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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Área Reescrita, novo trabalho do Grupo J.Gar.Cia Dança

Coreógrafo e bailarino Jorge Garcia estreia ÁREA REESCRITA, sua nova criação dia 12 de novembro no Teatro Oficina

O espetáculo - que traz 10 bailarinos em cena - é o resultado de 7 meses de trabalho em 5 ações de experimentação pela cidade de São Paulo.


A partir de uma experiência do grupo nas ruas, nasceu o espetáculo de dança Área Reescrita estreia dia 12 de novembro, sexta, às 21 horas, no Teatro Oficina. Contemplado pelo Programa de Fomento à Dança da Cidade de São Paulo, a companhia J. Gar.Cia Dança Contemporânea está usando o espaço físico do teatro de forma diferente, como se ele fosse rua, como se fosse um lugar de trânsito constante.


Para coreografar o espetáculo, Jorge continuou sua investigação na dança contemporânea, no contato improvisação, e sua maior preocupação foi a espacialização, a ocupação do espaço como linguagem. Foi por isso que o coreógrafo optou por também estar em cena, “sentia falta de mais um bailarino ocupando o espetáculo”, comenta Jorge. O resultado é um trabalho com bastante movimento e muito diálogo com o Teatro Oficina. Os bailarinos sobem nas armações, pulam as escadas utilizando técnicas Le Parkour (atividade cujo princípio é mover-se de um ponto a outro o mais rápida e eficientemente possível, usando as habilidades do corpo humano. Criado para ajudar a superar obstáculos de qualquer natureza desde galhos e pedras até grades e paredes de concreto).

Antes de entrar no Oficina, o espetáculo foi criado nas ruas, dialogando com a cidade de São Paulo. Usando o conceito de Site Specific (que consiste em decodificar ou recodificar as convenções de um espaço, como transformar espaços físicos em espaços cênicos), o grupo J. Gar.Cia Dança Contemporânea dividiu-se em equipes para a produção de vídeos (gravados em espaços públicos), dirigidos e editados pelo elenco. Ao todo são 5 vídeos. Em cada um deles os bailarinos se revezaram na direção, roteiro, fotografia, trilha, e produção, além da dança propriamente dita.

Os espaços escolhidos foram: ladeiras (a rua 25 de março e a rua Paris, por exemplo), o encontro de paredes com o chão (na Rua Hawaí, no túnel da avenida Paulista, nas escadarias das av. 13 de maio e na rua Piauí, em Higienópolis). As ações aconteceram com diferentes propostas, como instalações, performances e intervenções.

Direção de arte
O cenário é produzido pelo Ateliê La Tintota, grupo de artistas que trabalha com projetos de arte interdisciplinares que surgiu na Venezuela e hoje tem sede em São Paulo e representantes espalhados pela Europa. Eles criaram uma cenografia de papelão, com alguns objetos pendurados, dialogando com o movimento dos bailarinos que podem durante a coreografia transformar o papelão, cortá-lo, fazer desenhos, moldá-lo, sugerindo uma transformação do espaço pela dança, como foi feito no processo dos 5 vídeos feitos nas ruas. Os figurinos são assinados pelo elenco e seguem uma linha urbana, com traços e cores inspirados nos personagens encontrados nas ruas.

A direção musical é de Jorge Peña. O músico que acompanhou os ensaios compôs pequenas células musicais a partir dos sons que o elenco produzia para agregar à trilha. A iluminação de Ari Buccioni, parceiro de Jorge Garcia em muitos trabalhos, foi criada a partir das referências externas, da rua, dos postes, da cidade à noite, ao amanhecer e à tarde. A luz urbana é só referência, Ari não busca um realismo e sim uma inspiração. Além disso, o espetáculo recebe projeções captadas e exibidas ao vivo.

Sobre o processo, Jorge Garcia analisa “com o intuito de criar e registrar ações em diferentes lugares, buscamos um diálogo com a cidade de São Paulo, transformando diferentes espaços físicos em espaços cênicos. Habitá-los e, conseqüentemente, transformá-los através de diversas ações.”

