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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Crônica da Casa Assassinada - ultimos dias

Com quatro indicações ao prêmio Shell no Rio, Crônica da Casa Assassinada em curta temporada no Sesc Vila Mariana

Romance do mineiro Lúcio Cardoso, adaptado para o teatro por Dib Carneiro Neto, com direção de Gabriel Villela, a peça conta a saga de uma aristocrata família mineira. Xuxa Lopes encabeça elenco de 10 atores. Produção tem cenário de Marcio Vinicius, figurinos e sonoplastia a cargo do diretor, iluminação de
Domingos Quintiliano e preparação vocal de Babaya

Com o apoio do SESC-SP, o espetáculo Crônica da Casa Assassinada - recordista em número de indicações na primeira lista da 24ª. Edição do prêmio Shell deste ano no Rio – estreia curta temporada no SESC Vila Mariana, em São Paulo dia 16 de setembro, sexta-feira, às 21 horas.

Baseado no romance do escritor mineiro Lúcio Cardoso, adaptado para o teatro por Dib Carneiro Neto, com direção de Gabriel Villela, traz os atores Xuxa Lopes, Sergio Rufino, Flavio Tolezani, Pedro Henrique Moutinho, Rogério Romera, Maria do Carmo Soares, Letícia Teixeira, Cacá Toledo, Helio Souto Jr. e Marco Furlan. A peça faz curta temporada até 16 de outubro, com sessões às sextas, sábados e domingos, a preços populares.

O espetáculo recebeu quatro indicações ao Prêmio SHELL de Teatro: Gabriel Villela (melhor direção e figurino), Marcio Vinicius (melhor cenografia), Domingos Quintiliano (melhor iluminação). A obra, publicada em 1973, acompanha a trajetória de uma aristocrata família mineira. Uma saga que se desenrola nos limites de uma casa de fazenda. A casa desempenha o papel principal e os personagens vivem em função dela.

Esta é a terceira vez que Xuxa Lopes trabalha em um espetáculo de Gabriel Villela. A primeira foi Vem Buscar-me que ainda sou teu, de Carlos Alberto Sofredini, em 1990. Em 1995, fizeram Mary Stuart, junto com Renata Sorrah. Sobre este novo trabalho com o diretor, Xuxa comenta: “o Gabriel agregou imagens fortes ao texto, com suas marcas, ele grifou o que há de mais profundo no livro de Lúcio”.

A montagem reconstrói o clima que envolve os ambientes e os seres. Fixa a angústia de um amor que se crê incestuoso. Em vez de referências diretas, são as cartas, os diários e as confissões das pessoas que conheceram Nina (a protagonista, carioca) que entram como partes estruturais da peça. Esse aspecto torna a narrativa incomum e costura a história dos Meneses, centrada na presença de uma mulher desconhecida.


Sobre a adaptação
No romance, cada capítulo é uma carta de um personagem para outro, ou um trecho de diário. Dib Carneiro teve que transformar isso tudo em ação, em dramaturgia. Optou por deixar para os personagens que moram dentro da casa (a família Menezes: três irmãos, duas cunhadas, uma empregada) as cenas com diálogos duros e certeiros (como o livro sugere: verdadeiros embates psicológicos). E para os personagens de fora da casa (um padre, um farmacêutico e um médico) os relatos para a plateia.

“Esta é a base da adaptação, mas também brinquei com a ousadia de linguagem do romance, propondo cenas que misturam tempos diferentes da história da família, como, por exemplo, fazendo um só personagem contracenar com outros em diferentes etapas de sua vida, e assim por diante. Ou seja, é como se um monte de cartas caísse no chão e a gente começasse a lê-las sem ordem de chegada, embaralhando o tempo. Isso instiga o público a ficar atento ao quebra-cabeças da dramaturgia. A história linear tem de ser montada na cabeça do público, muito provavelmente quando já estiver em casa, pensando na peça.”

“Foi um desafio empolgante para minha carreira de dramaturgo. Para completar o exercício de síntese da adaptação de um livro com mais de 500 páginas, o diretor Gabriel Villela deixou tudo com apenas uma hora e quinze minutos de duração, sintetizando ainda mais minha proposta de síntese. Esse mérito é todo da direção. É tudo muito denso, muito intenso, mas muito rápido. De perder o fôlego.”

A obra, que acompanha a trajetória de uma aristocrata família mineira, na peça oferece ao espectador uma visão de recortes da história do Brasil. “O livro do Lúcio Cardoso é um tratado psicológico, bem mais do que histórico”, afirma Dib. “Claro, tem como pano de fundo um pouco da chamada história da vida privada brasileira, ao mostrar a crise financeira e moral de uma ex família abastada, agora em ruínas, em total decadência, no fim dos anos 50, no interiorzão de Minas Gerais.”

