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terça-feira, 27 de julho de 2010

Sinalizar esta mensagemA Brava Companhia estreia novo espetáculo de rua, Este Lado Para Cima - Isso Não é um Espetáculo, dia 6 de agosto no Lgo São Bento

Crédito de Imagem: Fabio Hirata
A Brava COMPANHIA estreia ESPETÁCULO DE RUA, ESTE LADO PARA CIMA,
no largo são bento

Espetáculo de rua da Brava Companhia discute as relações de trabalho e o controle da vida pela mercadoria. Utilizando humor e elementos do teatro épico como ferramenta de critica e diversão, a peça propõe uma metáfora da vida contemporânea. O grupo também reestreia outra peça, O Errante, no Sacolão das Artes. Apresentações gratuitas.

O poder do mercado de consumo, o controle da vida pela mercadoria, as contradições nas relações de trabalho e o uso das estruturas autoritárias como ferramentas de alienação são trazidos à tona na peça Este Lado Para Cima – Isso Não é um Espetáculo. A nova montagem da Brava Companhia estreia com duas apresentações no Largo São Bento - dias 6 e 13 de agosto, sextas, às 17h30, com direção de Fábio Resende e Ademir de Almeida. Depois circula até o final de novembro por bairros da zona Sul da cidade. O projeto foi contemplado pela Lei de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo.


Além das duas sessões no Largo de São Bento, mais 12 apresentações da peça Este Lado Para Cima acontecerão aos domingos em ruas e praças – como Grajaú, Parelheiros, M’boi Mirim, São Luis, Campo Limpo e Cidade Ademar (confira os locais e horários no blog da Brava: http://blogdabrava.blogspot.com). “Durante toda nossa trajetória percorremos mais de trezentos bairros da cidade, principalmente os da zona Sul. O Sacolão das Artes, Espaço Brava Companhia, é nossa sede, porém é de extrema importância que nosso teatro não se resuma apenas ao espaço. Queremos percorrer outros lugares, outras trincheiras poéticas, com nossos espetáculos”, explicam os diretores.

Oito atores se revezam em dezenas de personagens. A narrativa é conduzida em coros, por todos os atores, que representam os poderes do Estado, a religião e a política, além das classes de trabalhadores. Existem também outros personagens: pastores de rua, apresentador de programa de TV, economista, O Progresso e A Ordem.

Circulação e reapresentação do espetáculo O Errante
O espetáculo Este Lado Para Cima foi construído para apresentação em rua ou espaços alternativos. As ações propostas pelo grupo visam à continuidade de um trabalho realizado na periferia sul da cidade e que tem como parâmetros a relação com a sociedade, a função social do teatro e a construção de conhecimento crítico.

Cada bairro percorrido com o novo espetáculo será convidado para assistir na semana seguinte O Errante, espetáculo anterior do grupo que reestreia dia 3 de agosto, sábado, às 20h, no Sacolão das Artes. A ação inclui dois ônibus que levarão as pessoas do bairro até o Sacolão. “Isso permitirá o debate entre A Brava e o público sobre as peças apresentadas, além de proporcionar a continuidade de nossa circulação pelos bairros da zona sul, ação que fazemos desde 1998 e fortalecer o espaço do Sacolão das Artes”. Ao todo, serão disponibilizados 24 ônibus para 12 bairros, contemplando aproximadamente 1200 pessoas.


Sinopse de Este Lado Para Cima
A ordem e o progresso fundamentam o surgimento de mais uma cidade, e seus habitantes vivem em razão do trabalho, sonhando assim com um futuro de felicidade. Os representantes do poder criam uma situação de crise e, ao mesmo tempo, uma bolha onde ficarão confinados para resolver e vigiar os problemas da população. Esta bolha paira por cima das cabeças dos moradores, que a mantêm no alto por meio do trabalho realizado em estações de bombeamento, criadas para conduzir o combustível que alimenta a bolha.

“A bolha é a representação de uma superestrutura organizadora e mantenedora da ordem ou de qualquer outra forma de poder opressivo”, comentam os diretores. No desenrolar da trama, a situação contraditória entre a opressão pelo poder e a manutenção do mesmo poder pelos oprimidos é revelada e conduzida para uma tentativa de transformação da ordem vigente. O poder do Mercado e o controle das relações humanas são discutidos com humor anárquico, característico do trabalho da Brava Companhia.

O espetáculo tem direção assinada em dupla. “Durante o processo dividimos funções, criamos estratégias, juntos ou isolados, para a condução do trabalho, mas no final a decisão sobre a encenação é consensual”, explicam. O texto é coletivo, e coube aos diretores dar o tratamento final.

“Encaramos o texto como parte do todo, ou seja, as improvisações realizadas para a criação tinham como pressuposto a concepção da peça.” O grupo partiu da pesquisa do tema: Mundo das Imagens e suas aparências, estudado pela companhia desde 2008 (que resultou no espetáculo O Errante). A investigação seguiu em 2009 com o mote Mundo das Aparências e Suas Imagens. Um dos textos que serviram de base para a pesquisa foi Sociedade do Espetáculo, de Guy Debord.


Figurino, cenário e música
Tendo como principal influência o teatro épico e encenada com muita agilidade, a peça utiliza o humor para evidenciar um aspecto importante a ser discutido: a naturalização e consequentes incoerências existentes na vida em sociedade. “É uma metáfora da vida contemporânea, da ordem capitalista estabelecida e suas contradições e absurdos que foram naturalizados”, resumem os diretores.

