história da pintura moderna.
Emile Bernard também participou desse projeto, mesmo à distancia, e outros ainda fizeram parte deste pensamento colaborativo, embora nem soubessem (dos mais jovens: Seurat, Signac, Henri de Toulouse-Lautrec, Charles Laval, aos mais velhos: Monet, Renoir, Pissarro) pois discutiam constantemente, trocavam olhares como fortes "pedreiros" da arte e punham tijolos amarelos na construção de um castelo ou de uma fortaleza. Exatamente como foram aquelas paredes d’ A Casa Amarela nos meses de setembro a dezembro de 1888.
Útero, casa de tijolos e janelas abertas para o mundo.
"A Casa Amarela de Vincent van Gogh por Marcia Abujamra"
"Tudo começa com um sonho. O sonho de criar uma comunidade de artistas numa pequena cidade ensolarada no Sul da França, Arles, em 1888. A cidade era um lugar que impressionava Vincent van Gogh pelas paisagens e cores e a sua casa, A Casa Amarela, era o lugar onde esperava que outros artistas fossem se juntar a ele. Um lugar para pintarem juntos – diferentes no estilo individual mas com um objetivo comum, trocando idéias e comentando o trabalho uns dos outros, como tantas vezes fizeram por carta van Gogh, Emile Bernard e Paul Gauguin.
Dos artistas que deixara em Paris, Gauguin respondeu ao convite feito para lá se instalar.
Na Provença, Vincent estava embrenhado em uma das mais espantosas maratonas criativas da arte ocidental. Durante o ano e pouco que passou em Arles, pintou perto de 200 quadros. Embora alguns deles tivessem sido despachados para seu irmão Theo que vivia em Paris, a grande maioria continuava ali, na Casa Amarela. Havia quadros por todos os lados – pregados diretamente na parede, emoldurados e pendurados, arrumados em pilhas. Havia muita matéria para conversa quando nasceu o sol no dia 23 de Outubro de 1888 na chegada de Gauguin.
Foram nove semanas de convivência entre dois pintores que se admiravam profundamente. Nove semanas de uma relação que estava longe de ser pacífica, muito pelo contrário, suas discussões eram freqüentes, os argumentos, intermináveis. E no fundo pouco sabemos da revolução íntima e emocional pela qual passaram os dois durante esse período. Vincent na noite de 23 de dezembro de 1888, cortou um pedaço de sua orelha esquerda, e mandou a uma prostituta, Rachel. Mistério ainda hoje não revelado. Quando isso acontece, Gauguin avisa Theo por telegrama e volta imediatamente a Paris, sem ao menos visitar o amigo no hospital.
Foi o fim do sonho de Vincent van Gogh de criar uma comunidade de artistas, de receber seus companheiros, pintores, na casa que ficava na Place Lamartine nº 2, alugada a 15 francos por mês, pintada de amarelo que para ele era a mais importante e simbólica das cores, mobiliada modestamente e para onde se mudara apenas um mês antes da chegada de Gauguin. A Casa Amarela."
Ficha Técnica:
"A Casa Amarela"
Solo de Gero Camilo
Texto: Gero Camilo
Direção: Marcia Abujamra
Cenário: Karina Ades
Figurinos: Paula Cohen
Iluminação: Karine Spuri
Preparação Corporal: Cristiano Karnas
Trilha Sonora: Eugenio La Salvia e Rubi
Fotos: Cisco Vasques
Arte Gráfica: Sato
Produção Executiva: Diego Chilio
Realização: Macaúba Produções Artísticas
Assessoria de Imprensa (Gero Camilo): Tuca Notarnicola - tuca.n@globo.com /(11) 9985-1110
Serviço:
Estreiou em 15 de abril de 2011.
Temporada: De 18/05 até 23/06
Quartas e Quintas - 21h00.
* No dia 23/06 - 19h00.
Local: Teatro Eva Herz - Livraria Cultura Conjunto Nacional.
Av. Paulista, 2073 - Bela Vista
Tel.: (11) 3170-4079
Lotação: 166 lugares
Duração: 70 min.
Censura: 12 anos
Ingressos: R$ 50,00 (quartas e quintas), meia-entrada para estudantes, idosos, professores da rede pública de ensino e portadores de necessidades especiais.
Ingressos on line: www.teatroevaherz.com.br e www.ingresso.comAcesso para deficientes/Banheiro para deficientes/Ar condicionado/Aceita todos os cartões/Não aceita pagamento em cheque.
eu adoro o gero camilo e essas fotos estão lindas. beijos, pedrita
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