“Isso retrata um pouco das histórias de muitas famílias brasileiras, que viveram um apogeu agropecuário e foram perdendo tudo, muito por conta da fraqueza da segunda geração, ou seja, os filhos já não se interessavam em prosseguir com o império dos pais, com o trabalho dos pais, e saíam gastando tudo, perdulários e incompetentes, sem produzir mais nada. Os Menezes, família do livro e da peça, vivem apenas de arrendar o pasto, mas não conseguem produzir mais nada. E o casarão em que vivem rui, desmorona, a cada dia, a olhos vistos.”

O texto, por Gabriel Villela, César Augusto e Ivan Andrade
Crônica da Casa Assassinada é um romance que se utiliza de cartas, diários e confissões das personagens para estruturar a narrativa. Isso reitera a sondagem do movimento psíquico de cada personagem, mostrando que cada um deles tem motivações que nem sempre são reconhecidas. Lúcio expressa também certo desapego à cronologia, liberando assim, mas não totalmente, as amarras de causa e efeito. O casarão traz os aspectos da imobilidade (moral?) e do movimento das coisas, porque finitas: o tempo consome a todos, apodrece as pessoas, apodrece o casarão.

A adaptação de Dib Carneiro Neto segue esses pressupostos e coloca uma lente de aumento na perspectiva confessional e psíquica das personagens e na decadência dessa Casa Assassinada.

Como dar conta das indagações de um universo tão “introspectivo, tão atmosférico e tão sensorial”? Podemos falar no surrealismo - nessa descoberta de uma segunda realidade em que o sonho, nas palavras de Arnold Hauser, passa a ser o paradigma da representação total do mundo - que perpassa o romance, como bem diz Alfredo Bosi; podemos falar nas epístolas e nos diários que traçam certo parentesco com a forma brechtiana; podemos citar o próprio autor que diz que “quase todo mundo vaga numa atmosfera morna de fantasia”; de certo que cada uma dessas alternativas poderia ser uma resposta. O processo não nos conduziu a uma resposta, e sim a uma encenação cujos caminhos desconhecíamos, entrecruzando realidade e sonho, desejo e impedimento, denotação e conotação, Eros e Tânatos, catedral e muteto, sagrado e profano, acabamos por desenhar uma espécie de equilíbrio instável, procurando não o acabado, e sim o inconcluso que Da Vinci nos ensinou.

Por um breve momento - o do acontecimento teatral mesmo - admitimos que os personagens dessa história que ajudamos a reescrever não dão vazão às pulsões, fazendo-as morrer em seu nascedouro, apodrecendo-os por dentro, transformando-os em homens doentes. Assim, resolvemos colocá-los para celebrar esta dança da morte numa ceia litúrgica em que o que se come não é o corpo de Cristo.

Texto de Dib Carneiro Neto para o programa do espetáculo

“Sabe aquele doce que você deixa para comer no fim de tudo, para ficar com o gostinho na boca? Ou aquele melhor ingrediente da salada que você separa no canto do prato para ser a última garfada? Com o romance do mineiro Lúcio Cardoso, Crônica da Casa Assassinada, ocorreu-me algo similar. Desde sempre interessado por literatura brasileira, ouvi falar muito bem do livro, invariavelmente citado como ‘obra-prima’.

Pois na minha adolescência, nos anos 1970, comprei uma edição e a folheei muito, saboreei cada página com olhos gulosos, sobretudo a ilustração inicial, com a planta baixa do casarão dos Meneses ­– mas acabava por recolocá-lo na estante para ler num momento mais especial, mais inspirado, sabendo que estava deixando o melhor para depois, para ler com mais maturidade.

E o tempo passou. Conforme foi se solidificando meu casamento artístico com outro gênio mineiro, Gabriel Villela (ele dirigiu a decisiva leitura dramática de meu Adivinhe Quem Vem Para Rezar, com Paulo Autran, e depois ganhou prêmios pela direção inspirada de meu Salmo 91, baseado no livro Estação Carandiru, de Drauzio Varella e ainda me chamou para traduzir Camus, na sua impactante montagem de Calígula, com Thiago Lacerda), acabei ouvindo dele, esse inquieto encenador de Carmo do Rio Claro, que adoraria ter uma adaptação minha para o livro do Lúcio.

Foi só aí, em 2009, que caí de boca (com o perdão da expressão) no volume mofado que carreguei pela vida, mudando de estante a estante. Para completar, o barroco Gabriel sugeriu que eu me ‘internasse’ um tempo em Minas, para viver a mineiridade de perto, ouvir causos, abraçar a história do Brasil, comer torresmo e beber cachaça. Foi o que fiz quando estava na reta final da adaptação – e, sim, ele tinha razão: foi uma viagem proveitosa, rica, encantadora. Assim como foi toda a ‘viagem’ de adaptar para o teatro essa pérola epistolar.