Depois da estreia do espetáculo, os vídeos serão exibidos em espaços públicos e de maneira diferenciada. Jorge Garça optou por usar um carro de grande porte, com porta traseira para transmitir as imagens. A idéia é sair pelas ruas onde foram feitos os vídeos, abrir a porta do carro e transmitir os curtas em uma TV de 40 polegadas para os transeuntes.

Sobre Jorge Garcia
Recifense de 38 anos mudou-se com a família para Portugal com 1 ano de idade, em 1972, acompanhando seu pai, que era jogador de futebol e foi convidado a jogar em um importante time português. O pai de Jorge sempre sonhava em vê-lo no futuro como jogador de futebol, não imaginava que o filho trocaria as chuteiras pelas sapatilhas.

Ao voltar para Recife, sua cidade, no início da adolescência, Jorge logo se especializou em forró, lambada e salsa. Quando conheceu o grupo Compassos Companhia de Dança, que propõe o diálogo de danças folclóricas e regionais com a dança contemporânea Jorge se identificou imediatamente e passou a fazer parte do grupo. Em seguida começou a aprender ballet clássico. Em 1995 mudou-se para São Paulo, e passou no teste para a Cia Cisne Negro, algum tempo depois foi convidado a ingressar no Balé da Cidade de São Paulo. Transformou-se, então, num de seus principais bailarinos e, aos poucos foi virando coreógrafo. Na companhia, assinou espetáculos importantes como Divinéia, inspirado no livro Estação Carandiru, de Drauzio Varella. Paralelamente ao trabalho no Balé da Cidade, Jorge fundou o grupo P.U.L.T.S. (Por Um Lugar Tão Sonhado), em parceria com Marcelo Bucoff.


Em 2005 tomou a decisão de se tornar um artista independente. Deixou o Ballet da Cidade e formou a J. Gar.Cia, com a qual já produziu diversos espetáculos. Como, Cabeça de Orfeu, Histórias da 1/2 Noite, baseado em contos de Machado de Assis, e Um Conto Idiota, sobre o universo dos palhaços.

Sobre a Cia

Criada em 2005 a Cia J. Gar.Cia aposta no ecletismo e na diversidade da cultura brasileira associada às técnicas de dança contemporânea. As coreografias são marcadas por seqüências de intenso vigor físico, delicadeza de poesia coreográfica e riqueza plástica que se contrapõem com a constante inquietação e busca de caminhos para expressar o pensamento artístico por meio do movimento. Com esta proposta a Companhia já ganhou respeito de público e crítica, sempre trazendo novidades e conquistando incentivos públicos para novos trabalhos. Mais informações -www.ciajgarcia.com.br


Serviço:
Área Reescrita – estreia dia 12 de novembro, sexta, às 21 horas, no Teatro Oficina. Diretor e Coreógrafo – Jorge Garcia, criadores Intérpretes – Alexandre Magno, Amanda Raimundo, Cristiano Bacelar, Henrique Lima, Marina Massoli, Martina Sarantopoulos, Natália Mendonça, Natasha Vergílio, Paty Bergantin. Cenário e assessoria geral – Ateliê La Tintota, Direção Musical – Jorge Peña. Design de Luz – Ari Buccioni. Design Gráfico - Sonaly Macedo. Figurino – elenco. Produção Executiva - Cria da Casa Gestão Cultural, Cybelle Young e Priscila Wille. Assistência e produção de campo – Rodrigo Andreoli. Assessoria de Imprensa – Arte Plural. Aulas de Filosofia – Luis Fuganti.

Teatro Oficina – Rua Jaceguai, 520 – Bexiga. Temporada - de 12 a 28 de novembro, de quinta a sábado às 21horas e domingo às 20 horas. Duração – 70 minutos. Ingressos - R$10,00 (inteira) e 5,00 (meia). Censura - 18 anos. Lotação – 350 lugares. Telefone - 3104.0678, Bilheteria - só cheque e dinheiro.

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