Toda a trilha é executada ao vivo e a música funciona como narrativa que ora comenta, ora narra, ora ironiza e ora complementa uma cena. “Os instrumentos utilizados, alguns feitos e pensados para o espetáculo, o que chamamos de concepção sonora, agregam um aspecto urbano”, comentam.

Os figurinos foram inspirados em roupas de trabalhadores e manifestações black bloc - grupos mascarados e vestidos de negro, que se reúnem com objetivo de protestar em manifestações globais. O cenário tem poucos objetos, como ferramentas de trabalhos, instrumentos, estruturas e bastões de ferros, que são utilizados para formar as situações cênicas e compor o espaço da representação.


Sinopse O Errante
O Errante narra a história de um andarilho que erra, de cidade em cidade, em busca de seu grande amor: uma top model. Após perceber a ilusão de sua busca, se dá conta de toda a estrutura criada a sua volta e toma consciência de sua verdadeira história e condição social. A peça propõe um questionamento sobre estruturas de poder, como a mídia, o capital, a religião, a política e a arte, que criam e recriam imagens capazes de persuadir a sociedade, em nome de um ideal construído a partir da lógica do consumo, do lucro e da mercadoria. Músicas executadas ao vivo, a presença de um DJ e a captação e projeção de vídeos ajudam a compor a narrativa. Com figurinos inspirados no universo fashion, a peça propõe uma crítica ao mundo da mercadoria e da imagem.


Sobre a Brava Companhia
A Brava Companhia é um coletivo teatral formado por um corpo estável de trabalhadores de teatro que em 2010 comemora doze anos de trabalhos ininterruptos na cidade de São Paulo tendo como eixo fundamental de trabalho o estudo do corpo, do jogo e do improviso. Ao longo desta história montou dez espetáculos, sendo os dois últimos A Brava, (vencedor do Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro, categoria melhor espetáculo apresentado em rua e indicado a outras quatro categorias do mesmo prêmio, além da indicação ao premio Shell de 2008 de melhor direção) e O Errante – resultado da pesquisa realizada durante o projeto de fomento contemplado em 2008.

Os espetáculos da Brava Companhia circularam por mais de 300 bairros da zona sul da cidade de São Paulo, em festivais pelo país e fora dele. Desde 2007, o grupo mantém sua sede, Espaço Brava Companhia, no Sacolão das Artes, localizado no Pq. Santo Antônio, bairro da periferia sul da cidade, local onde, desde sua fundação, mantém suas ações de trabalho que, além das apresentações de espetáculos, incluem oficinas, debates, mostras e encontros com grupos. A Brava Companhia busca provocar no espectador uma reflexão crítica sobre a sociedade de hoje, ampliando questionamentos pessoais para uma esfera social.
(Adriana Balsanelli/julho 2010)

Para roteiro:
Este lado para cima – Dias 6 e 13 de agosto, sexta, às 17h30 no Largo São Bento. Direção - Fábio Resende e Ademir de Almeida. Texto - Brava Companhia. Elenco - Cris Lima, Débora Torres, Henrique Alonso, Joel Carozzi, Luciana Gabriel, Marcio Rodrigues, Rafaela Carneiro e Sérgio Carozzi. Stand in - Maxwell Raimundo. Cenários, adereços e figurinos - Cris Lima, Débora Torres, Joel Carozzi, Marcio Rodrigues, Rafaela Carneiro e Sérgio Carozzi. Concepção Sonora - Brava Companhia. Produção - Kátia Alves. Assistente de Produção - Luciana Gabriel. Duração - 80 minutos. Censura - livre Gênero – Comédia épica. Ingressos - grátis.


O Errante – reestreia dia 3 de agosto, sábado, às 20 horas, no Sacolão das Artes. Direção - Ademir de Almeida e Fábio Resende. Dramaturgia - Alexandre Krug. Elenco - Rafaela Carneiro, Max Raimundo, Marcio Rodrigues, Luciana Gabriel, Fábio Resende e Ademir de Almeida.Consultor Artístico - Reinaldo Maia. Produção - Kátia Alves. Cenário e Adereços - Mauro Martorelli, Marcio Rodrigues e Rafaela Carneiro. Figurinos - Rafaela Carneiro e Marcio Rodrigues. Costureira - Cleusa de Fátima. Treinamento de Palhaço - Ésio Magalhães. Treinamento Vocal - Carlos Simione. Direção Musical - Brava Companhia. Assessoria Musical - Dagoberto Feliz e Núcleo de Música da Cia Antropofágica. Bases Musicais Eletrônicas - Jonathan Mendonça de Almeida. Consultoria de Maquiagem - Greco Hairstylist. Vídeos - NCA - Núcleo de Comunicação Alternativa e Brava Companhia. Fotos - Fábio Hirata. Material Gráfico - Ademir de Almeida. Duração - 100 minutos. Censura - livre - Ingressos - grátis. Sacolão das Artes - Rua Cândido José Xavier n° 577, Parque Santo Antônio.

Assessoria de Imprensa
ARTEPLURAL Comunicação
Jornalista responsável - Fernanda Teixeira
MTb-SP: 21.718 - tel. (11) 3885-3671 / 9948-5355
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