Gabriel, Lúcio, Ouro Preto, Vila Velha, Carmo do Rio Claro, Tiradentes, pousadas, charretes, casarões, oratórios, fuxicos, Aleijadinhos, Meneses, Sant’Annas, farmacêuticos, padres, cozinheiras: com todos eles aprendi de uma vez por todas que mineirice é falar “trem bão”, mas mineiridade é coisa bem mais séria. É questão de espírito, de alma. E, claro, romântico que sou, caí de amores por tudo isso, por todos eles. Uma paixão que vai durar para sempre. Obrigado, diretor, por me ter feito tirar da estante o livro que eu sempre supus ser o tesouro que me levaria a outros tesouros.”

Sobre o diretor
Diretor, cenógrafo e figurinista, Gabriel Villela estudou direção teatral na USP e iniciou sua carreira em 1989 com Você Vai Ver o que Você Vai Ver, de R. Queneau, e O Concílio do Amor, de O.Panizza. Ganhador de diversos prêmios, como Molière, Prêmio Sharp, Shell, Troféu Mambembe, cinco APCA, Prêmio APETESP e PANAMCO, Gabriel já encenou Heiner Muller (Relações Perigosas), Calderón de la Barca (A Vida é um Sonho), William Shakespeare (Romeu e Julieta), Nélson Rodrigues (A Falecida), Arthur Azevedo (O Mambembe), Strindberg (O Sonho) e João Cabral de Melo Neto (Morte e Vida Severina). Depois veio a trilogia de musicais de Chico Buarque para o TBC: Ópera do Malandro, Os Saltimbancos e Gota D'Água.

Dirigiu também A Ponte e a Água de Piscina, de Alcides Nogueira, ganhador de três Prêmios Shell, em 2002. Em 2004 montou Fausto Zero, do escritor alemão J.W. Goethe, com a qual esteve na Rússia. Em 2006 , montou Esperando Godot. Em 2008, foi premiado com a peça Salmo 91, tornando-se um dos mais renomados diretores teatrais com reconhecimento internacional. No mesmo ano montou Calígula, de Albert Camus com adaptação de Dib Carneiro Neto. Em 2009 montou Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues. Em 2010 o infantil O Soldadinho e a Bailarina. Em 2011 montou Sua Incelença, Ricardo III, com o Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare (RN). Com o Grupo Galpão (Romeu e Julieta e A Rua da Amargura), foi convidado para uma temporada no Globe Theatre, em Londres, uma reconstrução do teatro original em que Shakespeare encenava seus textos, no século XVI, conquistando a crítica e o exigente público londrino.


Sobre Dib Carneiro Neto
Dib Carneiro Neto, 50 anos, é jornalista, ex-editor do Caderno 2 do jornal O Estado de S.Paulo, função que exerceu até fevereiro de 2011. Para teatro, escreveu Adivinhe Quem Vem para Rezar, montada em São Paulo e em mais 20 cidades do País, entre agosto de 2005 e junho de 2006, com Paulo Autran e Claudio Fontana, dirigidos por Elias Andreato. O texto da peça foi lançado em livro pela Editora Terceiro Nome e já teve montagens na Argentina, no Paraguai e no Chile. No Rio, o ator e produtor Ricardo Vicente Soares, da Lavoro Produções, está com os direitos para uma possível nova montagem ainda em 2011.

Também é autor de Salmo 91, peça pela qual ganhou o Prêmio Shell de melhor dramaturgo de 2007 em São Paulo. Foi a primeira adaptação teatral do best seller Estação Carandiru, de Drauzio Varella, que fez temporada em 2007, com direção de Gabriel Villela. O texto montado de Salmo 91 também foi lançado em livro pela editora Terceiro Nome. A peça vai ser remontada em 2011 no Chile e no Espírito Santo. Ainda para o teatro traduziu do francês a peça Calígula, de Albert Camus, montada em 2009 e 2010 com direção de Gabriel Villela e, no papel-título, Thiago Lacerda. É autor dos livros A Hortelã e a Folha de Uva, de crônicas afetivo-gastronômicas sobre sua ascendência libanesa, e de Pecinha É a Vovozinha, com críticas e reflexões sobre a produção de teatro infantil em São Paulo, ambos pela editora DBA. Mantém uma coluna semanal sobre teatro infantil no site da revista Crescer, da Editora Globo.


Sobre Lúcio Cardoso
Joaquim Lúcio Cardoso Filho nasceu em Curvelo, Minas Gerais, em 14 de agosto de 1912 e faleceu em 28 de setembro de 1968, vítima, pela segunda vez, de um derrame cerebral. (O primeiro derrame foi em 1962, em pleno vigor criativo, incapacitando-o desde então para o ato de escrever.) Em 1913, transferiu-se com a família para Belo Horizonte, onde passou sua primeira infância. Em 1929, muda-se para o Rio de Janeiro. O temperamento passional em sua juventude pareceu constituir sempre a grande arma desse expressivo e renovador mestre da ficção brasileira. Apesar de ser considerado um péssimo aluno, lia tudo que lhe caía às mãos: a obra de Eça de Queirós, os romances de Conan Doyle, os contos de Hoffmann. Desta época, data a sua primeira experiência de dramaturgo, a peça Reduto dos Deuses, que mereceu elogios de Aníbal Machado, e, segundo o próprio Lúcio, era “pretensiosa e anarquista”. Inicia suas experiências como romancista e faz publicações em jornais.

Por causa do assunto de seu primeiro romance foi agrupado entre os regionalistas. Entretanto, sua produção tem muito mais afinidade com o grupo “espiritualista” de Cornélio Pena, Schmidt, Otávio de Faria, Vinicius de Morais. Em 1935, publicou Salgueiro, romance de cunho social bem ao gosto da época e, ano seguinte, A Luz no Subsolo, que mereceu elogiosa carta de Mário de Andrade. A este se seguiram diversos volumes de novelas e poesias, além de romances, atingindo sua obra o clímax com Crônica da Casa Assassinada (1959). Com este grande romance, tido como sua obra-prima, pela primeira vez ele se preocupou deliberadamente com problemas de estruturação narrativa, situando seu discurso literário ao nível dos grandes inovadores da prosa, como Virginia Woolf e William Faulkner. Tudo o que escreveu antes é considerado pelos estudiosos de sua obra como um experimento para o grande romance que é Crônica da Casa Assassinada (já adaptado para o cinema em 1971, por Paulo César Saraceni, grande amigo de Lúcio).

Lúcio Cardoso costumava dedicar-se à pintura e ao desenho como elemento subsidiário à função literária. Concebia plasticamente os cenários de suas peças, a feição de suas personagens e os locais em que se desenrolava a ação dos romances. Depois que foi atingido pelo derrame, encontrou na pintura outro meio de expressão. Em 1966 recebeu o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de obra. Cardoso dedicou-se com empenho às artes cênicas, como autor, roteirista e produtor. Fundou um teatro de câmara, sediado na Tijuca, onde lançava suas peças com o auxílio de grandes nomes como, entre outros, os de Henriette Morineau, Sérgio Brito e Ítalo Rossi. Estendeu concomitantemente esta atividade à televisão e ao cinema, tendo sido importante sua contribuição para o Cinema Novo.

Para roteiro:
Crônica da Casa Assassinada –  desde 16 de setembro, sexta-feira, às 21 horas, no Teatro SESC Vila Mariana. Texto: Dib Carneiro Neto, adaptado do livro de Lucio Cardoso. Direção - Gabriel Villela. Elenco - Xuxa Lopes, Sergio Rufino, Flavio Tolezani, Pedro Henrique Moutinho, Rogério Romera, Maria do Carmo Soares, Letícia Teixeira, Cacá Toledo, Helio Souto Jr., Marco Furlan. Cenários - Marcio Vinicius. Figurinos e Sonoplastia - Gabriel Villela. Iluminação - Domingos Quintiliano. Preparação Corporal - Rosely Fiorelli . Preparação Vocal – Babaya. Assistência de Direção - Cesar Augusto e Ivan Andrade. Costureira - Cleide Mezzacapa. Diretor de Palco - Alex Peixoto. Fotografia - João Caldas. Programação Visual - Ana Paula Grande . Ilustração - Carlinhos Muller. Direção de Produção - Claudio Fontana. Assessoria de Imprensa – Arteplural. Classificação - 16 anos. Duração - 90 minutos. Temporada – sextas e sábados, às 21 horas e domingos às 18 horas. Ingressos – R$24,00 inteira. R$12,00 usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante. R$6,00 trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes. Até 16 de outubro.

SESC Vila Mariana - Rua Pelotas, 141. Telefone - 5080-3000. Horário de funcionamento da bilheteria - Terça a sexta das 9h às 21h30, aos sábados das 10h às 21h30, domingos e feriados das 10h às 18h30. Informações - 0800 118220. Estacionamento - Veículos, motos e bicicletas - Terça a sexta, das 7h às 21h30; Sábado, domingo, feriado, das 9h às 18h30 – Taxas: R$ 3,00 a primeira hora e R$ 1,00 por hora adicional (matriculados); R$ 6,00 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional (não-matriculados). Acesso para pessoas com deficiências. Estacionamento: a partir de R$ 3,00. Site - http://www.sescsp.org.br/

SESC Vila Mariana
Rua Pelotas, 141 - Informações: 5080-3000 e 0800-118220













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